Uma luz em meio à escuridão.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Primeiro capitulo

       Eu estava à beira da morte, na verdade eu não tinha medo algum de morrer, afinal a morte não dói, o que dói são as dores que sentimos antes dela, até porque a morte é extremamente calma. Eu estava com problemas no trabalho, minha esposa tinha falecido há vinte e cinco semanas em um acidente de carro por minha culpa - se eu não tivesse discutido com ela, ela não teria saído dirigindo na chuva para um hotel e não teria batido de frente com uma carreta -. Eu já não via mais cor no meu mundo, era tudo tão preto e branco, eu via os jovens andando na praça e sorrindo por nada, crianças correndo atrás de cachorros que fugiam por medo, eu via idosos sentados nos bancos conversando e jogando comida para os pássaros, via famílias inteiras fazendo piqueniques ao por do sol e eu ali olhando tudo com o olhar sombrio de quem sentia inveja de tudo aquilo. Eu nunca fui próximo da minha família, só tenho um irmão mais novo que morava na Itália, meus pais já aviam falecido e o resto dos meus parentes estava espalhado pelo mundo – minha família nunca foi unida-.
       Todos os meus dias eu ia naquela praça, só pra ver o sorrido das pessoas e quando alguém falava comigo eu não respondia e ia embora, não queria criar um vinculo de amizade com ninguém, não queria me magoar mais. Então tomei a decisão, tinha chegado há minha hora, afinal ninguém se importava comigo, não tinha amigos e pode-se dizer que família também não.  Vesti-me como de quem iria trabalhar normalmente de terno, gravatá, etc. Peguei minha pasta e fui de carro até o viaduto principal da cidade, subi em uma barra de ferro, que ficava colada no murinho de proteção do viaduto, me apoiei e sentei no murinho, depois eu fiquei de pé e passei para a barra de ferro do lado de fora do viaduto. Eu estava decidido a pular, na minha cabeça passava um filme da minha vida, mas só passava as cenas ruins, as cenas em que mais sofri: como a cena que eu vi minha esposa toda cortada e presa nas ferragens do caminhão.  Comecei a chorar e quando soltei uma mão do murinho, quando  uma voz bem doce grita “-Não faça isso!” coloquei minha mão de volta no murinho, mas não olhei pra trás. Aguardei uns 5 minutos e do nada tudo ficou silencio, eu olhava para o lago e era como se tudo parasse, o viaduto subisse e o lago descesse e cada vez eu via o lago mais longe do viaduto, então olhei para o céu, estava um dia muito lindo pra morrer, não estava chovendo, mas o clima estava agradável.  Então tomei coragem e soltei novamente a mão, e novamente eu escuto: “-Não faça isso!”.  Tomei coragem e olhei para trás, era uma garotinha, aparentemente tinha uns nove anos, estava completamente suja, tinha os cabelos bem loiros, presos com um pedaço de pano branco, que já não estava branco, estava com roupas sujas e rasgadas. Ela veio em minha direção e tocou na minha mão, novamente dizendo: “-Não faça isso!”.

Segundo capitulo 

-Se afaste! – pedi. – Você não entende.
-Vem aqui! Eu realmente não te entendo. Quer me explicar? – perguntou a menina.
-Não! Vá embora!
-Não precisa fazer isso! A solidão é uma fase. – falou, vindo em minha direção. – A vida nem sempre nos dá aquilo que queremos. Ela nos dá o que realmente precisamos.
-Qual a sua idade e o seu nome? – perguntei.
-Tenho dez anos e meio e o meu nome é Carol. – respondeu sorrindo. – Você não precisa desistir da vida por causa de um sufoco só que você está passando.
- Você é só uma garotinha. Você não entende os problemas dos adultos.  Por favor, se afaste!
- Realmente eu não entendo. – Falou a garotinha encostando seus dedos em minha mão. – Me explique! Mas antes saia daí, vamos sentar ali naquele banco. – falou apontando para o banco com a outra mão. E naquele momento por algum motivo eu resolvi seguir aquela garota, e contei tudo pra ela sobre o aperto que tava a minha vida.
-... Enfim, minha vida se resume nisso. – expliquei toda a história a ela.
- Eu fui adotada. Meus pais adotivos morreram num acidente, moro na rua desde os oito anos.  A minha vida nunca foi fácil, o irmão do meu pai adotivo me aliciava. Quando meus pais morreram nessa cidade, eu resolvi fugir. Se eu voltasse pra casa eu iria ficar com meu tio, pois ele era a única família que eu tinha, até hoje eu ando pelas ruas da cidade e durmo onde é mais ou menos aconchegante, como quando alguém me da uma comida  e choro quando acho que um dia tudo pode mudar, mas eu nunca pensei na morte, porque acredito que a solidão é só uma fase.
- Mas você é linda! É impossível alguém não querer te levar pra casa!
- O mundo hoje nem olha mais para os lados, as pessoas passam e nem olham pra mim, me dão moedas, mas não olham no meu rosto, olha para as telinhas dos celulares. Às vezes eu venho aqui no parque só pra ver essas famílias reunidas, sonhando um dia em formar a minha. Eu não desisto do meu sonho, porque eu sei que um dia eu vou realizado.
-Carol, você é tão forte e sonhadora. Queria ter essa força.
-Você tem essa força, você é um cara incrível. Acredite no profissional que você é! Cresça nisso e construa a sua nova família. Não jogue tudo fora por causa da solidão. Lembre-se a solidão é só uma fase. Vá pra casa descanse e amanhã comece a sua nova vida. 

- Carol, você foi a minha luz em meio ao preto e branco e com toda certeza você vai fazer parte da minha nova vida.
    A Carol foi muito mais do que uma garotinha linda que me deu uma lição de vida. Ela foi a menina que me deu uma nova primeira pagina de vida, ela me ensinou a pensar no amanhã e esquecer o ontem, ela me mostrou que o sonho é a maior motivação de vida, ela me ensinou novamente a amar e se hoje eu estou vivo é por causa dela, por isso eu te digo que se você pensa em desistir da vida, lembre-se que a solidão é só uma fase e o amanhã é um novo despertar. 
domingo, 14 de dezembro de 2014

No dia que nossos olhares se encontrarem, nossas mãos se tocarem e o nosso pra sempre começar... Eu vou finalmente poder acreditar que realmente vale apena amar, até então pra mim tudo isso não passa de uma pura ilusão de um coração que perdeu completamente a razão.

-Gabrielle C. Lima

terça-feira, 2 de dezembro de 2014
-Por que você faz isso comigo?
-Isso o que?
-Isso de dizer que me ama, mas brincar com os meus sentimentos.
-Eu não brinco com os seus sentimentos.
-Sim! Você brinca; brinca bastante.
- Eu te amo. Por que eu iria te machucar?
-Por isso mesmo! Porque você me ama! Mas eu não sou de demonstrar meu amor por ninguém através de palavras e isso te incomoda. Você vive de palavras e eu de atitudes. Resumindo... Você brinca com os meus sentimentos.
-Eu já disse que não brinco com seus sentimentos. Na boa, você quer que eu faça o que?
- Eu quero que você se importe comigo.
-Eu me importo com você!
-Não, você não se importa. Você diz que se importa, mas em um dia você diz que me ama e no outro você some. Você sabia que o “eu te amo”, nem sempre é o que parece ser? Você sabe o que é o amor? O amor é se preocupar, é procurar saber se a pessoa está bem, é ligar só para ouvir a voz da amada, é colocar a vida dela acima da tua, e você não faz isso.
- Ah... Então quer dizer que você faz isso?
-Sim, eu me importo com você; Eu me preocupo, eu boto os seus problemas acima dos meus e o que eu ganho em troca?Você sabia que eu fico sem dormir quando você me fala seus problemas? Não consigo entender todo meu amor por você, porque eu sofro tanto e mesmo assim não consigo parar de te amar.
-Eu sei o motivo do meu amor por você...
-Eu também sei! Eu devo ser a única otária que te ama muito e que para até de respirar por você.
-E... Errou feio... Meu amor por você existe porque você não precisa de ninguém pra te ajudar com os teus problemas e isso é bastante admirável. A forma como você administra a sua vida me fascina, a forma como você se preocupa comigo, a forma como você me ama me deixa muito feliz, tirando que você tem um olhar misterioso, um sorriso falso, porém o mais lindo que eu já vi na minha vida, eu fico pensando que se o falso é lindo assim, imagina o verdadeiro? Quando eu não falo com você, eu penso em como te fazer sorrir, eu penso eu como te arrancar um sorriso verdadeiro. Eu não falo todos os dias com você, porque eu acreditava que você não gostava de menino grudento, mas agora eu entendo que você gosta do grude, então por você eu vou ser chiclete. E outra coisa, eu me importo muito com você. Ou você acha que eu não fico mal quando eu te vejo mal? Ou você acha que eu não tenho vontade de te levar pra longe de todos e te da uma vida de rainha, pra que ninguém te machuque?  Entenda que você é o meu sonho e eu nunca quero magoar o meu sonho.

