Capítulo 1
Tudo começou há quatro anos; apaixonei-me por um menino. Conhecemos-nos
na escola. Eu era novata. Estudava a quatro quadras da minha casa, fazia um mês
que eu estava morando nessa nova cidade, ainda não tinha feito amigos. Minha
mãe tinha sido transferida do emprego e acabamos ficando nessa cidade. Sempre
fui muito tímida, porém muito irônica. Não era de brigar, mas sempre discutia com alguém. Na verdade eu era meio ousada. Sempre sofri bullying. É típico
sofrer quando se é como sou. Sou magra, do cabelo longo castanho, nerd, tímida,
muito desastrada, uma coisa que sempre me atrapalha. E não era de ter muitos amigos.
- Acorda Fernanda!Hoje é o seu primeiro dia de aula.
- Tá mãe. Só mais cinco minutinhos...
- Nem mais um minutinho, quanto mais cinco. (Minha mãe era
meio estressa.)
Então ela abriu a janela e o sol invadiu meu quarto, uma
resta ficou bem no meu olho, então me cobri e ela puxou o lençol.
- Fernanda Corhen, levante agora! Você vai se atrasar!
Não tive escolha, acabei me levantando às seis e quinze da
manhã. Tomei meu café, que foi uma maça e um pouco de suco de maracujá, que era
o meu suco predileto. Então minha mãe me levou pra escola. Meu horário era ás
sete, cheguei era seis e cinquenta e cinco. Legal, cinco minutos antes. Tinha
muita gente na frente da escola. Me sentei no pátio e encostou uma mulher perto
da minha mesa.
- Bom dia!Você deve ser a Fernanda Corhen, estou certa? Sou
a sua diretora, Flávia.
- Bom dia. Sou a Fernanda.
- Seja bem Vinda!
- Obrigada. Qual a minha sala?
- Sala de número oito, suba as escadas, perto da biblioteca.
– Sorri pra ela dando a entender que eu estava agradecendo.
Então subi as escadas olhando pra cima, na verdade eu estava
admirando a escola, pra uma escola pública era muito binota e bem organizada.
Então esbarro com um menino.
- Qual seu problema? Não olha por onde anda? – Disse ele.
- Me desculpe. Não tive a intenção... (Ele não deixou que eu
completasse.)
- Desculpas, eu ando muito estressado.
- Então tá, senhor estressadinho.
Ele deu um sorriso bobo. Então nos abaixamos pra pegar
minhas coisas que estavam completamente espalhadas pelo chão.
- Gustavo Walther, prazer! Nova aqui?
- Fernanda Corhen. Sim.
Levantamos-nos e nos despedimos. Fiquei mexida com aquela
cena, não tirei da minha cabeça durante todo o primeiro horário. Acho que foi
porque o Gustavo Walther era lindo. Era pardo, magro, alto, com o cabelo bem
liso castanho e olho claro, acima de tudo era simpático. Difícil você achar
pessoas assim nos dias atuais. Pra minha surpresa ele era da minha sala, mas eu
só percebi quando tocou o intervalo, ele sentava nos fundos e eu na frente.
Então quando acabou a aula fui tirar dúvida com o professor de matemática, que era
minha matéria preferida. Ele também foi tirar dúvidas com o professor. Tiramos
nossas dúvidas e me virei para guardar as minhas coisas.
- Fernanda Corhen?
- Oi Gustavo, me chama só de Fernanda, ok?
- Ok. Legal nós sermos da mesma turma, não acha?
- Sim. - Dei um sorriso bobo. -Então vou passar esse intervalo
na biblioteca, tchau.
- Então tá certo, até a gente se esbarrar de novo.
Ele deu uma piscada e eu dei um sorriso e olhei pra baixo.
Peguei minhas coisas e fui pra biblioteca.
Capitulo 2
Tocou o sinal, era a hora de voltar para a sala. Eu estava
lendo um livro na biblioteca, um livro que já li umas quatro vezes. Era sobre
uma garota paraplégica que se apaixonava por um jogador de basquete da sua
escola. Eu me identificava muito com o livro, ela era insegura e totalmente
confusa, tudo haver comigo. Eu gostei da
biblioteca, era aconchegante. Tinha umas mesinhas com porta-lápis em cima,
cadeiras confortáveis, computadores, bebedores, e muita iluminação. Quando
voltei á sala de aula era teste surpresa de química, assunto era cinética. Até
que gostei da prova, não era difícil. Quando a prova acaba eu ouço alguém me
chamar..
