segunda-feira, 14 de março de 2016
Chovia. Chovia muito no dia que nos conhecemos, choveu ainda mais durante todo o nosso relacionamento, até que por causa das chuvas, vieram os desmoronamentos. Já estava farta de tanta água, as ruas viviam sempre alagadas e eu sabia que era a única que podia acabar com aquilo. O tempo estava fechado sempre, porque o nosso relacionamento agredia o nosso mundo, até que resolvi da um basta a essa chuva. Confesso que foi um pouco tarde demais. Esperei todo o meu mundo desmoronar, ao invés de ter dado um fim ao temporal logo no primeiro alagamento. Mas agora, vou me reerguer. Já está estiando novamente e quando o sol chegar, tudo que foi destruído será reedificado.

-Gabrielle C. Lima  
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
Marquei com ele às 21h, o esperei vim me buscar de carro. Fomos a um restaurante bastante conhecido da cidade, rimos bastante, nos divertimos. Confesso que tudo estava perfeitamente romântico e aconchegante, como sempre é. Depois que comemos, sorrimos, cantamos, trocamos olhares, pagamos a conta e decidimos passear um pouco mais, afinal o tempo passa rápido quando estamos juntos. Decidimos ir à famosa ponte da cidade, a que liga a nossa cidade a cidade vizinha. Sentamos em um banco de frente para o lago e começamos a conversar, trocamos caricias, nos beijamos e fizemos todos os nossos planos, dos mais bobos, aos mais sérios. Até que eu acordei, assustada, querendo que tudo aquilo fosse real, porém infelizmente ele não me nota, eu sou apenas a pessoa que o ama, que o ver criar planos com outra, que mesmo ele possuindo outro amor, não consegue parar de amar.

-Gabrielle C. Lima 
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
Embora eu tenha achado maravilhoso a sua partida, confesso que ela me quebrou inteira. Não foi fácil te ver partir assim. Saiba que sofri bastante, e que por mais que eu fugisse, eu sempre te encontrava. Era como em um filme de terror, onde eu era a vítima e você o assassino. Porém mesmo demorando a entender, percebi que a sua partida foi e sempre será, a melhor coisa que aconteceu na minha vida.                                                                                                                                - Gabrielle C. Lima
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
Ei, não faz isso! Acredite, também dói em mim. Por favor, tente entender que a vida não gira em torno de você! Pessoas erram. E eu sou uma pessoa, assim como você. Juro, não quero te perder, também não quero ter você só pra mim, a única coisa que te peço é pra não ir. Não precisa ser sempre presente, mas também não seja tão ausente. É difícil. Mas se sua vontade for partir, te peço que não volte, nunca mais. Prefiro sofrer agora, do que prolongar a dor. Mas ja te adianto que a sua escolha será consequência das nossas atitudes. Então, meu bem, pense bem.
-Gabrielle C. Lima

Preciso te ver hoje.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Preciso te ver, hoje. Preciso ficar com aquele frio na barriga que sempre fico quando estou contigo. Preciso ficar falando bobagens contigo. Preciso ficar te olhando sorrir. Preciso sentir teu cheiro. Preciso te ouvir tagarelar. Preciso ficar suando frio. Preciso fica com borboletas na barriga. Preciso sentir o calor da minha paixão. Eu só  preciso. Só preciso te ver. Mas tem que ser hoje.

-Gabrielle C. Lima

Pela janela do quarto.

sábado, 28 de novembro de 2015

Essa não é mais uma daquelas histórias lindas de amor, até porque nela, o amor nem foi desfrutado. Tudo começou quando a vi sorrindo, pela janela do quarto, confesso que foi o sorriso mais bonito que já tinha visto, em toda minha vida. Parece clichê, porém é a mais pura realidade. Todos os dias eu a olhava pela janela do meu quarto, que por coincidência, destino, ou força maior, era de frente para o dela. Adianto que nunca tive a oportunidade de conversar com ela. Nós dois não costumávamos sair do quarto. Eu, bem menos que ela. Ela, porém, acenava vez ou outra, quando levantava da cama para fechar a cortina e me via do outro lado,  observando. O que me deixava triste, pois por diversas vezes aquela cortina demorava a ser aberta, levava mais de três dias, pra eu poder voltar a ver o seu sorriso. E era essa a minha rotina semanal, eu a via de longe, às vezes ela sumia, mas quando voltada era cada vez mais linda. Até que tive a infelicidade de ter que fazer uma cirurgia e passei dias longe da minha janela, sem ver a dona do sorriso mais lindo do mundo. E quando voltei, ela já não estava mais lá. Não sei seu nome, não sei sua idade, não sei seu cheiro, não sei seus gostos, não sei o que aconteceu, só sei que é ela quem amo e que é ela a dona do meu coração. E hoje, após quinze anos sem ver o seu sorriso, ando por aí ainda a procura de ver novamente aquele sorriso pela qual me apaixonei, de janela em janela.                                                                                                                                                                        -Gabrielle C. Lima           
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Perdi.
Perdi meu riso.
Perdi meu encanto.
Perdi minha gargalhada.
Perdi minha simpatia.
Perdi minha energia.
Perdi minha esperança.
Perdi minha paixão.
Perdi o amor, o meu amor.

Ganhei.
Ganhei meu choro.
Ganhei minha solidão.
Ganhei meu sofrimento.
Ganhei minha incerteza.
Ganhei minha indecisão.
Ganhei minha insegurança.
Ganhei minha tristeza.
Ganhei a dor, a minha dor.

-Gabrielle C. Lima.
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Ficar sozinha, pra mim, é um problema. Sempre que estou rodeada de pessoas, eu sou a que mais sorrir, a que mais faz piadas, a que mais é feliz, mas o problema chega quando essas pessoas vão embora, ou quando eu fico só, bate uma solidão, no qual eu nomeio de tédio, pra que eu não me sinta mais deprimida, mas a quem eu estou enganando? É solidão. O engraçado é que existe uma diferença enorme entre estar e ser sozinho, mas se você for os dois como que fica sua vida? Confuso né.
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
De frente à essa janela, eu vejo tudo aquilo que eu queria que acontecesse. Vejo a grama bem verdinha, sinto o cheiro da terra molhada, que é levado pela brisa forte do dia chuvoso, que se repete sempre e sempre, porque a chuva é o espelho do meu interior e me vejo ali, molhada, esperando estiar, tanto por dentro, quanto por fora.
- Gabrielle C. Lima
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Me explica, por favor, que amor é esse?
Não consigo entender o motivo dessa tua frieza.
Me explica, por favor, que amor é esse?
Quando você me ignora mais do que me abraça.
Me explica, por favor, que amor é esse?
Não entendo o motivo de tanto desprezo.
Me explica, por favor, que amor é esse?
Quando converso mais comigo, que contigo.
Me explica, por favor, que amor é esse?
Não consigo mais disfarçar a dor.
Me explica, por favor, que amor é esse?
Não da pra entender o porquê me deixou.
Me explica, por favor, que amor é esse?

-Gabrielle C. Lima
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
De todos os sorrisos do mundo eu fui me prender logo ao teu. De todas as conversas que ja tive, com várias pessoas, eu fui me apaixonar logo pelas tuas. Eu tenho sede de falar contigo. Preciso saber o que você está fazendo a cada minuto. Não basta falar com você sempre, eu tenho que relê todas as conversas pra sentir tudo novamente e pensar em como eu poderia ter usado outras palavras, mais suaves.
De todos os sorrisos do mundo eu me apeguei logo ao teu. Me apeguei no sorriso que me perco. Me perco porque mesmo as vezes querendo me afastar pra evitar a dor, eu só me envolvo mais. Por isso que te imploro, fica comigo. Fica comigo, porque eu quero te fazer feliz, sendo feliz contigo. Fica comigo, porque eu quero saber que o motivo desse teu sorriso sou eu, pois o motivo do meu sorriso sempre foi você.
- Gabrielle C. Lima.