( -Gabrielle C. Lima)
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
-Pra você o que é amar?
-Amar é abrir mão da minha felicidade pela de alguém.
-Como assim?
- Tipo, eu abri mão da minha felicidade só pra te ver feliz, ou você acha que eu estou feliz em saber que você vai casar com esse idiota ai. Ele não sabe nem o nome da sua avó que mora no sertão e que cuidou de você quando era criança. Aliás, ele não sabe nem como foi a sua infância, vocês nem são amigos. Mas, ele vai ter fazer feliz, porque se ele não fizer... Eu o mato. Abri mão da minha felicidade pela sua, não vou o deixar estragar a sua.
-Pedro, eu não...
-Eu sei.  Você não tem culpa por eu te amar.
-Não quero te ver sofrer!
- Você não vai! Eu sou um bom ator e disso você sabe. Agora vá! O teu amor te espera, soube que vão a um lual, espero que se divirtam.
-Tem certeza que você vai ficar bem?
-Tenho. Pode ir! Divirta-se!
-Não vou conseguir. Eu te amo demais pra ti deixar sofrendo por minha culpa.
-Você sabe que o Gustavo pode ser um idiota, mas ele te ama e você também o ama. Você também me ama, mas não me ama feito o ama, pode ir. Vá! Eu vou ficar bem, a Giô está vindo e vamos assistir a um filme. Ela está me ajudando a te esquecer, ela luta comigo contra o meu amor e estamos começando a ganhar. Somos bons amigos que estamos vencendo juntos as nossas dores sentimentais.
- Não gosto da Giovana!
-Não gosto do Gustavo, mas tenho que aceitá-lo porque ele é o motivo da tua felicidade, então deixa a Giô ser o motivo da minha.


( -Gabrielle C. Lima )
sábado, 15 de novembro de 2014
O que dizer de você? Não sei.
O que falar com você? Não sei.
O que pensar sobre você? Não sei.
Só sei que gosto, gosto muito, gosto mesmo e admito.

-Gabrielle C. Lima
terça-feira, 11 de novembro de 2014
E de repente me deu uma vontade de te levar a praia, sentar na areia, de frente ao mar, e deitar a tua cabeça sobre o meu colo, e ali te fazia apenas um pedido, que colocasse em minhas mãos apenas o teu coração, pra que eu pudesse conforta-lo, e envolvidos com a luz do luar e o barulho do mar, eu iria dizer bem baixinho em teu ouvido, deixa eu de ti pra sempre cuidar.
-Giselle Costa
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Não é que eu seja grossa, eu não sou grossa. Eu sou defensora. Defensora do meu próprio eu. Eu me privo de certos ataques diretos e indiretos de pessoas que falam ou agem sem pensar. Sou defensora do meu coração que chora toda vez que alguém fala sem pensar e me diz coisas que realmente me fazem pensar no porque da minha existência. Sou defensora dos meus sentimentos controlados que se perdem em meio à confusão descontrolada que existe na minha cabeça. Sou defensora do meu eu, que permite soltar lágrimas secas e molhadas nos momentos certos. Sou defensora dos meus olhos sinceros que não conseguem esconder a realidade e do meu sorriso que nem consegue esconder a verdade.

- Gabrielle C. Lima
Ando enjoada da vida, não sinto mais necessidade de ir á escola, nem de ir ao shopping, nem de ir a qualquer outro lugar sem ser o meu quarto. Não sinto necessidade de comer, nem beber água, também não sinto necessidade alguma de conversar com alguém. A única necessidade que eu tenho é de deitar na minha cama e dormir um sono tão profundo que quando eu acordar tudo ao meu redor vai está completamente diferente. Mas, não estou triste! Eu sou estou enjoada dessa vida.

-Gabrielle C. Lima
- Senta aí e cala boca! Agora tu vai me ouvir calado.
- Você não tem o direito de mandar em mim! Então baixe a sua bola mocinha!
- Baixe a bola você! Tu que não tem direito de nada. A única coisa que tu pode me pedir é pra pegar leve contigo, mas nem sei se vou te obedecer, afinal tu não és merecedor de nada que seja ao teu agrado.
- Lá vem ladainha...
- Qual teu problema garoto?
- Nenhum... Que eu saiba.
- Você gosta de ver meninas com corações quebrados por sua culpa?
- Eu adoro, eu me amarro.
- Você sabe o quanto dói ter um coração quebrado?
- Sei. Por isso amo.
- Qual a sensação que tu tem ao ver uma menina sofrendo por causa de você?
- Prazer...
- Você é doente!
- Por que eu estou aqui mesmo? Você quer me dar uma lição de moral, porque eu com todo meu charme te iludi? Estou esperando. Já teve meninas que me falaram coisas piores, mas continue...
- Deixa eu te ajudar.
- Quem foi que te falou que eu preciso de ajuda? Menina entende que eu sou como um álbum de figurinhas. E você foi só mais uma figurinha, em nenhum álbum existe figurinhas repetidas.
- Você já amou?
- Isso importa? O foco não era você me falar coisas horrível e depois sair chorando? Estou esperando isso acontecer.
- Não vou te dar esse prazer moleque!
- Que pena, eu iria ficar triste!
- Sei que não!
- Garota esperta...
- Só porque um dia uma garota quebrou o seu coração você não deve sair por ai quebrando o coração de outras. As pessoas são diferentes, você deve ter quebrado o coração de meninas que iriam te fazer o homem mais feliz do mundo.
- Eu já sou feliz!
- Não! Você não é! Você se esconde atrás dessa mascara de “nem ai pra nada”, mas no fundo você deve ser muito magoado, teu coração deve tá todo quebrado. Deixe-me reconstruí-lo. Eu posso te fazer outro menino, só deixe-me te ajudar.
- Não preciso ficar aqui te ouvindo falar besteira. Vou embora!
- A verdade dói não é?
- Dói... Quer dizer não! Ah... Por que você quer tanto me ajudar? Eu já quebrei teu coração, agora chegou tua hora de sair correndo e chorando por ai, falando mal de mim para as amigas, essas coisas.
- Olha, não importa se meu coração tá quebrado por tua culpa, só quero te ajudar a reconstruir e quem sabe não possamos reconstruir juntos?
- Eu não quero.
- Não vou insistir, mas só quero que saiba que todas as coisas ruins tem um lado bom.
- O que isso tem haver com a nossa conversa?
- Significa que você tem uma amiga agora e quando estiver maduro o suficiente vai me deixar te ajudar.
-Legal!

