Essa não é mais uma daquelas histórias lindas de amor, até
porque nela, o amor nem foi desfrutado. Tudo começou quando a vi sorrindo, pela
janela do quarto, confesso que foi o sorriso mais bonito que já tinha visto, em
toda minha vida. Parece clichê, porém é a mais pura realidade. Todos os dias eu
a olhava pela janela do meu quarto, que por coincidência, destino, ou força
maior, era de frente para o dela. Adianto que nunca tive a oportunidade de
conversar com ela. Nós dois não costumávamos sair do quarto. Eu, bem menos que
ela. Ela, porém, acenava vez ou outra, quando levantava da cama para fechar a
cortina e me via do outro lado,
observando. O que me deixava triste, pois por diversas vezes aquela
cortina demorava a ser aberta, levava mais de três dias, pra eu poder voltar a
ver o seu sorriso. E era essa a minha rotina semanal, eu a via de longe, às
vezes ela sumia, mas quando voltada era cada vez mais linda. Até que tive a
infelicidade de ter que fazer uma cirurgia e passei dias longe da minha janela,
sem ver a dona do sorriso mais lindo do mundo. E quando voltei, ela já não
estava mais lá. Não sei seu nome, não sei sua idade, não sei seu cheiro, não
sei seus gostos, não sei o que aconteceu, só sei que é ela quem amo e que é ela
a dona do meu coração. E hoje, após quinze anos sem ver o seu sorriso, ando por
aí ainda a procura de ver novamente aquele sorriso pela qual me apaixonei, de janela
em janela. -Gabrielle
C. Lima
Sintonia
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É a unicidade compartilhada em essência
De corações transitáveis em plena harmonia
Qualidade do que sobeja conexão e simetria
Do afeto que se propaga na mes...
Há 6 anos