O vizinho.

terça-feira, 1 de setembro de 2015
Lembro de como o conheci. Ele era novato no condomínio, assim como eu. Ele não era muito de conversar, confesso que demorou pra que ele falasse ao menos um bom dia . Eu sempre fui muito comunicativa, as vezes até demais, mas sempre fiz amizade muito rápido, menos com ele. Ele era extremamente fechado, falava apenas o necessário, vivia calado. Minhas tentativas de aproximação foram todas um grande fracasso. Até que depois de longos três meses, eu desisti  de insistir uma amizade e comecei a falar apenas bom dia. Porém eu não vou mentir, eu queria saber mais sobre ele, eu queria entender o porquê dele ser tão calado, tão fechado para novas amizades. E eu não estava afim dele, eu só queria saber o motivo dele ser tão caladão. Até que começamos a pegar o mesmo ônibus para ir ao trabalho e se você pensa que ai que começamos a ser amigos, está enganado. Ele era muito fechado continuávamos só no velho e chato, bom dia. Mas a vida é uma resenha mesmo, estava eu de boa na parada esperando o meu ônibus, um calor do inferno, um sol de torrar o suor e nada do meu ônibus passar, eu já estava ficando impaciente, até que ele para com o carro na parada e eu que nem uma retardada, fingi que não vi, paguei de louca mesmo, sou dessas. Mas ai ele me chama e eu fiquei com uma cara de lesada mesmo.
-Bom dia! –falou ele.
-Bom dia! – falei
-Você quer uma carona?  Estou com o carro da empresa.
Como assim ele falou mais que cinco palavras? Como assim ele me ofereceu uma carona? Qual era a dele? Eu recusei a carona. Não me xinguem, eu não aceitei porque eu não vou entrar no carro de um cara que só fala comigo a mesma coisa todos os dias. Por mais que eu queira conhece-lo ,eu não posso confiar né?  E essa minha atitude fez com que nem bom dia ele me desse mais , pois nós dois passamos a não nos ver. Mas a vida é uma caixinha de surpresas e mais uma vez surgiu a oportunidade de pegar uma carona com ele e como eu tava mais que atrasada eu aceitei e cara ele não deu uma palavra até determinado ponto do caminho. Quando já estávamos no meio do caminho ele encosta o carro e o desliga, naquele momento eu gelei, o caminho só tinha mato, qualquer lugar que você olhasse era mato, imaginei logo coisas muito terríveis que ele iria fazer comigo, mas ai ele encostou a cabeça na direção do carro e começou a chorar, ele chorava que nem criança.
-Minhas intensões com você não eram as melhores!
- Não tô entendendo.
-Você entendeu sim.
-Me explica.
- Eu ia fazer tudo isso que você tava pensando que eu ia fazer.
- Eu não pensei em nada.
- Você mente mal.
- Por que você ia fazer isso? – falei colocando minha mão na porta.
- Meus antigos vizinhos mataram meu pai e minha mãe depois de um estupro.
- E o que eu tenho a ver com isso?
- Você é a minha vizinha.
-Não tenho a culpa pela morte dos seus pais.
- Eu notei agora que realmente não tem, você é doce.
- Olha, eu acho melhor você ir ao psicologo.
- Você não sabe como é ruim carregar a culpa de não ter salvo os seus pais.
- Por que você ia fazer isso comigo? Acha que fazendo o mesmo que eles você vai se ajudar? Isso só piora.
Eu ainda fui com ele até o trabalho mas continuem pensando nele por um tempão. Por mais medo que eu tivesse dele, eu tinha que o ajudar, então comecei a ser amiga dele, o bom dia, virou nossas conversas e ensinamentos, passei a ir com ele ao psicologo, o que durou um bom tempo, porém ele teve um surto e se matou, por um motivo que morreu com ele. 


(- Gabrielle C. Lima)
Por diversas vezes já me perguntaram o motivo do meu sorriso,
Por diversas vezes eu respondi que pra sorrir eu não preciso de motivo.
-Gabrielle C. Lima
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
Se toda vez que eu chorasse eu ganhasse uma moeda, eu estaria rica. 
Se toda vez que eu sentisse dor, eu comesse, eu seria obesa. 
Se toda vez que eu sentisse sua falta, eu te ligasse, iria pagar caro a conta do celular.
E se toda vez que eu sorrisse o motivo fosse você... Bom... Eu saberia o que é ser feliz de verdade. 
- Gabrielle C. Lima
segunda-feira, 13 de julho de 2015
O meu silêncio transmite verdades na qual o meu barulho esconde. 
-Gabrielle C. Lima. 

Ilusão

quinta-feira, 2 de julho de 2015
Enquanto as minhas lágrimas caem e se misturam com os pingos de água caindo sobre meu rosto, enquanto tomo um banho demorado, penso nas muitas vezes em que poderia ter feito ou dito, algo diferente, penso nas muitas vezes em que poderia ter mudado o rumo da história, eu penso quão burra fui de ter agido daquela forma e de quão burra continuo sendo ao tentar me enganar pensando que chorar ao chuveiro vai adiantar de alguma coisa. Enquanto sei que sou tão covarde ao ponto de chorar no chuveiro, pois penso que como meu rosto já está molhado, eu não estaria chorando e sim lavando o meu rosto com as minhas próprias lágrimas, que complementam as gotas de água que caem violentamente no meu rosto. 

- Gabrielle C. Lima
sábado, 9 de maio de 2015
Na flor da idade vivo nessa sociedade,
onde nem sei se vivo com felicidade,
mas sei que não tenho liberdade
e isso é só uma mera realidade
de uma sociedade extremamente covarde.
-Gabrielle C. Lima

Éramos apenas melhores amigos.

quinta-feira, 2 de abril de 2015
       Primeiro Capitulo    

               Era noite quando liguei para o Miguel, sei que deveria não ligar, mas o que posso fazer se eu o amo? Na boa, não sei nem se é amor, segundo o Ben – meu melhor amigo – o que eu sinto pelo Miguel não é amor, é só uma paixão. Ele acha que sabe o que sinto, só quer ser o psicólogo, sabe tudo de relacionamento, mas nunca namorou ninguém, ás vezes até penso que ele é gay, mas segundo ele me fala, ele só está à espera da garota certa e enquanto ela não chega ele fica com as erradas, totalmente desapegado a qualquer tipo de menina, ela pode ser linda como for ele só fica uma vez com ela. Enfim, eu liguei para o Miguel, mas quem atendeu foi à mãe dele, ela me falou que ele tinha saído com a Camila e tinha deixado o celular carregando, pelo visto foi falar de mim para ela, sabe que ela me odeia mesmo, ou talvez não, ele tenha me esquecido já, foi ele quem acabou comigo mesmo. Só dói saber que ele acabou porque não sentia nada por mim. Sabe aquela dor que você sente que não tem nenhum remédio? Aquela dor que você não sente fisicamente, mas sentimentalmente ela te destrói toda? Aquela que com o tempo diminui, mas com as lembranças pioram? Aquela que se cura com o recomeço? Aquela que só brota de um sentimento? Aquele sentimento... Aquela paixão. Bom, era isso que eu sentia naquele momento. Liguei para o Ben, queria que ele viesse na minha casa, eu não tava bem, precisava de um ombro amigo, mas o Ben estava em uma festa e só me retornou às 4h da manhã.
-Alô. – falei ainda meio sonolenta.
-O que houve? – falou o Ben.
- Quando eu acordar eu te ligo.
-Mas você está acordada!
- Só porque eu estou falando com você, não significa que estou acordada.
- Ta bom, sonâmbula.
-Passa aqui em casa mais tarde. Beijo.
- Tá.
Quando eu acordei, às onze horas, liguei para o Ben, vim na minha casa e o retardado ainda estava dormindo. Como não tinha nada pra fazer já que minha casa estava toda arrumadinha, eu fiquei olhando para o vaso que tinha na janela da cozinha, nunca entendi qual era a ideia daquele vaso ali, mas todos os dias a dona Lúcia, a empregada, colocava ali.
- Vó, a senhora faz um bolo de chocolate pra de tarde? O Ben vem pra cá. – sim, eu a chamava de vó, ela trabalha na minha casa desde que eu era criança e a minha mãe me acostumou a chama-la de vó.
- Faço sim, mas e o Miguel? Ele não tem ciúmes do Ben?
- Nós acabamos ontem.
-Ainda bem! Quer dizer, poxa minha filha eu sei o quanto você gostava dele. – ela não curtia o Miguel – Mas você vai superar e vai aparecer outro menino na sua vida que vai te amar muito e te fazer a pessoa mais feliz desse mundo.
- Vó, não preciso de lição de moral. Não quero escutar essas coisas, porque eu já vou ouvir isso do Ben. Só faz o que eu te pedi.
- Está bem Emma.
Benjamin
- Oi dona Lú, a Emma está? – falei quando ela abriu a porta e me pediu para entrar.
- Está sim meu amor, entre. – falou me dando um beijo na bochecha. – Ela está no quarto, não sai de lá desde a hora do almoço.
- O que houve? – perguntei
- Acabou o namoro, eu sei que isso te deixa feliz, mas da um jeito de não demonstrar isso agora, ela está tão deprimida. – falou a dona Lú.
- Ela te falou o motivo? Eu nunca vou deixar ela perceber que eu gostei desse termino, ele nem combinava com ela. – falei com um sorriso no rosto, a dona Lú sabia que eu era extremamente apaixonado pela Emma, mas só ela sabia.
- Não me falou nada, só disse que acabaram. Meu filho já está na hora de você falar tudo pra ela.
- Não dona Lú, a Emma ainda não sente nada por mim, ela me ver como um irmão, vou esperar o tempo certo, mas enfim vou lá.
- Então tá certo.