-Gabrielle C. Lima

Menina de fases.

sábado, 1 de novembro de 2014
Tanto faz ser obediente, como desobediente; tanto faz ser meiga, como grossa; tanto faz ser apegada, como desapegada; tanto faz ser um doce, como amarga; tanto faz está feliz, como triste; tanto faz ser positiva, como negativa; tanto faz ser madura, como infantil; tanto faz ser a menina mais criativa do mundo, como ser a sem criatividade; tanto faz ser a mais carinhosa, como a mais fria; tanto faz está sorrindo, como chorando. O que a faz diferente são essas suas fases.

- Gabrielle C. Lima
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
Ela tem jeito de menina moça, ele tem jeito de cafajeste, ela toca certinha; ele todo errado; ela toda patricinha, ele todo largado. Quem diria que um dia iriam se encontrar? Se apaixonar? Pois é! Quem via pensava: “ela só vai ser mais uma”, mas não, ele tinha se apegado, ele estava gostando mesmo dela, já ela... Ah!... Ela quando o viu foi amor à primeira vista, ela se apaixonou logo de cara, e ai começaram os encontros, festas juntos. Até que ela se sente mal e vai ao melhor hospital que existe, mas os médicos não descobrem a doença dela. Ele com sem jeito desengonçado vai visitá-la; ele se lembra de tudo que passou com ela; ela chora bastante ao ver o seu garoto entrando pela porta da enfermaria, ele se assusta com o jeito que ela estava. Até que chega o médico e diz que não teria certeza, mas era provável que ela só tivesse uma semana de vida. O sonho dela era conhecer Paris ao lado do seu garoto, porém ela não conheceu fisicamente. Mas eles viajaram mentalmente a cidade mais romântica do mundo e em sete dias eles conheceram Paris como ninguém, mas infelizmente a garota se foi e a única coisa que restou dela, foram lembranças.

- Ana Flávia B. Frezza

E agora?... Acabou?

sábado, 25 de outubro de 2014
Antes de perguntar o que eu estou sentindo, eu vou logo te falando. Mas sei que você não se importa com o que sinto; você só quer bancar o interessado pra aliviar a minha raiva por você, porém não vai adiantar. Eu me sinto um lixo. Qual é a tua moleque? Tua mãe não te ensinou a ser homem? Ela não te ensinou como se trata uma garota? Sabia que eu tenho sentimentos? Eu sei que eu não sou um amor, não sou a flor mais delicada, mas você dizia que amava esse meu jeito, você me prometia coisas maravilhosas, e agora?... Acabou? Qual é a tua moleque? Me fazer sofrer? Qual prazer você tem em me ver sofrer? Você me falava que eu era o seu sonho, e agora? ... Virou pesadelo? Qual é a tua moleque? Você me dizia que eu era a menina mais perfeita do mundo; e agora eu te pergunto, se eu sou a menina mais perfeita do mundo, por que você não me quer mais? O que eu fiz pra você me deixar aqui, sozinha? Abri mão de muita coisa por você... E agora?... Acabou? Você lembra que me chamava de princesa? Então... Acabou? A princesa virou sapo? Me fala moleque, me fala qual é a tua? Explique-me o motivo do seu abandono. Explique-me. Eu preciso de uma explicação. Preciso saber por que você me iludiu. Sabe qual foi o meu maior erro? Meu maior erro foi te amar, tenta ver amor onde na verdade não teve, mas e agora... Acabou?
 - Gabrielle C. Lima.

 ( Dedicado a Ana Flávia Frezza)

sábado, 4 de outubro de 2014
Lembranças.

     Se lembra como a gente se conheceu debaixo dessa árvore? Lembra que nós tínhamos dez anos de idade e estávamos brincando de dominó e você me deixava ganhar porque gostava de me ver sorrindo? Lembra com treze anos, você inventou de subir nessa árvore e quando foi descer você escorregou e quebrou a perna? Nossa, sua mãe ficou furiosa porque você era teimoso e tinha medo de altura, mas subiu porque queria me impressionar. Lembra que aos quinze anos, demos o nosso primeiro beijo, no qual eu roubei de você, sob essa mesma árvore era tardezinha e estávamos olhando o sol se por? Lembra que aos dezesseis anos, você me chamou pra vim aqui, que você tinha uma surpresa e quando eu cheguei era um piquenique e foi nesse dia que você me pediu em namoro? Você sempre foi o mais romântico.  Lembra que aos vinte anos, você me pediu em casamento e nossa cerimônia foi aqui, sob essa árvore? Lembra como foi tudo tão perfeito e mágico, ainda bem que duraram sessenta anos meu amor e infelizmente a morte nos separou. – Diz Maria com os olhos cheios de lágrimas sentada em uma cadeira de rodas de frente ao túmulo de seu falecido marido João, que estava sob aquela árvore, onde tudo começou e por visto onde tudo acabou.

- Gabrielle C. Lima

E de repente me apaixonei.

sábado, 27 de setembro de 2014
   Era inverno, outono ou primavera, não me lembro. Eu estava em um momento de angustia. Comecei a lhe conhecer através de uma rede social.  Pouco a pouco ela me conquistava, inicialmente fiquei com medo, receio; era algo diferente. Cada dia sabia algo diferente dela, suas dificuldades, seus gostos, seus desejos, pensando bem não sei se foi ela me encantou ou eu que a encantei. Sou do tipo romântico, flores, chocolate, beijo na testa, isso mesmo! Os dias se passavam, as horas corriam e eu me sentia cada vez mais apaixonado.
   Quando fui à procura de mais informações sobre aquela menina, descobri que morava longe, bem longe, mas nada que um avião não resolva. Eu não sei explicar, mas meus dias ficam mais coloridos pensando nela, ao deitar em minha cama imagino mil e uma aventuras ao seu lado, nós chegamos a um ponto de um relacionamento tão gostoso entre duas pessoas que nunca se viram. Não há palavras pra explicar, expressar essa sensação. É desejo ou é paixão, na verdade é amor. Amor verdadeiro.

- Bruno R.

Intensidade de uma mente apaixonada.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014
-Senta ai!
- Você é chata.
-Cala boca e me fale. Me fale o que você sente! Agora!
- Você acha mesmo que me trazer pra varanda pra olha as estrelas, vai me fazer te contar o que estou sentindo?
- Acho! – Falou ela, olhando para os olhos do garoto frágil e romântico, com o olhar triste e sombrio. Ela sabia que ele precisava desabar. Tudo pra ele era só alegria e segundo ela dizia ninguém é sempre feliz.
- Como você me conhece. – sussurrou ele, olhando pra ela com um olhar de: “minha confiança está toda depositada na preocupação dela”.
- Eu sou a sua melhor amiga. Não sou? – perguntou ela, olhando para o céu cheio de estrelas, com um sorriso desconfiado e preocupado, com os braços sob sua cabeça, deitada em um chão duro de uma varanda suja.
- É sim. – respondeu o garoto deitando-se no chão sujo e colocando as suas mãos sob a cabeça, assim como a garota.
- Você vai me contar? Ou você vai fingir que nada tá acontecendo com você? – ela fala inclinando a cabeça para o lado, olhando o garoto observar as estrelas com um sorriso bobo e um olhar preocupado.
- Estou apaixonado. É como se eu morasse em um lugar que o clima é sempre agradável, que não tivesse dor, nem violência, só paz, alegria. Só existe, eu e ela. Mas esse mundo é momentâneo, esse mundo é um sonho, é uma pausa da realidade. – falou o garoto ainda olhando as estrelas.
- Mundo momentâneo? – perguntou a garota, ainda olhando fixamente para o garoto tímido completamente concentrado no céu cheio de estrelas.

