quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Me explica, por favor, que amor é esse?
Não consigo entender o motivo dessa tua frieza.
Me explica, por favor, que amor é esse?
Quando você me ignora mais do que me abraça.
Me explica, por favor, que amor é esse?
Não entendo o motivo de tanto desprezo.
Me explica, por favor, que amor é esse?
Quando converso mais comigo, que contigo.
Me explica, por favor, que amor é esse?
Não consigo mais disfarçar a dor.
Me explica, por favor, que amor é esse?
Não da pra entender o porquê me deixou.
Me explica, por favor, que amor é esse?

-Gabrielle C. Lima
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
De todos os sorrisos do mundo eu fui me prender logo ao teu. De todas as conversas que ja tive, com várias pessoas, eu fui me apaixonar logo pelas tuas. Eu tenho sede de falar contigo. Preciso saber o que você está fazendo a cada minuto. Não basta falar com você sempre, eu tenho que relê todas as conversas pra sentir tudo novamente e pensar em como eu poderia ter usado outras palavras, mais suaves.
De todos os sorrisos do mundo eu me apeguei logo ao teu. Me apeguei no sorriso que me perco. Me perco porque mesmo as vezes querendo me afastar pra evitar a dor, eu só me envolvo mais. Por isso que te imploro, fica comigo. Fica comigo, porque eu quero te fazer feliz, sendo feliz contigo. Fica comigo, porque eu quero saber que o motivo desse teu sorriso sou eu, pois o motivo do meu sorriso sempre foi você.
- Gabrielle C. Lima.

O vizinho.

terça-feira, 1 de setembro de 2015
Lembro de como o conheci. Ele era novato no condomínio, assim como eu. Ele não era muito de conversar, confesso que demorou pra que ele falasse ao menos um bom dia . Eu sempre fui muito comunicativa, as vezes até demais, mas sempre fiz amizade muito rápido, menos com ele. Ele era extremamente fechado, falava apenas o necessário, vivia calado. Minhas tentativas de aproximação foram todas um grande fracasso. Até que depois de longos três meses, eu desisti  de insistir uma amizade e comecei a falar apenas bom dia. Porém eu não vou mentir, eu queria saber mais sobre ele, eu queria entender o porquê dele ser tão calado, tão fechado para novas amizades. E eu não estava afim dele, eu só queria saber o motivo dele ser tão caladão. Até que começamos a pegar o mesmo ônibus para ir ao trabalho e se você pensa que ai que começamos a ser amigos, está enganado. Ele era muito fechado continuávamos só no velho e chato, bom dia. Mas a vida é uma resenha mesmo, estava eu de boa na parada esperando o meu ônibus, um calor do inferno, um sol de torrar o suor e nada do meu ônibus passar, eu já estava ficando impaciente, até que ele para com o carro na parada e eu que nem uma retardada, fingi que não vi, paguei de louca mesmo, sou dessas. Mas ai ele me chama e eu fiquei com uma cara de lesada mesmo.
-Bom dia! –falou ele.
-Bom dia! – falei
-Você quer uma carona?  Estou com o carro da empresa.
Como assim ele falou mais que cinco palavras? Como assim ele me ofereceu uma carona? Qual era a dele? Eu recusei a carona. Não me xinguem, eu não aceitei porque eu não vou entrar no carro de um cara que só fala comigo a mesma coisa todos os dias. Por mais que eu queira conhece-lo ,eu não posso confiar né?  E essa minha atitude fez com que nem bom dia ele me desse mais , pois nós dois passamos a não nos ver. Mas a vida é uma caixinha de surpresas e mais uma vez surgiu a oportunidade de pegar uma carona com ele e como eu tava mais que atrasada eu aceitei e cara ele não deu uma palavra até determinado ponto do caminho. Quando já estávamos no meio do caminho ele encosta o carro e o desliga, naquele momento eu gelei, o caminho só tinha mato, qualquer lugar que você olhasse era mato, imaginei logo coisas muito terríveis que ele iria fazer comigo, mas ai ele encostou a cabeça na direção do carro e começou a chorar, ele chorava que nem criança.
-Minhas intensões com você não eram as melhores!
- Não tô entendendo.
-Você entendeu sim.
-Me explica.
- Eu ia fazer tudo isso que você tava pensando que eu ia fazer.
- Eu não pensei em nada.
- Você mente mal.
- Por que você ia fazer isso? – falei colocando minha mão na porta.
- Meus antigos vizinhos mataram meu pai e minha mãe depois de um estupro.
- E o que eu tenho a ver com isso?
- Você é a minha vizinha.
-Não tenho a culpa pela morte dos seus pais.
- Eu notei agora que realmente não tem, você é doce.
- Olha, eu acho melhor você ir ao psicologo.
- Você não sabe como é ruim carregar a culpa de não ter salvo os seus pais.
- Por que você ia fazer isso comigo? Acha que fazendo o mesmo que eles você vai se ajudar? Isso só piora.
Eu ainda fui com ele até o trabalho mas continuem pensando nele por um tempão. Por mais medo que eu tivesse dele, eu tinha que o ajudar, então comecei a ser amiga dele, o bom dia, virou nossas conversas e ensinamentos, passei a ir com ele ao psicologo, o que durou um bom tempo, porém ele teve um surto e se matou, por um motivo que morreu com ele. 


(- Gabrielle C. Lima)
Por diversas vezes já me perguntaram o motivo do meu sorriso,
Por diversas vezes eu respondi que pra sorrir eu não preciso de motivo.
-Gabrielle C. Lima