Segundo capitulo

Ben
Enquanto ia caminhando em direção ao quarto da Emma, imaginei mil palavras diferentes, nas quais pudessem a ajudar nessa hora, mas tudo que pensei era extramente clichê e sem nexo.
-Emma? – chamei batendo na porta do seu quarto.
- Pode entrar. – respondeu.
Naquela hora, bateu o nervosismo, eu não poderia falar para ela tudo o que eu estava pensando, imagina como seria difícil para ela ouvi do seu melhor amigo “Emma, ele foi homem de ter acabado com você, ele nem te amava e todos já tinham percebido isso.”, mas como eu penso muito antes de falar algo e sempre sai merda, deixei as palavras saírem sozinhas da minha boca.
- A dona Lú me contou que vocês acabaram e eu acredito que foi ele quem acabou com você.
- Nossa como você conhece as pessoas. – falou a Emma com uma voz grossa e chorosa.
- Um bom psicólogo observa antes de falar. – falei me aproximando dela, que estava sentada no chão olhando pela janela, nunca entendi o motivo dela ficar olhando pela janela, que era extremante baixa, a vista que ela tinha nem era bonita. A janela era de frente para uma parede onde tinha uma bicicleta antiga - que nunca foi usada - e vários entulhos que ela juntava, mas que não serviam para nada.
- Você ainda não é um psicólogo formado, é só um enxerido que dá ótimos conselhos. – falou me olhando com os olhos cheios de lagrimas e um sorriso verdadeiro aleatório e ver aquele sorriso em meio à dor me fez muito bem.
- Pode me contar o que houve logo, ou vai ficar me enrolando com piadinhas? – perguntei sentando ao seu lado.
Emma
-Há algum tempo ele vinha mudando de atitudes comigo, não ligava sempre, não marcava pra sair, ficava me evitando, até que ele passou a vim com umas conversas estranhas de que não sabia o que sentia, na real, eu sempre soube que ele não me amava, mas tentava mentir pra mim mesma, já que eu o amo tanto, ou não, nem sei se é amor, dizem que o amor te faz feliz, mas o meu amor só me traz dor. – falei encostando minha cabeça no ombro do Ben que colocou o braço por cima do meu ombro e encostando-se à parede, já não estávamos mais olhando para os meus entulhos e sim olhando para a minha cama que estava completamente bagunçada.
- Na boa, tu achas que isso é amor mesmo? Pensei em mil palavras pra te falar pequena, mas não acho que o que tu precisa agora é de palavras boazinhas, tu precisa que te falem a verdade pra que tu cresças em cima disso. Emma, eu te conheço à dez anos sei de todos os teus sentimentos, sei mais sobre você do que a sua própria mãe, já te vi assim antes várias e várias vezes, você não consegue esconder nenhum sentimento meu e tá na cara que você não ama aquele moleque, sim é isso que ele é, um moleque. Pequena acorda isso é só uma paixão, vai passar.
- Eu não preciso que você me fale se é amor ou paixão Benjamin, eu não quero saber disso. Eu preciso de um amigo que me diga palavras que me façam se sentir bem, que entenda a minha dor e não uma pessoa que me jogue na cara tudo o que eu já sei, eu sei que é só uma paixão, mas está doendo, você nunca vai entender isso, nunca vai entender o que eu estou passando, a dor que estou sentindo porque você é muito racionalista e eu sou muito sentimental, você olha tudo com a razão e eu me entrego no sentimento.
- Emma, me desculpe, é que eu já te disse que se jogar de mais só te faz quebrar a cara. – falou o Ben me olhando no fundo os olhos. – Pequena, o Miguel é um idiota, ele só quis namorar contigo porque ele é do tipo de cara que não consegue ficar sem mina, mostra pra ele que tu és pior que ele, ficar ai chorando não vai melhorar teu sentimental, vai te deixar pior, levanta se arruma e sai, finge que tá cagando para ele, mesmo você estando totalmente quebrada. Emma, junta esses cacos do teu coração e reconstrói o muro dele, pra que não exista próxima vez, mas deixa uma brechinha no muro, pra que o próximo guri que entrar te ensinar o que é amar de verdade. – falou o Ben, levantando e me puxando junto, eu juro que eu queria fazer tudo àquilo que ele disse, mas eu não conseguia, eu não tinha mais vontade de fazer nada além de chorar e chorar.
- Ben, eu não consigo fazer isso, essa menina não sou eu. Eu quero chorar muito, assistir filmes tristes, chorar mais, comer muito chocolate.
- E ficar uma bola? Cheia de espinhas? Ficar com a saúde lá em baixo? Cresce guria! Arruma-se ai que nós vamos sair.
- Eu não vou a lugar nenhum. – falei enxugando minhas lágrimas.


- Ahhhh, você vai sim, vou te esperar lá na cozinha. Não demore! – falou o Ben saindo pela porta. 


Terceiro Capítulo



Ben
Odiava ver a Emma daquele jeito, ficava sem saber o que fazer, por isso que a chamei pra sair, acho que na rua ela não iria chorar e seria mais uma forma de distraí-la. Além disso, a Emma é extremamente forte, ela diz que só quer chorar, mas ela é o tipo que chora tudo o que tiver de chorar em um dia.
- E ai? Como ela está? – perguntou a Dona Lú.
- Bom... Ela está mal, porém vou a levar na praia, ou em algum lugar onde ela possa esquecer um pouco desse guri, vou tentar não conversar sobre ele.
- Isso é ótimo! Só não a leve para o shopping, nem a soverteria. Ela ia muito com ele nesses lugares.  
- A senhora acha que a Emma gostava mesmo do Miguel, tipo... Amor?
-Olha Ben... A Emma era muito apaixonada pelo Miguel, mas eu acho que amor não é a palavra certa pra o sentimento dela, vamos deixar o tempo passar, pra ver se é amor ou apenas uma paixão. Não vamos julgar certo?
-Eu já disse pra ela o que eu acho. Eu sei que foi errado, mas eu não curto esconder a verdade da Emma.
- Você também não precisa jogar tudo na cara dela Ben, ela está sofrendo e você é a pessoa em que ela mais quer que a ajude, então esqueça essa sua racionalidade e passe a agir com mais sentimento. Ou você quer perder a sua amiga?
- Não quero perder ninguém. Mas eu vou ser mais sentimental. Prometo.