- Fernanda?
- Oi?
- Sou a Rose do jornal da escola.
- Oi, Rose.
- Posso te fazer algumas perguntinhas?
- Pode.
- Você está gostando da escola? Pretende entrar em algum
grupo, por exemplo: artes, xadrez, ballet, jornal, música, clube do livro?
A Rose era muito legal, parecia ser simpática e tinha um
jeitinho bem doidinho de ser. Ela usava roupas muito coloridas, cabelo sempre solto,
com mexas rosa e azuis.
- Estou gostando muito. Por enquanto não quero participar de
nenhum grupo.
- Então tá bom, qualquer coisa é só falar comigo ok?
- Tá certo, obrigada!
- Onde você mora?
- Perto da boutique da flor, sabe onde é?
- Sei sim, moro uma quadra depois.
- Legal.
O professor chegou para dá à próxima aula que era de
história, estávamos aprendendo sobre Napoleão, à aula era até legal. Então
tocou o sinal, era a hora de ir pra casa. Estava arrumando minhas coisas,
quando dois meninos apareceram.
- Oi novata.
- Oi.
- Eu me chamo Christofer e esse é o Jhô.
- Oi novata. – Diz Jhô, na verdade o nome dele era Josué,
mas ele não gostava.
- A senhora não está na sala errada? Aqui não é a classe da
terceira idade. – Diz Christofer.
- Acho que... (Não consegui
mais uma vez concluir o que ia falar o Gustavo apareceu.)
- Olá meninos! Acho que vocês já conheceram a Fernanda. –
Diz Gustavo com um sorriso no rosto.
Não estava entendendo o que tava acontecendo, ele apareceu do
nada agindo como se já me conhecesse há anos. Os meninos foram embora e o
Gustavo esperou eu arrumar minha bolsa.
- Quem são eles? –
Pergunto.
- Dois babacas. Eles não valem nada. Já estavam começando a
ti caçoa. – Diz Gustavo.
- Então obrigada por chegar bem na hora.
Ele deu um sorriso bobo e continuou com a conversa.
- Pra onde você vai agora? –Diz Gustavo.
- Vou pra casa, andando, longa caminhada.
- Vou com você, pera onde você mora? – Ele fala
ironicamente.
- Perto da boutique da Flor. Sabe onde é?
- Sei. Moro uma quadra depois. – Diz Gustavo, olhando para o
celular.
- Na Rua da Rose? – Pergunto.
- Sim, sim. Vamos?
Descemos as escadas e formos conversando até a minha casa.
Naquele dia eu descobri muitas coisas do Gustavo. Ele só morava com a mãe os
seus pais eram separados, o pai morava muito longe. Descobri que ele era filho único
e que amava ler, fazia até parte do clube do livro da escola, descobri que ele
escrevia alguns textos e frases, ele tinha até um blog. Quando chegamos à
frente da minha casa ainda batemos um papo legal.
- Então, chegamos! – Afirmo.
- Linda sua casa!
- Você quer entrar?
- Não, obrigado. Eu já vou. Tenho um compromisso agora.
- Ok. Até amanhã! Obrigado por me trazer.
- Nada, até amanhã.
Ele acenou me dando tchau com a mão e foi embora. Não sei o
que aconteceu comigo, passei o dia todo pensando naquele dia.
Capitulo 3
Quando
entrei minha mãe não estava em casa, como sempre. Ela estava no trabalho, era
médica, pra ser mais precisa pediatra. Tínhamos uma condição de vida boa. Meu
pai morava no Japão, era empresário e sempre que podia me mandava dinheiro. Ele
queria ser meu amigo, recompensar os anos de sofrimento que passei com minha
mãe. Ele a abandonou quando ela ainda estava grávida, no ultimo período da
especialização em pediatria. Minha mãe é uma heroína, me criou sozinha e sempre
tive tudo do bom e do melhor.
Á tarde fui à
varanda, era primavera e a minha casa era de frente para a Boutique da Flor,
não entendo porque o nome era “Boutique da Flor”, se era uma floricultura. Ma,
era uma boutique linda, com várias flores, arranjos, dentro da boutique tinha
até uma espécie de lanchonete, bem aromatizado. Coloquei meus pés em uma
mesinha de centro que tinha na minha varanda e comecei a ler. Á noite fui
dormir antes que minha mão chegasse.