- Sim! Eu sou verdadeiro só nesse momento, depois eu sou uma farsa, eu sou fingido, eu sou mentiroso, escondo tudo o que eu sinto pra poder ter meu mundo momentâneo ao lado dela. Ela é tão perfeita. Me conhece perfeitamente, sabe tudo o que eu sinto, sabe quando eu estou sendo falso, sabe quando eu tenho problemas, ela me faz feliz, ela me faz bem, ela me faz ser verdadeiro. O sorriso dela é o mais lindo que eu já vi em toda minha vida, é tão verdadeiro. O olhar dela é misterioso e sexy, ao mesmo tempo. E quando eu estou com ela, é como se o meu mundo parasse e aquilo virasse único e cada momento que eu tenho com ela acaba se tornando único e eu não consigo mais viver sem ela. – Falou o menino com os olhos cheios de lágrimas, olhando para o lado e vendo que na verdade aquela menina, que ele tanto amava e que ele tanto conversava olhando as estrelas, não passava de uma intensa lembrança, ela já não estava mais no mundo. Não pertencia mais ao mundo dos vivos.

-Gabrielle C. Lima 

O diário de Lucy - Eduardo Santos.

sábado, 20 de setembro de 2014
    Primeiro capítulo. 

       Aquela noite de terça-feira dia 08, perfumei-me, e fui até a casa do Alan, até aí tudo bem. Ah, antes que eu comece meu nome é Lucy. Voltando ao assunto, o que mudou foi que entrei como amiga e sair como amor, deixe-me explicar a vocês... Depois de lancharmos o sanduíche que a Sra. Juliana, mãe do Alan, fez, logo subimos para o quarto e ele estava me contando o porque de não ter dado certo com a Verônica, que bom que não deu, eu meio que odiava ela. Ele comentou que sempre eram os mesmos motivos de que não dava certo com as outras e viu que o problema era com ele, aquele bobão, tão "atroado" das ideias que nem percebeu isso - esse jeito dele me encanta - como sempre depois de ouvir aquela conversa toda eu disse o que achava, papel de amiga não é? Mas cara, quando ele me interrompeu dizendo que o problema era que ele sempre me procurava em todas elas e que a tentativa sempre dava errado o meu coração só faltou pular pela boca eu não sabia se gritava e pulava ou se o beijava. Nunca tinha parado pra pensar se sentia o mesmo por ele, mas algo me fez tão bem ao ouvir aquilo, sentir algo tão bom que gostei e o beijei. Acabei perdendo a noção da hora mais nada importava naquele momento. Pra mim, todas as pessoas do mundo tinham sumido sabe? E só tinha restado eu e ele. E naquela coisa de beijo, carinhos, abraços acabou rolando né? Já era de se esperar caro leitor,não foi nada do que pensei que fosse, não foi doloroso, não achei nojento nem nada do tipo o carinho dele me acolheu de uma forma e fez com que tudo fosse perfeito. Fui pra casa pensando naquela noite que com certeza tinha sido a melhor da minha vida. Não conseguia tirar da minha cabeça. A minha mãe foi me buscar, brigou um pouquinho mais logo entendeu - claro que não contei que perdi minha virgindade com meu melhor amigo-. Acabei de chegar a minha casa, vou parar de escrever agora tenho que dormir já que tenho aula amanhã. Vou deixar vocês com um pouco de curiosidade tá? Amanhã continuo.


  Segundo capítulo.

       Quarta-feira, dia 09. Acordei com a minha mãe berrando pra me acordar: "Luciana Almeida acorda já, vai chegar atrasada de novo, que droga!",antes de que fiquem se perguntando "Ah, mas o nome dela não era Lucy, como assim?" Lucy é meu apelido, meu nome verdadeiro é Luciana, mas só a minha mãe me chama assim. Arrumei-me as pressas, primeira vez que tive uma vontade enorme de ir pra o colégio, nem deu tempo de comer nada, entrei no carro e a mamãe arrancou, a caminho do colégio. Quase nem ouvia nada do que ela dizia. Mas sei que era sobre arrumar o meu quarto, que parecia que tinha acabado de ter uma guerra lá. Mas nem liguei meus pensamentos só iam de encontro ao Alan, ficava me perguntando: "Será que ele vai me beijar ao me ver?", "me mandar sair da aula pra me ver?”, Mil coisas se passaram pela minha cabeça. Enfim, chegamos. Dei um beijinho na minha mãe e sair do carro correndo...
Entrei na sala, o professor de Matemática já estava lá. Cheguei bem na hora que ele estava chamando o meu nome na lista de frequência, me sentei ao lado da Natália, minha única amiga na escola, ou seja, no mundo, nem prestei atenção na revisão da prova só pensava como seria ao encontrar o Alan. Tocou para a troca de professores, ufa! Essa era a minha chance, me levantei correndo e quando ia passando pela porta a Natália começa a gritar eufórica achei até que alguém tivesse morrido, mas eu quem quase morri só que de vergonha. Tinha que vim logo hoje? Socorro! Melou a minha calça toda, que mico eu super me lasquei, (sabem do que estou falando). Como eu iria vê-lo agora? Comecei há rir um pouco, mas tava muito preocupada. Liguei para minha mãe e pedir pra ela me buscar. Até a chegada dela, a Natália esperou comigo lá na frente do colégio e acabei contando tudo pra ela e ela é tão genial que disse que arrumaria um jeito de me fazer vê-lo ainda hoje eu super fiquei feliz, abracei ela, a minha mãe chegou, dei um abraço forte nela e entrei no carro. Ao chegar a casa liguei a TV pra vê o que tava passando, estava passando o programa da Fátima estavam comentando sobre filhos rebeldes logo não ouvir nada da TV porque a minha mãe começou a fazer um discurso enorme dizendo que eu era igual a eles e que logo apareceria grávida. Vê se pode? Essa dona Maura é louca, o telefone tocou, era a minha tia Dani - graças a Deus, minha salvação. Logo que o programa acabou, fui pra o meu quarto enviar uma mensagem pra Nath "quando chegar da escola fala comigo tá? Beijos, sua garota", fui tomar um banho e a Natália tinha me ligado e eu nem tinha visto, retornei pra ela:
 - Oi amiga!
- Falei com Alan.
 - Como assim? Falou o que?

- Então, você pode me agradecer. Só compareça a minha casa as 15hrs beijos Ela desligou, socorro. Tenho que ver alguma coisa pra usar, não quero ir muito arrumada pra parecer que só foi pra ele, mas só hoje não é? Vestir mil roupas, até da minha mãe, acabei vestindo um vestido novo que tinha ganhado do meu pai quando ele veio ao Brasil.

Terceiro capítulo 

Cheguei à casa da Natália faltando 10 minutos, estava muito curiosa pra saber tudo, subir as escadas correndo. Na maioria das casas quem abre a porta é a dona da casa não é? Mas foi a visita, o Pablo do terceiro ano amigo do Alan. Vocês acreditam que a ideia genial da Natália foi dar um festa? Entrei meio com vergonha, mas só tinha gente do colégio. Eu sabia o nome de todos, mas eles nem me conheciam, logo avistei o Alan meu coração foi a mil junto com a batida da música, quando eu ia falar com ele a Natalia vem gritando "amigaaaaaa!", sorrir e dei um abraço, logo ela me puxou pra perto dele - bem típico dela- notei algo estranho, ele não tinha nem me olhado vai ver não notou a minha presença. Fiquei dançando, vendo se ele iria falar comigo, mas nada, nem me olhava. Logo comecei a ficar triste, as lembranças veio a cabeça me fazendo lembrar de tudo o que a gente tinha vivido antes e a única coisa que tenho em mente é que acabei fudendo com tudo. Eu não sei o que eu fiz corri pra procurar a Natália pra puxar pra conversar, a levei ao banheiro e nem conseguir explicar de tanto que eu estava chorando. Ele nem me notava, será que só tinha feito aquilo pra mostrar o quanto era bom pros amigos? Tá, agora sou o novo motivo de piada dos meninos do vôlei. A Natália me sacudiu me tirando do meu devaneio, ela não tava entendendo nada e iria continuar sem entender eu não aguentava ficar ali por mais 5 minutos, deixei a Natália falando sozinha, peguei minha bolsa e sai correndo, ela foi gritando até o elevador, não dei à mínima, aquilo realmente tinha acabado comigo. Fui pra minha casa correndo - não passei um se quer minuto sem chorar - dei sorte que a minha mãe não tinha chegado ainda, se não iria começar a fazer mil perguntas e eu não tava com a menor condição de explicar, na verdade eu nem sabia o que tava acontecendo, decepção era o que eu estava sentindo? Não parava de pensar o porquê, umas 23h30min a minha mãe foi olhar se eu já tinha dormido, mas é claro que eu não tinha, fingi mesmice assim não queria explicar, demorei um tempo pra dormir, mas depois de muito choro, conseguir!