Emma
Enquanto o Ben estava na cozinha com a vó, eu tirei um tempo pra pensar na vida, liguei meu computador e fui ler um pouco dos textos da minha escritora favorita Rayane Santana, na boa, sempre me identifico com os textos dela, são os melhores. Às vezes parece que ela sabe o que eu sinto e só passa isso para o blog.
Eu evitei por dias escrever sobre você, e sobre você mesmo, não vou negar não. Mas eu precisava desabafar, e meu jeito é assim escrevendo.
Por quê? Porque você foi embora? Como assim não sente nada? Caraca, às vezes é inacreditável. Não sei se você sabe mais se fosse possível eu moveria montanhas por ti, entretanto a sua escolha foi totalmente diferente, você preferiu ir embora. Encantou-se por outro alguém assim que partiu, ou partiu por ter se encantado por ela. De que me importa? O que eu tenho a ver com isso? Nada. Eu acabei me decepcionando com você, com algumas atitudes, talvez seja só uma “paixão intensa” como foi dito, talvez não. Na nossa historia sempre existiram tantos “talvez”, ouve até um dezembro. Tudo no passado mesmo acabou.
Sei lá, você faz falta. Talvez seja errado ainda te querer e daí? Continuo te querendo. Obrigada por ser uma das minhas lembranças mais bonitas, eu só não conseguir alcançar o meu objetivo, que era ser o motivo de teu sorriso, eu sei que o amor não rima, mas, eles formam um par, nós não formamos. Eu sinto saudades, do que nunca tivemos, das horas que passávamos conversando, das vezes que saímos, dos seus poucos abraços, da maneira com a qual você me chamava como fazia com que eu me sentisse importante, como fazia com que eu me sentisse amada, eu queria reviver tudo isso de novo. Eu queria que assim como eu você sentisse falta do pouco ou do tudo que tivemos.
Nada pra nós nunca foi fácil, mas como diz o ditado “O amor faz a gente ver arco-íris em céu nublado”. Só você conseguia me deixar boba, sorrindo a toa, sempre de boa e achando que a vida é assim sempre muito boa! E olha só pra mim hoje, totalmente acabada emocionalmente.
Trocaria 12 tardes folgadas, por uma cheia de coisas a fazer com você. E que a nossa história passou a ter muitas vírgulas, foi uma redação que deu fuga total ao tema.
Desculpa. Perdoa todos os meus dramas, todas as minhas palavras clichês, eu queria que ao menos uma vez tudo desse certo, UMA vez, é que essa vez fosse com você, eu só queria que você me amasse, e querer infelizmente não é poder.
Hoje assim como ontem, não é dia de sorrir, eu continuo sorrindo, por teimosia, só pra tentar não dar lugar a tristeza. Tá complicando, a solidão já voltou e arrumou o seu quartinho, ela está refazendo a muralha em torno do meu coração, aquela que você quebrou. A tristeza bate na porta todos os dias, teimosa eu não a deixo entrar, mas ela vai entrar. A depressão mandou uma carta, avisando que já esta a caminho. O orgulho e a razão invadiram tudo e agora são eles que ditam as ordens na maioria das vezes. E mesmo assim eu ainda penso em ti, eu ainda me importo e me preocupo, mesmo que não pareça. Mesmo assim, desculpa por qualquer coisa! Eu só quero que você volte, mas estou me conformando que a sua volta não passa de uma mera ilusão. É como querer chuva no deserto. Todos os dias, eu vou lá à nossa conversa e fico relendo-a , olho a sua foto, e tenho aquela merda de esperanças que você venha conversa comigo, eu fico imaginando se você não faz o mesmo, se também não espera ver um ’escrevendo’, eu faço isso todos os dias.
O coração continua um caco, quase pó, e os pensamentos ainda vão a você!

-Rayane Santana
  
Disse tudo o que eu estava sentindo, é por isso que eu me amarro tanto eu ler os textos dessa mulher. E cada vez mais ia me perdendo nos pensamentos e pensando naquele idiota que resolvi amar.
- A senhorita já está pronta? – grita Ben, do outro lado da porta.
-Não! Vou me arrumar! – gritei abrindo a porta do guarda-roupa.
 Demorei quase nada pra me arrumar, já que eu não estava nem um pouco a fim de sair. Coloquei um vestido soltinho com uma sandália rasteirinha e fiz uma trança em meus cabelos, lavei o rosto e só coloquei uma base e um pó pra não sair com o rosto tão deformado na rua.
- Estou pronta, aonde vamos? –perguntei chegando à cozinha.
- Não sei. Só andar por ai... – respondeu o Ben.
- Vão logo, antes que fique tarde. – Falou a vó.
- Realmente, vamos logo antes que eu desista. E não vou levar bolsa, nem dinheiro, nem celular. Se eu precisar de algo o Ben resolve.
- Virei banco? Orelhão?
- Se reclamar eu não vou mais. – resmunguei 
-Vish! Que animação. - falou o Ben. 

Quarto Capítulo   


Ben
 Levei a Emma ao circo, estranho não é? Mas como eu sei que ela gosta de circo, achei que a levando nele, ela ficaria mais feliz. Acertei, em ter a levado, ela sorriu bastante, embora quando estávamos chegando perto de casa ela foi desaminando, então durante toda aquela semana, nós saímos. A cada dia era um local diferente, até porque a cada dia a dor vai cicatrizando.  A Emma sempre foi uma menina muito agitada, porém muito doce. Ela valoriza o momento, mas se importa muito com palavras, ela busca agradar a quem ela gosta, então se ela não gosta de alguém ela o ignora bastante. Ela é do tipo que defende quem ama até o ultimo minuto e se mesmo assim a pessoa estiver errada, ela não abandona, nem julga, só entende e aconselha. Quando magoada, ela apenas se isola, não gosta de conversar, mas curte quem respeita o momento de dor dela, procura se recuperar o mais rápido possível e assim que se recupera, volta a fazer tudo de novo, pois ela gosta de viver momentos bons várias vezes seguidas, mesmo sabendo que pode dar errado futuramente. No final daquela semana a Emma já estava mais recuperada, já não falava mais no Miguel, nem o evitava, ela tem um dom de perdoar muito fácil as pessoas, você pode magoa-la e ela ficar triste na hora, mas com o passar do tempo ela te perdoa, mas não volta a ser amiga como antes.
 Emma                                                                                                                                                                                              Era sábado à tarde, uma semana passou e a minha raiva pelo Miguel foi sumindo a cada dia. Não tá sendo fácil esquecer ele, porém botei na minha cabeça que nem tudo o que quero posso ter, então... Bola pra frente, talvez ele não seja realmente o meu grande amor, como pensava. Resolvi sair, da uma volta por ai, o Ben tinha ido visitar a avó dele e não podia sair comigo, já boa parte das minhas amigas namoram e só saem com os namorados, decidir ir da uma volta sozinha.
Enquanto caminhava pelo calçadão e sentia a brisa do mar bater em meu rosto, pensava no quanto eu era feliz de ter aquela minha vida. Eu tinha uma empregada, que era uma mãe pra mim, tinha uma mãe bem ocupada, mas que sempre que podia, tirava um tempo pra ficar comigo, meu pai eu não conhecia, mas isso nem era um problema, minha mãe por si só dava conta de tudo e sempre sorrindo, embora eu soubesse que nem sempre ela está feliz.  
- Quanto custa à água de coco? – perguntei
- Três conto, moça! – respondeu um senhor magro e sorridente.
- Vou querer a mais gelada que o senhor tiver! - falei
- Também quero uma, tio! –falou um rapaz chegando ao quiosque.
- Aqui a coco de seis dois. – falou o senhor, entregando a coco para mim e para o rapaz ao lado, paguei e me despedi do senhor.
Caminhei mais um pouco e resolvi voltar, eu perco a total noção do tempo quando estou caminhando, como não levei celular, eu não sabia a hora, só sabia que já estava anoitecendo.
- Moço, o senhor pode me informar que horas são, por favor? – perguntei pra um rapaz que estava admirando o mar.
- São 17:23! – falou olhando para o relógio – Nossa é você?
- Sou eu!... Pera... Sou eu o que? – perguntei surpresa
- A mina do coco.
- Não vendo coco.
- Eu sei, falei isso porque te vi lá e não faz muito tempo.
- Ahhh... Foi... Não te reconheci, porque não olhei pra você.
- Realmente. Como devo chama-la? – perguntou
- Emma! Prazer! – falei
- Sou o Marcelo. Você vem sempre aqui?
- Não e mesmo se viesse não iria te falar, eu em. Nem te conheço. Tchau!
- Nossa, alem de linda é esquentadinha. Não precisa se preocupar, eu não sou um sequestrador, se é isso que você pensou.                                                                                                                                                                                                                     – Não pensei nada, tchau Marcelo. – falei saindo, eu em nem conhecia o menino e ele já foi perguntando se eu venho sempre aqui, vai que ele me sequestre.       
- Tchau esquentadinha! – gritou enquanto eu andava rápido e sem olhar para trás, embora eu quisesse olhar novamente para aqueles olhos claros e perfeitos, ele era tão lindinho, mas minha vó sempre disse que nunca confie em alguém que você não conhece.  