- Como foi o
seu primeiro dia de aula Nanda? Você dormiu cedo, não deu tempo de conversamos.
- Foi legal.
- Já fez
algum amigo? Alguma paquera?
- MÃE!
-Desculpe.
- E a
senhorita? Como está no novo emprego? Fez amigos? Alguma paquera?
- Fernanda!
- Tá vendo é
uma pergunta idiota. - Rimos um pouco.
Minha mãe
era minha melhor amiga, mas ainda não tinha contado a ela dos colegas que fiz e
do Gustavo.
- Vamos? Eu
levo você á escola.
- Ok mãe,
deixa só eu pegar meu livro?
- Vai logo
pra não se atrasar!
Cheguei à
escola cinco minutos antes de tocar. Me sentei no pátio, quando chega a Rose.
- Bom dia
Fernanda!
- Bom dia
Rose, você é sempre animada assim?
- Sou. Sempre.
- Legal.
- E ai
pensou em entrar em algum grupo?
- Não. Acho
que não ia da muito certo. Essa escola é muito puxada ontem foi meu primeiro
dia de aula e já tive prova, sei que foi só um teste pra lembrarmos-nos dos
assuntos do ano passado, mas achei muito sei lá, acho que agora não.
- Fernanda,
essa escola tem o melhor ensino da região, acostume-se. Mas, então que você não
quer participar agora, tudo bem. Vamos entrar?
- Vamos.
A Rose era
muito simpática, acho que naquele momento começou a nossa amizade. As aulas se
passaram e o professor de redação passou uma redação para fazermos em casa,
fora isso não teve exercícios. Quando acabaram as aulas, minha mãe estava de
frente à escola a minha espera.
- Mãe?
- Surpresa?
- Não. Vamos
logo.
- O que você
tem? Está à procura de alguém?
- Não, não.
Vamos!
Na verdade
eu estava procurando o Gustavo, ia da uma carona a ele, mas ele não foi à
escola. Na verdade esse faltou toda a primeira semana de aula.
UMA SEMANA
DEPOIS...
Na escola
andava tudo bem, eu acabei entrando para o jornal da escola, por causa daquela
bendita redação. Saí de casa super atrasada. No meio do caminho a Rose liga...
- Nanda?
- Oi Rose.
- Onde você
está?
- No
caminho, guarda meu lugar? Acho que chegarei uns cinco minutos atrasada.
- Ok, vem
logo.
Cheguei à
escola realmente cinco minutos atrasada, quando entrei na sala a Rose não tinha
guardado meu lugar, sentei lá nos fundos e pra minha surpresa o Gustavo estava
do meu lado.
- Atrasada
dona moça. – Diz Gustavo.
- Sumido.
- Estava
doente.
- Hum.
- Soube que
você já se enturmou. Está até no jornal da escola.
- É. Escrevi
uma redação legal.
- Hum.
- Então...
É... - ( Não deixei ele continuar a conversa).
- Vamos
prestar atenção na aula?
- Sim,
vamos. Desculpe.
Era aula de
matemática, eu amava. Sei que fui meio grossa com ele, mas acho que ele não se
importou.
Capitulo 4
Acabaram as
aulas e eu ia à casa da Rose para escrevermos algumas coisas para as notícias
do jornal no dia seguinte. Foi quando ouvimos de leve uma voz masculina, mas
suave a chamar.
- Rose? - Diz Gustavo
- Oi
Guguinha. – diz Rose.
- Oi
Fernanda. – Diz ele.
- Oi
Gustavo. – Respondo.
- Meninas, o
clube do livro pensou em uma campanha, tipo doar livros pra o hospital do câncer,
mas precisamente pra a área infantil. Queríamos que vocês fizessem a divulgação
no jornal. – Diz Gustavo.
- Acho
ótimo. – Diz Rose.
- Eu me
encarrego de fazer a matéria. – Comento.
- Alias, não
quer ir fazer agora conosco, em minha casa? – Diz Rose.
- Gostaria
muito de ir, mas não posso. Vou à casa da Luiza, ela está precisando de mim. Vocês
sabem não é? A Luiza, minha namorada. Está tão mal sabe meninas, a avó dela
faleceu. – Afirma Gustavo.
- Então fica
pra próxima. – Diz Rose.
- Meus pêsames.
– Comento.
- Mas confio
no seu texto, Fernanda. – Diz Gustavo.
- Obrigada,
vou fazer o melhor. – Afirmei.