Acordei com a minha mãe me chamando pra ir ao colégio "Acorda Luciana, você vai se atrasar de novo!" - Eu não estava muito bem, caro leitor. Então inventei o velho truque da dor de barriga, mas se eu estava me achando esperta a minha mãe era dobro. Nem por um segundo acreditou na minha façanha, então eu não tinha pra onde correr, era contar ou ir a escola olhar aquele idiota, opinei por contar tudo a ela, tudo mesmo até aquela parte, vi que é incrível como as coisas mudam de uma hora pra outra o que era considerado o dia mais feliz da minha vida, tinha acabado de se tornar o pior, muito pior do que aquela vez que a Verônica na terceira-série espalhou que eu gostava do Alfredo, um nerd do oitavo ano, por essas e outras que odeio tanto ela. A minha mãe pareceu meio decepcionada comigo, mas ao mesmo tempo demonstrava ter entendido. Ficou um tempo só me olhando, sem dizer nem se quer uma palavra. E então ela me abraçou, dizendo: ”-Luciana, hoje você não vai pra o colégio, mas só hoje! Não quero que fique triste por aí por causo de um garoto, gosto de te ver feliz, não quero que nenhum babaca machuque a minha filhinha!”, nessa hora eu vi que a adoração que a minha mãe tinha por o Alan tinha desaparecido. O que será quando ela encontrar a mãe do Alan? Ou até mesmo o próprio Alan? Que a minha mãe não banque a louca e queira dar na cara dele, se bem que era isso o que eu estava morrendo de vontade de fazer. Não saía da minha mente que eu idealizei o Alan esse tempo todo, achando que ele era uma ótima pessoa, um fofo, todo romântico, acabei me estrepando. Eu deveria ter percebido que ele era um cafajeste, os amigos do vôlei todos uns galinhas, a troca de garotas por semana o problema não era nelas, mas sim nele. Eu deveria ter me tocado, sou uma idiota mesmo, não demorou muito pra que eu chorasse novamente e foi tudo o que eu fiz o dia todo, no período da tarde a minha mãe tinha que dar plantão no hospital em que trabalhava, foi me dar um beijo de despedida me fazendo jurar que eu iria me levantar da cama, parar de chorar e saí com minhas amigas. Mas, costumo não cumprir com o que prometo e tudo que fiz foi ficar ali, deitada, sozinha e vazia. Eu realmente tinha esquecido o quanto doía ter um coração partido e que dor em? Tava acabando comigo.



Continua...
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
O mal de ser tímido é não conseguir falar um “oi” para a pessoa que ama, que por uma vez foi gentil e falou consigo.

- Gabrielle C. Lima

O ruim de está triste é que nada que antes de fazia sorrir,agora não te faz mais. 
-Gabrielle C. Lima

Novidades do Blog!

Oie pessoal!

O Senti, escrevi está com uma parceria maravilhosa com os blogs : http://pensamentos-em-pauta.blogspot.com.br/http://esimplesmentepensei.blogspot.com.br/ .

O blog "Pensamentos em Pauta", é do meu queridíssimo amigo, José Augusto. O blog relata os sentimentos de uma forma mais romântica, te deixando completamente apaixonado pelos textos. 

O blog  "E simplesmente pensei", é de outro amigo fofo, Saulo Lucas. O blog relata todos os sentimentos de uma forma mais suave, romântica, chamativa e sofredora. O "E simplesmente pensei" é um diário virtual, onde os seus sentimentos se coincidem com o do escritor. 

Então meus amores, eu espero que vocês gostem desses dois blogs maravilhosos, com esses dois fofos apaixonados.  
Por dentro, toda ferida, toda ensanguentada, toda cortada, toda cheia de cicatrizes que nunca se saram, cheia de dores insuportáveis, dores sentimentais. Por fora, com um sorriso perfeito, uma animação inabalável, mas com o olhar sofrido.

- Gabrielle C. Lima

Lutando contra o meu eu.

sexta-feira, 18 de julho de 2014
Primeiro capítulo  - Primeiro tempo

Olá! Meu nome é Liana Anec e tenho 38 anos, moro em Nova York desde pequena, mas nasci no Brasil. Estou no Brasil com o intuito de ajudar pessoas com problemas de alcoolismo.  Quando eu tinha 25 anos, estava começando minha carreira como secretária da dona da maior revista da época, a revista de moda Addicted to fashion, quando meus pais faleceram em um acidente de carro no Brasil. Fiquei completamente transtornada, estava em uma reunião quando a Rosa, que era empregada da minha família, me ligou. Ela não soube me explicar direito o que tinha acontecido só me disse: “- Lia venha agora pra cá, seus pais sofreram um acidente de carro. Ligaram agora pra mim”. Nunca esquecerei essas palavras. Sai do país o mais rápido que pude, não dei satisfação a minha patroa, nem comuniquei ninguém que iria viajar.  No avião comecei a ingerir bebidas alcoólicas, eu já gostava muito da bebida, na verdade tinha problemas com o álcool, quando começava não sabia terminar. Cheguei ao Aeroporto Internacional de Florianópolis/Hercílio Luz era uma mais ou menos 16h. O motorista dos meus pais estava me esperando, no caminho paramos em um posto de gasolina e eu comprei umas bebidas, eu só sabia chorar e beber.
Quando cheguei à casa da minha família, estavam na sala a Rosa, mais outros empregados e alguns amigos dos meus pais. A minha situação em relação à bebida era precária, eu estava completamente descabelada, totalmente embriagada e só fazia chorar, eu chorava tanto que por um momento aquelas pessoas esqueceram a morte dos meus pais e focaram em me ajudar. A Rosa chamou o Tomás, que era o jardineiro, pra me levar pro meu quarto, tomei banho em quanto o Tomás jogava toda a bebida que eu comprei, fora. Depois que tomei banho, apaguei na cama ainda de roupão. Quando acordei estava com uma enorme dor de cabeça e muita ânsia de vomito, a Rosa fez uma sopa pra mim e eu quase não comi direito, porque eu lembrei que os meus pais tinham falecido e voltei a chorar de novo, parei de tomar a sopa e fui atrás de algo pra beber, infelizmente não achei nenhuma bebida na minha casa, lembrei que meu pai escondia uma caixinha de cigarro na gaveta do escritório, ele lutava contra o cigarro há muitos anos, mas sempre tinha uma caixinha de cigarro na gaveta, ele não usava, mas a tinha como lembrança, então eu fui até o escritório e peguei a caixinha e botei no bolso da minha calça moletom. Mas eu ainda queria era uma vodka, um uísque, uma cerveja, sei lá, algo que tivesse álcool. Como o Tomás tinha jogado tudo fora, eu peguei as chaves do carro e dirigi até uma loja de bebidas que tinha perto da minha casa. Quando voltei pra casa dos meus pais estavam todos na sala com o rosto completamente assustado, como se algo tivesse acontecido, eu cheguei com uma garrafa de vodka na mão e na outra uma sacola com mais bebidas e cigarros.
- Pra onde você foi? – fala a Rosa se levantando do sofá e vindo em minha direção, com uma feição de dá medo.
- Fui ali. Não devo satisfações a você.
- Lia, você não é mais uma adolescente, amanhã é o enterro dos seus pais, espero que você esteja sóbria.
- Rosa, quem cuida da minha vida sou eu. Eu bebo e fumo o quanto eu quiser, não se mete na minha vida, vai resolver os seus problemas e os problemas dos meus pais. – falei andando em direção à escada.
Eu bebi e fumei a noite toda, até que acabou todo o meu cigarro e toda a minha bebida, eu não sei como eu consegui ingerir tanto álcool de uma só vez. No outro dia a Rosa me acordou às 10h para que eu fosse me arrumar para o velório dos meus pais.  O meu quarto só fedia a álcool e a fumaça do cigarro, eu tomei um banho super gelado vesti um vestido preto peguei meu óculos e desci pra cozinha, peguei uma uva, apenas uma uva e botei na boca e corri para o banheiro, vomitei. Fui para o velório completamente desligada do mundo, parecia mais um zumbi do que uma pessoa normal, eu ainda cheirava a álcool e estava com muita dor de cabeça, acabei desmaiando e quando acordei estava na minha cama com o Tomás sentado ao meu lado.
- O que você está fazendo aqui no meu quarto? – perguntei
- Desculpe dona Liana, mas a Rosa me mandou ficar aqui lhe observando até a senhora acordar. – falou se levantando da poltrona.  
- Saia agora do meu quarto! Vai! - falei
- Desculpe dona Liana, não vou lhe deixar sozinha. – ele disse
- Por quê? Eu já sou maior de idade, tenho 24 anos e mando em você, sou a sua patroa. - afirmei
- Tem 24 anos, porém não tem juízo algum, a senhora bebeu o equivalente há três dias em um bar, ou seja, a senhora bebeu muito. – ele disse
- Pare de me chamar de senhora, pra você é senhorita. E eu não preciso de uma babá. Vá embora! Agora! - falei
- Eu não vou! – ele falou
- O que está acontecendo aqui? – A Rosa falou entrando no meu quarto com uma bandeja de frutas e sucos.
- Esse idiota está aqui no meu quarto. – falei apontando para o Tomás
- Eu pedi que ele ficasse aqui com você Lia. – disse a Rosa fazendo um sinal para o Tomás se retirar. – Lia, agora que você está sóbria, nós duas precisamos conversar.
E foi naquele dia que eu descobri toda a verdade sobre mim, o que me fez se afundar mais nas bebidas.
- Mas Dona Liana, o tempo está curto, como à senhora vai terminar a história?
- Olha Lucas, amanhã eu termino essa história, acho uma pena ter só 20min pra contar pra vocês toda minha história de superação.
- Mas me conte o que foi que a Rosa lhe falou naquele dia?