 Quinto Capítulo

Emma


No outro dia voltei à orla, porém dessa vez fui pelo lado oposto, queria andar, conhecer novas pessoas e também não queria encontrar com o guri do dia anterior, mas o clima tava tão agradável que decidi da um mergulho, na boa, aquela brisa tava tão perfeita.  Sempre quando estou com algum problema eu gosto de ir à praia, talvez porque me dê calma. Quando mergulho, sinto o mundo parar, meus problemas somem, tudo vira paz, só por uns poucos segundos.
Enquanto caminhava a procura de um lugar vazio para dar um mergulho – sim, eu não gosto de mergulhar por centenas de pessoas ao meu redor, sei lá o porquê, só sei que não me sinto bem- vinham em minha mente todos os momentos que eu e Miguel passamos juntos, todos os abraços, beijos, puxões, até todas as brigas bestas, até os choros vieram na mente, juro que não queria pensar nele, mas era involuntário. Por mais que eu quisesse pensar em outras coisas, a única coisa que passava na minha cabeça era que o Miguel acabou comigo.
Demorou até eu achar um lugar vazio para mergulhar, não estava totalmente vazio, mas quase não tinha pessoas. Quando entrei no mar, perdi a total noção da hora, já era escuro e eu ainda estava no mar.
-Frio!Frio! Frio!Frio! Frio! – sussurrei enquanto saía do mar e ia em direção as minhas coisas, que estavam jogadas na areia.
Quando cheguei em casa decidi ligar para o Ben, o chato tava me fazendo uma falta enorme.
- Alô? –uma voz fina falou
-O Ben está? Aqui é a Emma!
- Oi Emma. Ele está no banho.
- Quem ta falando?  - perguntei.
- A Débora.
-Ahhh!
- Enfim, quando ele sair peço pra ele te ligar, tchau!
-Tchau.
É, até que o Ben está fazendo algo melhor que eu né. Acho que essa mina deve ser parente dele, ou não né. O Ben pega mais meninas que o Jeff, um famosinho da minha escola. Já que o Ben estava ocupado decidi me ocupar também.
- Vó,vou ali! – falei abrindo a porta da sala
- Ali? Aonde? – perguntou
- Na biblioteca, to afim de ler algo.   

obs: esse capítulo ficou curtinho, mas vou recompensar no próximo meus amores, espero que gostem. 



Sexto Capítulo

Emma

Era mais ou menos uma oito da noite quando sai de casa, ainda bem que perto da minha casa tem uma biblioteca que fecha tarde. Ler e escrever pra mim é como me afogar, mas eu me afogo e não peço socorro, porque é prazeroso.
Enquanto andava pelas ruas frias da cidade fiquei imaginando quem era Débora e o porquê do Ben não ter me ligado ainda. Era estranho isso, toda vez que eu ligo pra o Ben e ele não atendia, depois ele retornava, mas ele nem ligou pra mim de novo. Talvez ele estivesse namorando aquela Débora, ou sei lá, ela não deu o recado.  Juro que fiquei com vontade de ligar novamente, mas não quis atrapalhar né.
Avistei a biblioteca do outro lado da rua, era um prédio velho, porém sofisticado. A biblioteca tinha um clima de século passado, mas era só a decoração que “lembrava coisas de velho”, o local em si era muito aconchegante e fofo. A porta era de  alumínio quando abri fez aquele barulho de porta antiga, ainda bem que não tinha ninguém, se não seria lixada. Quando entrei fiquei maravilhada, era parecia ser tão simples por fora, mas era um mundo por dentro, tinha livro de tudo, tinha várias e várias revistas, tinha mesas com várias coisinhas em cima, computadores, impressoras, vasos, sofás, poltronas, televisão. Lá no fundo da biblioteca tinha uma recepção, e do outro lado da parede um lugar com comida, tipo uma lanchonete, achei estranho isso de comida com livros, mas é um lugar mega legal.
Enquanto procurava um livro ficava lembrando-me do Miguel, isso é chato, mas eu só pensava nele, o tempo todo, eu sei que isso é idiota mais o que posso fazer?  Até que achei um livro que o título me chamou atenção: “Antes de tudo acabar”. O título do livro já me fez pensar mais ainda nele e nos nossos momentos. Quando abri o livro o primeiro parágrafo já me prendeu ainda mais ao livro, nele estava escrito “Para todos aqueles que têm dúvidas. Para as perguntas sem respostas e para as duvidas respondidas”.  Mas parei ali mesmo, peguei meu celular e abri na galeria, me sentei no chão encostei-me à estante repleta de livros, novamente peguei meu celular e comecei a excluir muitas coisas que me faziam lembrar-se do Miguel. Apaguei algumas fotos que não tinha apagado algumas músicas, textos, mensagens, tudo o que me fazia automaticamente me lembrar dele, eu apaguei. Não entendi o motivo daquilo, mas só me deu vontade, naquele momento, de fazer aquilo.
- Fim de namoro? – falou uma voz grossa, porém uma voz conhecida. Não olhei de imediato, virei à cabeça e olhei para o lado, discretamente, não vi ninguém na biblioteca além da minha pessoa e de pés do meu lado, sapatos de homem.
-Sim. – respondi ainda olhando para o lado.
-Não acha que vai ter volta?
- Não vai ter. Fui muito burra de namorar esse garoto.
- A paixão faz isso.
- Isso o que? Magoa? Machuca? Maltrata? – falei baixinho e dando intervalo entre uma palavra e a outra.
- Ela te deixa no mundo da lua.
- Você é especialista nisso? – perguntei levantando minha cabeça e olhando pra frente.
- Sou acostumado a me apaixonar por erros. – falou ele. Senti quando ele se abaixou e ficou de cócoras do meu lado. – Mas sabe?... Esses meus erros me fizeram crescer muito. Talvez você possa ver o lado positivo desse termino.
- Você está me pedindo pra ver o lado bom da dor? – perguntei me virando e falando com um tom de voz mais rude.  Mas quando virei para olha o garoto, eu simplesmente não me controlei. – Você??? – perguntei surpresa.
- Oi bonitinha da praia. – falou ele com um sorriso de lado. Sim, ele era o menino da praia.
- O que você faz aqui? – perguntei ainda surpresa.
- Trabalho aqui. – falou sorrindo. Então ficamos calados por um tempo. – Então... Respondendo a sua pergunta... A dor sempre tem um lado positivo.
- Eu não acho.
- Então ta bom... Não vou te obrigar a pensar como penso... Mas... Acho que você não deveria ta conversando comigo.
- Por quê?
- Porque você foi ensinada a não falar com estranhos lembra? E tecnicamente é isso que sou. – falou soltando um sorriso
- Você costuma ser babaca assim mesmo? Ou está só se fazendo?
- Costumo competir com a pessoa quando converso com ela.
- Você está me chamando de babaca?
- E se estivesse?
- Se você estivesse eu diria que teria aprendido com você.
- Então você é desse tipo de menina?
- Que tipo?
- Do tipo que se perde nas respostas quando fica com vergonha. – falou olhando bem no fundo dos meus olhos. Naquele momento eu fiquei completamente sem graça, e por mais um momento ficamos calados ali.
- É.. – falei me levantando, colocando meu celular no bolso e fechando o livro. – posso levar? – perguntei.
- Não! – respondeu bem grosso – pra você, vai ter que vim ler aqui. – falou sorrindo e se levantando também.
- hahaha! Você é muito engraçado! – falei ironicamente.
- Estava brincando.  Você pode levar o livro, tem três dias pra devolver ta certo? – falou indo em direção a recepção. – você só tem que assinar esse formulário aqui, pra segurança do livro.
- Vocês deixam as pessoas levarem os livros pra casa mesmo?  Pensei que você estava brincando. – falei chegando perto do balcão.
- Nós não deixamos, mas coloco como se fosse eu que tivesse pegado, ai meu pai não reclama.
- Seu pai é o gerente? – falei  já assinando o papel
- O dono. –respondeu.
- Mas... Porque eu estou respondendo esse formulário? – perguntei.
- Porque eu quero ficar pra mim, só assim vou saber seu número e onde você mora.
- Não coloquei onde moro.
- Não tem problemas, eu vou descobrir quando nós começarmos a namorar. – falou se aproximando de mim
- Para de me xavecar e volta a ser aquele intelectual que tava me ensinando que a dor tem um lado positivo.
- Prefiro ser os dois, cada um no seu momento, pra mostrar pra você que não sou esse idiota que você acha que sou. – falou sorrindo de lado.
- E eu prefiro que você se cale.
- Também prefiro que você se cale, então já podemos resolver isso.
- Tchau! – falei pegando o livro, me virando e indo em direção à porta.