- Amanhã eu termino toda a história pra vocês, agora eu tenho que ir. Beijos.

Segundo capítulo - Segundo tempo

- Então, onde eu parei?
- Dona Liana, a senhora parou na parte que a Rosa dizia que ia te contar uma coisa.
-Aquela noite foi à noite que eu descobri as muitas verdades sobre minha vida.                              
...

. – Lia, agora que você está sóbria, nós duas precisamos conversar. – A Rosa falou se sentando perto de mim na minha cama.
- O que você quer dizer agora? Que vocês já enterraram os meus pais? – falei olhando pra Rosa com o olhar de dor.
- Não. O que eu tenho pra te falar são as verdades. – ela falou se aproximando e pegando o cigarro que estava nos meus lábios. – Lia, acho que esse é o momento mais inadequado e adequando, ao mesmo tempo, para te contar a verdade, toda a verdade.
- Pare de suspense Rosa, odeio suspense. – falei pegando o cigarro ainda acesso que estava na mão dela.
- A sua mãe não podia ter filhos. – disse a Rosa, olhando fixamente para os meus olhos.
- Como assim, minha mãe não podia ter filhos? Eu sou filha dela! Que palhaçada é essa Rosa? – perguntei com os olhos cheios de lágrimas e tomando um gole de uísque.
- Você não é filha dela de sangue. Mas quem mãe é quem cria! – falou com os olhos cheios de lágrimas e com a voz falhada.
- Como assim, mãe é quem cria? Eu sou adotada. – Falei me levantando chorando e batendo forte na parede, peguei um vaso que tinha perto da minha cama e joguei contra a parede. – Por que vocês não me contaram isso antes? VOCÊS NÃO TODOS UNS IDIOTAS! – gritei
- Calma Lia! Eu tinha 19 anos e minha mãe já trabalhava para os seus pais.
- Você é minha irmã? – eu interrompi a Rosa.
- Não, eu sou sua mãe. – disse a Rosa, com os olhos cheios de lágrimas, mas que por algum motivo elas não desciam pelo seu rosto. Naquele momento eu me ajoelhei no meio do meu quarto gritando, negando que aquilo seria verdade, chorei,gritei e me calei e os próximos seis minutos foram o completo silencio no quarto. – Lia, posso prosseguir?
- Pode. – falei engolindo o choro.
- Lia, eu tinha 19 anos e comecei a trabalhar na sua casa, junto com minha mãe, pra pagar a minha faculdade. Seus pais viviam discutindo, porque o sonho do seu pai era ser pai, mas a sua mãe não podia ter filhos. Sua mãe queria adotar uma criança, mas o seu pai queria um filho do mesmo sangue dele.
- Não acredito que vocês fizeram isso com minha mãe! – interrompi mais uma vez a Rosa.
- Lia, aconteceu. Eu era jovem bonita, cheia de vida, seu pai era atraente. Teve uma noite que estava chovendo bastante e a Sra. Anec estava na casa dos seus pais, como chovia muitos, eu não consegui ir para casa, acabei ficando por aqui. Minha mãe estava de folga e na casa só tinha eu, seu pai e mais duas pessoas, que eram o motorista e o antigo jardineiro, mas eles estavam na casinha dos fundos.
- Eu tenho nojo de você! NOJO DE VOCÊ! – berrei no meio do quarto.
- Lia, eu não tinha a intenção de ficar com o seu pai. Mas ele me atraiu. Eu era sonhadora e ainda era virgem. Ele tratou com muito carinho e eu fiquei completamente apaixonada, mas confesso que não foi só uma vez. Depois da primeira noite, o clima mudou, eu me apaixonei pelo seu pai. Então pedi demissão porque eu não aguentava mais aquela facada nas costas da sua mãe, mas fiquei grávida, não tinha terminado a faculdade ainda e continuei no emprego, mas a barriga uma hora iria crescer, então contei tudo para o seu pai e ele disse que assumiria a menina, mas que não registraria você com o meu nome, seria com o sobrenome da Sra. Anec e eu concordei. Não poderia te dar a vida de princesa, mas eu não quis ficar longe de você, então combinados de inventar uma viagem de faculdade pra mim, e eu passei minha estação inteira longe dessa casa e só mantendo contado com o seu pai, quando você nasceu ele disse a sua mãe que iria adotar você e foi então que ele registrou você. Ele resolveu tudo sozinha, mas com os documentos, meus e da sua mãe, depois que eu me recuperei, voltei ao trabalho e me tornei a sua babá. Sua mãe voltou a trabalhar e eu passava o dia inteiro com você. Eu e o seu pai decidimos não nos envolver mais e foi então que eu comecei a namorar com o João, que estudava comigo. Eu realmente gostava do João, mas não era feito o seu pai, então decidir que iria me casar com o João e não iria mais morar aqui nessa casa, mas eu não consegui me distanciar de você e acabei o namoro com o João. Eu me envolvi sim com outros homens, mas você era o meu tudo, não conseguia sair dessa casa.
- Não acredito que você fez isso com a minha mãe! Você é um monstro! Não só você o meu pai também foi um monstro! – falei apontando o dedo para o rosto dela e gritando o mais alto que eu podia.
- Eu te entendo, eu sei que erramos.
- Sai daqui! – sussurrei – SAI DAQUI! – gritei.
- Lia, eu só quero que você...
- SAI DO MEU QUARTO! – gritei.
Peguei um vinho e mais cigarros, comecei a ver fotos da família, a Rosa sempre estava tão presente em tudo, eu a amava, eu a amo, mas essa dor era tremenda, eu não aguentava mais tanta dor, tanto sofrimento. Tudo agora fazia sentido, a Rosa era sempre tão presente na minha vida, muitas vezes mais presente que a minha mãe e ela sempre viajava com a minha família, eu sempre contava tudo pra ela, contava mais as coisas pra ela do que pra minha mãe adotiva.
  A Rosa era minha melhor amiga, sabia de todas as minhas paranoias, as minhas fugas, até me dava uma força pra fugir e sempre me acoitava. Uma vez, quando eu tinha 16 anos, meus pais viajaram para a China e ia passar dez dias lá, eu dei uma festa de quatro dias seguidos na minha casa, a Rosa que cuidou de tudo, bebidas, comidas, som, ela cuidou de tudo. Ela sempre mentia pra me ajudar, mas eu pensava que ela fazia isso porque os meus pais não eram muito presentes na minha vida, eles me viam 2h por dia, que eram uma de manhã e mais uma hora à noite, já a Rosa me via o tempo todo, ela me levava ao shopping, pois eu não poderia ir sozinha, ai ela me deixava no shopping e sumia, só aparecia na hora de irmos pra casa. E o meu primeiro beijo, foi ela que marcou, não acredito até hoje que ela fez isso, ela marcou com o menino na minha casa e disse aos meus pais que não se preocupassem que era só uma peça pra escola que nós íamos ensaiar que ela estaria ali olhando tudo, mas quando os meus pais saíram pra trabalhar ela se mandou também.
                                               ...

- Dona Liana, se a Rosa era tão boa assim. Por que a senhora não a perdoou naquele momento?- perguntou o Pedro que estava sentando ao meu lado.
- Olha aquilo ainda era muito novo pra mim. Não tinha pensado direito nas coisas. – respondi o olhando.
- Mas o que aconteceu no dia seguinte, dona Liana? – pergunta Débora.
- Então gata, amanhã eu termino.
- Dona Liana, a senhora sempre deixa um suspense para o próximo dia! – Fala a Carla.

- Faz parte da história. - falei me levantando da cadeira 


Terceiro capítulo - Terceiro tempo 


No dia seguinte eu acordei com muita dor de cabeça, eu não conseguia nem me abrir o olho, a claridade só piorava a minha dor de cabeça. Botei a mão nos meus olhos que estavam semiabertos, gritei pela Rosa, mas quem apareceu no quarto foi o Tomás.
- A Rosa foi ao mercado Dona Liana. Mas ela já está chegando. – falou o Tomás parado na porta do quarto.
- Entre e feche essas cortinas, essa claridade está piorando minha dor de cabeça. – falei fazendo um sinal pra ele fechar as cortinas.
- A senhorita deveria comer algo, posso fazer uns ovos mexidos com pão. Só sei fazer isso. – falou o Tomás fechando as cortinas.
- Pode ser eu preciso comer algo. – sussurrei
- Então eu vou lá preparar seu café da manhã, acho melhor a senhorita tomar um banho. – disse indo em direção à porta.
- Tomás! – o chamei ainda sentada na cama
- Oi. – ele respondeu segurando a maçaneta da porta pelo lado de fora, mas com a cabeça dentro do quarto.
- Obrigada! – falei dando um sorriso torto.
- Tudo bem. –falou fechando a porta.
Tomei meu banho, mas durante o banho eu pensei em tudo o que a Rosa tinha me falado. Eu não podia aceitar que ela tinha traído a confiança da minha mãe, mas agora eu só a tinha de família, que eu conheça, no enterro dos meus pais, de família só tinha ela e a mãe dela, o resto das pessoas eram empresários e amigos dos meus pais. Demorei uns quinze minutos no banheiro.
- Obrigada mais uma vez por fazer algo pra eu comer. – falei chegando à cozinha.
-Por nada! – ele falou terminando de por a mesa. – Tem bolo e suco também.
- Não precisava por uma mesa repleta de coisas pra mim. Eu como só o pão mesmo. – falei. –Quer se juntar á mim neste café da manhã delicioso?
- Não, obrigado. Eu sou só o jardineiro e tenho muito trabalho. – falou encostando-se a pia de lavar a louça, mas olhando pra mim.
- Eu sou a sua chefe; não sou?
- É sim.
- Sente-se é uma ordem.
- Tudo bem. – ele falou se sentando á mesa.
- Então, o que você faz aqui no dia de hoje? Você deveria está de folga. – perguntei levando o copo de suco de laranja á boca.
- É que a Rosa estava precisando de mais um homem na casa, só temos três pessoas trabalhando aqui agora.
- O que aconteceu com os outros empregados?
- Acho melhor você deixar pra falar desse assunto com a Rosa. – falou olhando fixamente nos meus olhos.
- Não vou falar com ela. – falei pondo o copo de suco na mesa.
- Dona Liana, eu sei toda a sua história, a Rosa sempre quis o seu bem.
- Até você sabia? – falei dando uma risada sarcástica. – Ela não merece o meu perdão.
- Ela não merece o seu perdão? Ou você não merece o dela?
- Você não tem que se envolver com a minha história. – falei levantando da mesa e indo em direção as escadas.
- Típico de você, fugir das responsabilidades. – disse o Tomás vindo em minha direção.
- Não quero você dando a sua opinião sobre a minha vida. – falei chegando à porta do meu quarto. – Você é apenas um empregado! – falei batendo a porta do quarto.
- Liana, abre essa porta! – disse ele ainda subindo as escadas. – Como você é criança. Como você consegue ser bem sucedida com esse pensamento tão infantil. – afirmou se aproximando da porta do meu quarto.
- Você acha que me conhece, mas você não me conhece. Você é novo aqui. – falei de dentro do quarto ainda com a porta fechada.
- Você é tão matura que está falando comigo com a porta fechada, porque tem medo de ouvir as verdades olhando nos meus olhos. No fundo você é carente, insegura. – falou do lado de fora do quarto. – Liana, abre essa porta. – falou baixinho se encostando à porta pelo lado de fora.
- Você não entende que eu estou sofrendo, você não entende a minha dor. – falei abrindo a porta lentamente.
- Você acha que eu não entendo? – ele perguntou me olhando no fundo dos olhos. – Eu não conheço meus pais desde que nasci. A dona Maria, a mãe da Rosa, que cuidou de mim, do mesmo jeito que ela queria cuidar de você. Mas a Rosa não queria que você tivesse uma vida de pobreza. Ela queria garantir o seu futuro.
- Eu não queria ser rica, eu não importaria de ser pobre. – falei soltando a porta e indo em direção a janela.
- Lia, você se importaria sim. Você tem uma vida de princesa sempre teve tudo o que quis. Lá onde eu fui criado, você não teria metade do que você tem. Você não teria esse emprego. – falou entrando no quarto e vindo em minha direção.
- Você não entende. – sussurrei. – Minha mãe nunca me dava atenção a não ser quando ela queria algo. Eu tenho muito dinheiro, mas nunca tive a felicidade por completo. Você foi criado na pobreza, mas recebeu muito amor e carinho. – falei olhando pra ele e indo em direção à cama, ainda sentia uma tontura absurda.
- Quem te deu o amor de sobra todos esses anos? Quem contava histórias pra você dormir? Quem dormia com você quando você tinha pesadelos? Quem dava seu remédio quando você ficava doente? Quem escondia todas as suas festas e travessuras quando era jovem? Quem mentia pra te ver sorrir? Quem fazia todos os seus gostos? Quem te dava várias trocas de carinho e afeto? Quem? Me diz quem? – ele falou se aproximando e sentando perto de mim a cama.
- Cala boca!
- Esse é o seu problema Liana Anec, você não sabe ter maturidade. Sabe quem é você?
- Sei.
- Não você não sabe. Você é uma menina que tem medo dos seus sentimentos, você não tem coragem de enfrentar os seus medos, você não sabe ouvir as verdades, você não resolve as coisas, você cria problemas desnecessários porque você não sabe da um fim neles, você se afunda. Você se afunda porque você não é corajosa o suficiente para lutar contar si. Você se afunda porque você não é responsável o suficiente pra se erguer.
- Você é um babaca.
- Falar mal de mim, não vai fazer com que eu tenha raiva de você, até porque você não atrai raiva, você atrai pena. Você bebe pra fugir dos problemas, mas eles não vão sumir daí você tem medo de resolvê-los e bebe mais e mais, pra nunca ficar sóbria e nunca os resolver. Até quando você vai beber pra esquecer os seus problemas mal resolvidos? É ruim ouvir as verdades não é? Tenho pena de você!
- E você? Você sabe quem é você? Seu idiota!
- Sei melhor que você sua bêbada, ridícula.
- Você é um jardineiro ridículo, que se preocupa muito com a minha vida. Eu quero que você suma da minha cama agora. Vai embora! – falei chegando perto dele.