- Tchau, até daqui a três dias, quando você vier devolver o livro.  – gritou o garoto.


Sétimo capítulo.

Ben
Já fazia cinco dias que eu estava na casa da minha avó. Não vou mentir se disser que não estou com saudades da Emma, mas eu não estava com muito tempo pra falar com ela. Acho que até foi bom eu vim passar uns dias aqui na casa da minha avó. Minha avó mora no interior da cidade, onde o sinal da internet pega quando quer e o sinal do celular pega com dificuldade, por isso eu resolvi unir o útil ao agradável. Já que estou em um lugar onde o sinal é ruim, vou aproveitar o lugar.
Por diversas vezes quando a noite chegava, eu olhava para as estrelas e sentia uma enorme vontade de ligar para Emma, mas eu me segurava. Não estava fugindo dela, estava apenas tentando me desligar um pouco desses meus pensamentos, mas na verdade eu estava mentindo para mim, porque eu só pensava nela, em esquecer ela e em perceber que não estava adiantando. Parece que quanto mais você tenta esquecer, mais você lembra. Acho que é porque você se preocupa tanto em esquecer a pessoa que você se prende mais a ela.
-Oi! – falou à Débora – Quer café? –falou em pé, com duas xícaras de café, uma em cada mão.
A Débora é a filha da Marlene, a mulher que cuida da minha avó. Ela tem quinze anos e somos amigos desde à infância, ela namorou o meu primo João, moleque sortudo, na boa a Débora era muito gostosa, além de ser mega simpática.
-Sim! – falei esticando o meu braço
- Cuidado! Tá super quente! – falou tocando na xícara com a ponta dos dedos.
-Você sumiu hoje à tarde. O que houve?
- Estava estudando, tenho prova de Geografia e não entendo muito bem a matéria. – falou puxando uma cadeira e sentando ao meu lado. Estávamos sentados no terraço do casarão, olhando para um matagal, coberto por um céu cheio de estrelas, completamente incomodados com os mosquitos.
- Mas você conseguiu aprender?
-Um pouco. – falou olhando fixamente para as arvores e colocando a xícara quente em seus lábios.
-Você não tem medo? – perguntei
-Medo de que? – perguntou ainda olhando fixamente.
-De ficar olhando pra mata.
- O que tem de ruim em olhar as árvores?
-Pode sair algo de lá!
- Mas você está olhando lá, assim como eu!
- Não! Eu estou olhando para o céu. – falei e naquele momento ela entrou em gargalhada, eu não entendi o motivo daquelas gargalhadas histéricas – O que foi?
- Meu Deus como tu é medroso. –falou ainda rindo
- Não sou medroso, só não curto ficar olhando pra essas árvores.
- Sabia que já mataram pessoas ai? Minha mãe diz que eram da mesma família, mas mexeram com o Zeca e o Zeca não perdoa ninguém. – falou ainda olhando fixamente – Dizem que as almas andam por ai, vagando... sem rumo.. – falou virando a cabeça e me olhando bem no fundo dos olhos. – Bu! – gritou
- Ai! – falei com os olhos arregalados, e com o coração acelerado, lógico que tive susto, uma coisa que eu não curtia era esses bagulho de alma.  – que susto!
- Não acredito que você acreditou nessa bobagem.
- Mano, cala boca!
-HAHA! Medroso! – falou levantando-se.
- Pra onde é que você vai? – perguntei,
- Vou dormir!
- Não, fica aqui!
- Amanhã eu acordo cedo.
- Mas eu estou com medo de ficar aqui sozinho.
- Não posso fazer nada por você.
- Você pode sim, ficar aqui... dormir comigo..
- Não. Vou indo tchau.
- Boa noite então. – falei me levantando também, embora eu não estivesse com sono, ali eu não ficaria.
                                                                       ...
-Bom dia! – fala a Débora abrindo as cortinas do quarto, o barulho delas me deixava agoniado.
- Que horas são? – perguntei ainda com os olhos fechados.
- Onze e quarenta! Levanta vagabundo, o dia tá lindo, olha esse sol!
- Estou vendo! Tá queimando minha cara. – falei virando contra a janela, ainda com os olhos fechados.
- Não sabia que você conseguia ver sem abrir os olhos, que legal. Depois me ensina.
- Te ensino se você me der um beijo.
- Então esquece, eu aprendo sozinha.  –falou a Débora. E por um momento o quarto ficou em silêncio, o que me fez apagar novamente. – Levanta vagabundo! falou a Débora calmamente jogando um balde de água gelado em cima de mim.
- Tá louca? –gritei enxugando o rosto.
- Eu sou louca.




CONTINUA...
domingo, 29 de março de 2015
Ás vezes nós sorrimos, damos gargalhadas para esconder o que sentimos esconder a dor... A tristeza... Mas no fundo do coração, o que queremos é que percebam. Disfarçamos, mas queremos que percebam, para que possamos saber que tem alguém que realmente nos conhece, porém em meio a tanta farsa ninguém percebe, e a nossa dor que deveria diminuir, arranja mais um motivo para aumentar.

-Gabrielle C. Lima 
segunda-feira, 16 de março de 2015
Ainda não acredito que acabou aquilo que, na verdade, nem começou. Mesmo indo devagar quase parando, eu tinha esperança de que iria da certo. Parecia que a cada dia nós íamos criando mais afeto e do nada acaba. Porém eu não perdi a esperança de que o nosso devagar quase parando, que no caso parou, pode recomeçar a andar. Porque, na boa, eu sou como um carro que precisa de gasolina para andar, e você é a gasolina.  
segunda-feira, 9 de março de 2015
Escrever para mim é como um desabafo no vácuo. Você liberta tudo o que sente, mas não melhora a dor. Desabar em textos não me faz ficar livre da dor, mas me faz achar que alivia. Por isso que escrevo, mas eu ando tão confusa, como posso escrever? Como poso desabafar? A confusão toda começa quando eu não sei o que de fato eu estou sentindo e o motivo real do sentimento. Eu sinto todos os sentimentos, mas nenhum realmente prevalece em mim. É como se eu fosse um relógio que a cada segundo muda, mas a cada 24h, repete. Os meus sentimentos que antes eram controlados, hoje, estão todos separados e jogados no vácuo, todos perdidos e mais fortes que eu. E minha mente busca entender o porquê que ela não consegue distinguir o que meu coração sente.