- Você não tem mais moral nenhuma sobre mim. – ele falou se aproximando de mim. – Daqui sinto o cheiro da sua incompetência sentimental. 


Quarto capítulo – Quarto tempo

- Dona Liana, como a senhora deixou que o seu Jardineiro falasse assim? – perguntou a menina de branco sentada perto da janela. - A Rosa demorou tanto assim pra chegar?
- A Rosa já estava na casa ela escutou a conversa e decidiu não interferir.
                                                           ...

- Qual o seu problema seu estúpido? Perdeu a noção do perigo? – falei me levantando da cama e olhando bem no fundo dos seus olhos, com as lágrimas escorridas pelo rosto completamente molhado.
- Você acha que a Rosa não sofreu – afirmou em baixo tom, olhando fixamente pra mim com lágrimas secas nos olhos.
- Ela sofreu porque quis. – falei dando as costas pra ele e cruzando os braços, olhando para um vaso de flores murchas colocadas na mesinha de cabeceira da cama.
- Você está enganada Liana, ela sofreu pra te ver crescer em um lar onde sua vida não seria pegar ônibus, fazer serviços domésticos, hospital publico e escola pública. Ela sofreu pra você nascer no luxo, pena que você não dá valor ao que ela fez. – falou pegando nos meus ombros e me virando.
- Se ela queria tanto o meu bem, por que ela não pedia pensão ao meu pai e me criava? Ela podia me criar e meu pai pagava minhas despesas. – falei olhando enxugando as lágrimas e olhando para os pés sujos dele, as mãos dele ainda estavam tocando os meus ombros e os seus olhos iam de encontro com o meu cabelo.
- Eu era uma jovem inexperiente Liana, o seu pai notou que errou quando traiu a sua mãe, eu também errei. Se o seu pai me desse uma pensão, lógico que a sua mãe iria desconfiar de alguma coisa. Ele não queria te deixar morar comigo, ele te queria bem e me convenceu de que morar aqui seria a melhor opção, eu era jovem e muito leiga, daí eu aceitei com a condição de que seria a sua babá. – disse Rosa, parada na porta do quarto.  
- Vou indo, é melhor vocês conversarem sozinhas. – disse o Tomás, soltando os meus ombros e indo em direção à porta.
- Tomás, fique! – afirmou Rosa.
- Eu quero que vocês dois saiam do meu quarto, agora. – falei fazendo um sinal para que eles saíssem do quarto.
- É você não suporta a verdade não é Liana? – falou a Rosa – Você acha que o meu amor por você é falso? Eu te amo tanto que eu preferir abrir mão de te criar na minha casa pra te dar um futuro brilhante. Pena que eu como sua babá não lhe ensinei a ter caráter. – disse Rosa pegando no braço do Tomás. – Vamos Tomás!
- Esperem! – falei. – Vocês dois só me julgam sem pensar, como vocês acham que eu estou? Eu acabei de perder o meu pai e a minha mãe de criação, descobri que sou filha da minha empregada e que meu jardineiro é como um irmão da minha empregada. E vocês só me julgam? É muito fácil me falar esse horror de coisas e querer que eu aceite. Mas eles eram os meus pais, e morreram, morreram de uma forma horrível, eu recebi a noticia de uma forma horrorosa. Outra coisa que vocês não sabem é que eu fui demitida, eu perdi um dos melhores empregos do mundo. E eu sei que vocês me acham uma pessoa sem caráter, mas quem são vocês pra falar de mim? Respondam-me quem são vocês?
- Liana...
- Cala boca! Deixe-me terminar Tomás. Tomás um jardineiro que se meteu na história da patroa sem permissão e a Rosa empregada que traiu a própria patroa. Isso é ter caráter pra você Rosa? Vocês escondeu uma história por 24 anos e esconderia muito mais tempo, mas aconteceu essa fatalidade e você aproveitou pra contar logo. Agora eu quero que você saia do meu quarto e vá fazer um almoço descente pra mim. Ah... e você Tomás vá arrumar o que fazer.
- Vamos Tomás. – disse Rosa

Aquele momento foi um dos mais difíceis pra mim, passava todos os momentos felizes que eu tive ao lado dos meus pais, da Rosa, passava momentos ruins também. Lembrava-me dos meus momentos em Nova York e dos momentos no meu emprego, era como se tivesse rodando um filme do meu passado. Deitei-me na cama e chorei. Chorei, chorei me levantei. Tomei um banho e me arrumei, fui à cozinha e almocei, era quase de noite e eu almoçando, comi pouco, mas comi alguma coisa. Sai de casa sem que ninguém visse e aquela noite, eu estava pronta pra descarregar toda a minha tristeza em algo que me fizesse ter paz, o álcool.

Continua...
Valorize quem te ama de verdade, porque depois que ela for embora, possa ser que ninguém mais goste de você.
Quer saber? Eu estou cansada de fingir ser importante, quando eu sei que sou apenas a pessoa que ajuda quando alguém está se sentindo sozinho. O fato de me importar com as pessoas, me importar com os sentimentos dela, não me faz ser importante pra ninguém. Sou apenas uma pessoa que ajuda outra pessoa sem levar crédito algum por nada, sempre. Sempre sou a errada e os meus erros são sempre piores do que os dos outros e eu nunca tenho o entendimento correto sobre minha dor, ou seja, quando o problema é comigo é só drama.

-Gabrielle C. Lima
domingo, 6 de julho de 2014
De frente para o mar eu percebo. Percebo que somos feitos um para o outro. Não feitos esses casais que dizem ser “a areia do seu oceano”, mas sim o sol e a lua. Pois eles nunca estam juntos, mas quando se unem algo único, forte e bonito, não bonito não, mais que isso, perfeito. Algo perfeito se torna.

- Gabrielle C. Lima 
-Eu escrevi em um bloquinho tudo o que eu sinto por você!
- E o que você escreveu nesse bloquinho?
- Eu amo você!

(Gabrielle C. Lima)

Por mais que eu reconstrua a minha vida, o vazio no meu coração deixado por você, nunca vai deixar de existir.

- Gabrielle C. Lima

Ele consegue transformar o meu choro em sorrisos.
- Gabrielle C. Lima 


Escutar música é como mergulhar no mais profundo mar. 
- Gabrielle C. Lima