-Gabrielle C. Lima 
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
- Cala a boca e olha nos meus olhos! Você pare de ser assim. Caraca você sempre sorria sem motivos, tua energia cativava milhares de pessoas, teu sorriso era o mais perfeito de todos, você amava ajudar os outros,  você acordava cedo pra ajudar tua mãe nos serviços domésticos, você ia pra escola com um sorriso no rosto e quando chegava em casa mesmo cansada ia ajudar a mãe no que precisasse, você passava horas no celular comigo rindo da vida, você amava ouvir os problemas das pessoas, você amava o simples fato de ter alguém sempre contigo. O que anda acontecendo contigo? Por que você mudou tanto? Por que você se isolou tanto?
-Sempre fingi ser feliz. Na verdade o fingimento pra mim era como o oxigênio, algo essencial e o sorriso é a principal característica dele.  Você acha mesmo que eu gosto de acordar cedo pra fazer serviços domésticos? Você acha que é fácil levar fama de preguiçosa só porque uma vez ou outro você acorda trinta minutos mais tarde? Você acha que é fácil ir à escola totalmente cansada? Você acha que é fácil chegar em casa depois de um dia cansativo e ir fazer a sua própria janta? Você acha que é fácil sempre levar a culpa de tudo e ser sempre julgada? Você acha que é fácil sorrir quando você só quer chorar? Você acha que é fácil bancar a forte sempre?
-Por que você não me falou que estava passando por momentos ruins?
-Eu sou tímida! T-Í-M-I-D-A! Poxa! Será que ninguém entende que eu tenho vergonha de chegar e falar de mim? Pra eu falar sobre mim ou a pessoa tem que chegar e me forçar a falar ou eu tenho que ta super mal pra ir e contar. Eu só falo pra alguém quando realmente eu não tenho mais forças, mas mesmo assim ninguém nunca sabe o que me dizer. Eu sou a pessoa mais sentimental do mundo, mas me escondo em sorrisos pra não ser atacada. Sabe por que às vezes eu sou mega infantil?
-Não.

- Sou mega infantil só pra arrancar sorrisos.  Meu comportamento mudou porque a dor aumentou e eu cheguei ao meu limite, não aguentava mais ser machucada, ou você acha que só porque eu finjo não ligar para as piadinhas que fazem ao meu respeito, eu realmente não ligo? Todo mundo tem problemas, mas parece que só porque eu estou sempre sorrindo eu não posso ter. Putz! Eu sou um ser humano, também tenho minhas dores e eu só queria que as pessoas entendessem que as minhas dores doem tão quanto às delas. A sociedade é muito hipócrita quando associa o sorriso a felicidade. Os anos se passaram e as coisas mudaram hoje em dia o sorriso não é mais uma característica da felicidade, e sim da dor...
(- Gabrielle C. Lima)  

Uma luz em meio à escuridão.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Primeiro capitulo

       Eu estava à beira da morte, na verdade eu não tinha medo algum de morrer, afinal a morte não dói, o que dói são as dores que sentimos antes dela, até porque a morte é extremamente calma. Eu estava com problemas no trabalho, minha esposa tinha falecido há vinte e cinco semanas em um acidente de carro por minha culpa - se eu não tivesse discutido com ela, ela não teria saído dirigindo na chuva para um hotel e não teria batido de frente com uma carreta -. Eu já não via mais cor no meu mundo, era tudo tão preto e branco, eu via os jovens andando na praça e sorrindo por nada, crianças correndo atrás de cachorros que fugiam por medo, eu via idosos sentados nos bancos conversando e jogando comida para os pássaros, via famílias inteiras fazendo piqueniques ao por do sol e eu ali olhando tudo com o olhar sombrio de quem sentia inveja de tudo aquilo. Eu nunca fui próximo da minha família, só tenho um irmão mais novo que morava na Itália, meus pais já aviam falecido e o resto dos meus parentes estava espalhado pelo mundo – minha família nunca foi unida-.
       Todos os meus dias eu ia naquela praça, só pra ver o sorrido das pessoas e quando alguém falava comigo eu não respondia e ia embora, não queria criar um vinculo de amizade com ninguém, não queria me magoar mais. Então tomei a decisão, tinha chegado há minha hora, afinal ninguém se importava comigo, não tinha amigos e pode-se dizer que família também não.  Vesti-me como de quem iria trabalhar normalmente de terno, gravatá, etc. Peguei minha pasta e fui de carro até o viaduto principal da cidade, subi em uma barra de ferro, que ficava colada no murinho de proteção do viaduto, me apoiei e sentei no murinho, depois eu fiquei de pé e passei para a barra de ferro do lado de fora do viaduto. Eu estava decidido a pular, na minha cabeça passava um filme da minha vida, mas só passava as cenas ruins, as cenas em que mais sofri: como a cena que eu vi minha esposa toda cortada e presa nas ferragens do caminhão.  Comecei a chorar e quando soltei uma mão do murinho, quando  uma voz bem doce grita “-Não faça isso!” coloquei minha mão de volta no murinho, mas não olhei pra trás. Aguardei uns 5 minutos e do nada tudo ficou silencio, eu olhava para o lago e era como se tudo parasse, o viaduto subisse e o lago descesse e cada vez eu via o lago mais longe do viaduto, então olhei para o céu, estava um dia muito lindo pra morrer, não estava chovendo, mas o clima estava agradável.  Então tomei coragem e soltei novamente a mão, e novamente eu escuto: “-Não faça isso!”.  Tomei coragem e olhei para trás, era uma garotinha, aparentemente tinha uns nove anos, estava completamente suja, tinha os cabelos bem loiros, presos com um pedaço de pano branco, que já não estava branco, estava com roupas sujas e rasgadas. Ela veio em minha direção e tocou na minha mão, novamente dizendo: “-Não faça isso!”.

Segundo capitulo 

-Se afaste! – pedi. – Você não entende.
-Vem aqui! Eu realmente não te entendo. Quer me explicar? – perguntou a menina.
-Não! Vá embora!
-Não precisa fazer isso! A solidão é uma fase. – falou, vindo em minha direção. – A vida nem sempre nos dá aquilo que queremos. Ela nos dá o que realmente precisamos.
-Qual a sua idade e o seu nome? – perguntei.
-Tenho dez anos e meio e o meu nome é Carol. – respondeu sorrindo. – Você não precisa desistir da vida por causa de um sufoco só que você está passando.
- Você é só uma garotinha. Você não entende os problemas dos adultos.  Por favor, se afaste!
- Realmente eu não entendo. – Falou a garotinha encostando seus dedos em minha mão. – Me explique! Mas antes saia daí, vamos sentar ali naquele banco. – falou apontando para o banco com a outra mão. E naquele momento por algum motivo eu resolvi seguir aquela garota, e contei tudo pra ela sobre o aperto que tava a minha vida.
-... Enfim, minha vida se resume nisso. – expliquei toda a história a ela.
- Eu fui adotada. Meus pais adotivos morreram num acidente, moro na rua desde os oito anos.  A minha vida nunca foi fácil, o irmão do meu pai adotivo me aliciava. Quando meus pais morreram nessa cidade, eu resolvi fugir. Se eu voltasse pra casa eu iria ficar com meu tio, pois ele era a única família que eu tinha, até hoje eu ando pelas ruas da cidade e durmo onde é mais ou menos aconchegante, como quando alguém me da uma comida  e choro quando acho que um dia tudo pode mudar, mas eu nunca pensei na morte, porque acredito que a solidão é só uma fase.
- Mas você é linda! É impossível alguém não querer te levar pra casa!
- O mundo hoje nem olha mais para os lados, as pessoas passam e nem olham pra mim, me dão moedas, mas não olham no meu rosto, olha para as telinhas dos celulares. Às vezes eu venho aqui no parque só pra ver essas famílias reunidas, sonhando um dia em formar a minha. Eu não desisto do meu sonho, porque eu sei que um dia eu vou realizado.
-Carol, você é tão forte e sonhadora. Queria ter essa força.
-Você tem essa força, você é um cara incrível. Acredite no profissional que você é! Cresça nisso e construa a sua nova família. Não jogue tudo fora por causa da solidão. Lembre-se a solidão é só uma fase. Vá pra casa descanse e amanhã comece a sua nova vida. 

- Carol, você foi a minha luz em meio ao preto e branco e com toda certeza você vai fazer parte da minha nova vida.
    A Carol foi muito mais do que uma garotinha linda que me deu uma lição de vida. Ela foi a menina que me deu uma nova primeira pagina de vida, ela me ensinou a pensar no amanhã e esquecer o ontem, ela me mostrou que o sonho é a maior motivação de vida, ela me ensinou novamente a amar e se hoje eu estou vivo é por causa dela, por isso eu te digo que se você pensa em desistir da vida, lembre-se que a solidão é só uma fase e o amanhã é um novo despertar. 
domingo, 14 de dezembro de 2014

No dia que nossos olhares se encontrarem, nossas mãos se tocarem e o nosso pra sempre começar... Eu vou finalmente poder acreditar que realmente vale apena amar, até então pra mim tudo isso não passa de uma pura ilusão de um coração que perdeu completamente a razão.

-Gabrielle C. Lima

terça-feira, 2 de dezembro de 2014
-Por que você faz isso comigo?
-Isso o que?
-Isso de dizer que me ama, mas brincar com os meus sentimentos.
-Eu não brinco com os seus sentimentos.
-Sim! Você brinca; brinca bastante.
- Eu te amo. Por que eu iria te machucar?
-Por isso mesmo! Porque você me ama! Mas eu não sou de demonstrar meu amor por ninguém através de palavras e isso te incomoda. Você vive de palavras e eu de atitudes. Resumindo... Você brinca com os meus sentimentos.
-Eu já disse que não brinco com seus sentimentos. Na boa, você quer que eu faça o que?
- Eu quero que você se importe comigo.
-Eu me importo com você!
-Não, você não se importa. Você diz que se importa, mas em um dia você diz que me ama e no outro você some. Você sabia que o “eu te amo”, nem sempre é o que parece ser? Você sabe o que é o amor? O amor é se preocupar, é procurar saber se a pessoa está bem, é ligar só para ouvir a voz da amada, é colocar a vida dela acima da tua, e você não faz isso.
- Ah... Então quer dizer que você faz isso?
-Sim, eu me importo com você; Eu me preocupo, eu boto os seus problemas acima dos meus e o que eu ganho em troca?Você sabia que eu fico sem dormir quando você me fala seus problemas? Não consigo entender todo meu amor por você, porque eu sofro tanto e mesmo assim não consigo parar de te amar.
-Eu sei o motivo do meu amor por você...
-Eu também sei! Eu devo ser a única otária que te ama muito e que para até de respirar por você.
-E... Errou feio... Meu amor por você existe porque você não precisa de ninguém pra te ajudar com os teus problemas e isso é bastante admirável. A forma como você administra a sua vida me fascina, a forma como você se preocupa comigo, a forma como você me ama me deixa muito feliz, tirando que você tem um olhar misterioso, um sorriso falso, porém o mais lindo que eu já vi na minha vida, eu fico pensando que se o falso é lindo assim, imagina o verdadeiro? Quando eu não falo com você, eu penso em como te fazer sorrir, eu penso eu como te arrancar um sorriso verdadeiro. Eu não falo todos os dias com você, porque eu acreditava que você não gostava de menino grudento, mas agora eu entendo que você gosta do grude, então por você eu vou ser chiclete. E outra coisa, eu me importo muito com você. Ou você acha que eu não fico mal quando eu te vejo mal? Ou você acha que eu não tenho vontade de te levar pra longe de todos e te da uma vida de rainha, pra que ninguém te machuque?  Entenda que você é o meu sonho e eu nunca quero magoar o meu sonho.

( -Gabrielle C. Lima)
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
-Pra você o que é amar?
-Amar é abrir mão da minha felicidade pela de alguém.
-Como assim?
- Tipo, eu abri mão da minha felicidade só pra te ver feliz, ou você acha que eu estou feliz em saber que você vai casar com esse idiota ai. Ele não sabe nem o nome da sua avó que mora no sertão e que cuidou de você quando era criança. Aliás, ele não sabe nem como foi a sua infância, vocês nem são amigos. Mas, ele vai ter fazer feliz, porque se ele não fizer... Eu o mato. Abri mão da minha felicidade pela sua, não vou o deixar estragar a sua.
-Pedro, eu não...
-Eu sei.  Você não tem culpa por eu te amar.
-Não quero te ver sofrer!
- Você não vai! Eu sou um bom ator e disso você sabe. Agora vá! O teu amor te espera, soube que vão a um lual, espero que se divirtam.
-Tem certeza que você vai ficar bem?
-Tenho. Pode ir! Divirta-se!
-Não vou conseguir. Eu te amo demais pra ti deixar sofrendo por minha culpa.
-Você sabe que o Gustavo pode ser um idiota, mas ele te ama e você também o ama. Você também me ama, mas não me ama feito o ama, pode ir. Vá! Eu vou ficar bem, a Giô está vindo e vamos assistir a um filme. Ela está me ajudando a te esquecer, ela luta comigo contra o meu amor e estamos começando a ganhar. Somos bons amigos que estamos vencendo juntos as nossas dores sentimentais.
- Não gosto da Giovana!
-Não gosto do Gustavo, mas tenho que aceitá-lo porque ele é o motivo da tua felicidade, então deixa a Giô ser o motivo da minha.


( -Gabrielle C. Lima )
sábado, 15 de novembro de 2014
O que dizer de você? Não sei.
O que falar com você? Não sei.
O que pensar sobre você? Não sei.
Só sei que gosto, gosto muito, gosto mesmo e admito.

-Gabrielle C. Lima
terça-feira, 11 de novembro de 2014
E de repente me deu uma vontade de te levar a praia, sentar na areia, de frente ao mar, e deitar a tua cabeça sobre o meu colo, e ali te fazia apenas um pedido, que colocasse em minhas mãos apenas o teu coração, pra que eu pudesse conforta-lo, e envolvidos com a luz do luar e o barulho do mar, eu iria dizer bem baixinho em teu ouvido, deixa eu de ti pra sempre cuidar.
-Giselle Costa
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Não é que eu seja grossa, eu não sou grossa. Eu sou defensora. Defensora do meu próprio eu. Eu me privo de certos ataques diretos e indiretos de pessoas que falam ou agem sem pensar. Sou defensora do meu coração que chora toda vez que alguém fala sem pensar e me diz coisas que realmente me fazem pensar no porque da minha existência. Sou defensora dos meus sentimentos controlados que se perdem em meio à confusão descontrolada que existe na minha cabeça. Sou defensora do meu eu, que permite soltar lágrimas secas e molhadas nos momentos certos. Sou defensora dos meus olhos sinceros que não conseguem esconder a realidade e do meu sorriso que nem consegue esconder a verdade.

- Gabrielle C. Lima
Ando enjoada da vida, não sinto mais necessidade de ir á escola, nem de ir ao shopping, nem de ir a qualquer outro lugar sem ser o meu quarto. Não sinto necessidade de comer, nem beber água, também não sinto necessidade alguma de conversar com alguém. A única necessidade que eu tenho é de deitar na minha cama e dormir um sono tão profundo que quando eu acordar tudo ao meu redor vai está completamente diferente. Mas, não estou triste! Eu sou estou enjoada dessa vida.

-Gabrielle C. Lima