Nossa ele
tinha namorada, eu pensava que era solteiro. Pela tarde eu e a Rose fizemos o
texto e ficou bem assim: “Venha! Ajude ao clube do livro com doações. Doem
livros. Ajude as crianças com câncer a não perder a sua imaginação. Mais informações
falem com: Gustavo Walther da turma do segundo ano, ensino médio”.
Passaram- se
alguns meses. E a campanha de doação de livro estava indo de vento e popa, a
cada quinze em quinze dia eu, a Rose e o clube do livro, levavam os livros ao
hospital do câncer. A minha amizade com a rose só aumentava, acabamos nos
tornando melhores amigas, vivíamos uma na casa da outra. Ah! A minha amizade
com o Gustavo também só fazia aumentar.
Era sábado e
meu celular toca...
- Alô?
- Nanda?
- Oi Guga. O
que houve? Você está chorando?
- Ela me
traiu. Não acredito, eu a amava. O amor virou ódio.
- Guga,
calma!
- Posso ir a
sua casa?
- Pode.
- Então abre
a porta.
Quando abri
a porta com o celular na mão, ele estava lá em frente da minha casa, chorando
muito. Eu estendi meus braços para um abraço e ele me abraçou forte, chorando
muito.
- Não
acredito Nanda, eu dei tanto amor a ela.
- Conte-me
direito essa história entre, se sente no sofá, vou pegar água pra você.
Fui à
cozinha pegar um copo d’água para ele e quando voltei ele estava mais calmo
olhando da janela boutique da Rose.
- Então,
conte-me.
- O nosso
namoro não tava nada bem, eu não estou chorando porque acabamos, estou chorando
de ódio, ela não teve coragem de acabar comigo, ela preferiu me trair. Traiu-me
com o Christofer.
- Com o
Christofer? Que vaca!
- Nanda eu estou
destruído, você sabe disso. Estou passando por um momento horrível na minha família
e ela deveria está do meu lado. Dando-me conforto, mas ao invés disso, preferiu
me trair com um garoto idiota da minha escola. Não bastam os problemas que
tenho em casa, agora todos vão zuar de mim na escola.
- Eu não
vou! Você fica do meu lado que eu não deixo. Não se preocupe com isso. Vamos
esquecer isso. Sua mãe vai superar essa fase. Você também e quem vai se sair
errada nessa história é ela, que traiu você. Veja pelo lado bom, você está
livre, livre pra ser feliz. Todos sabemos que você não era feliz com ela.
- Você é
sempre assim?
- Assim
como?
- Sempre ver
o lado positivo de tudo, nunca ver o lado ruim, nunca se abala?
- Temos que
ser fortes, a vida é uma caixinha de surpresas.
Nós nos
olhamos e rimos, comecei a contar várias piadas idiotas e ele começou a sorrir,
saímos um pouco pra descontrair, formos ao shopping e quando voltamos paramos
na Boutique da Rose.
- Uma tulipa
rosa, pra uma flor humana. – diz Gustavo.
- Você não é
bom nisso. – afirmo.
- Você é
péssimo nisso. – diz a Flor.
- Eu sei. –
diz Gustavo.
- Tudo bom
gente? – diz a flor
- Sim. –
Respondemos.
- Como anda
sua mãe Nanda?- pergunta a Flor.
- Bem. – respondo.
- E a sua,
Gustavo?
- Bem. –
respondeu.
- Bom o papo
está muito bom, mas eu já vou. – diz Gustavo. -Ele me deu um beijo na bochecha,
um abraço na flor e foi embora.
-O que ele
tem? – pergunta a Flor.
- Problemas
na família e termino do namoro, motivos: Traição. – respondo.
- Ele vai
ser feliz agora, faça ele feliz Nanda. Eu sei que você gosta dele.
- Ele é só o
meu amigo, Flor não quero acabar com a nossa amizade.
- Vocês serão
felizes juntos, menina! É o seu destino.
- Flor,
para. Vou entrar Flor. – Dou um abraço nela e entro.
Minha casa
estava uma bagunça, o Gustavo tinha deixado o copo em cima da mesinha, ele sabe
que eu odeio, mas relevei ele estava muito mal.
Capitulo 5
Já estava
chegando às férias. Fazia um mês e alguns dias que o Gustavo tinha acabado o
namoro, ele nem lembrava mais da menina. Nossa campanha de doações estava indo
muito bem, estávamos arrecadando presentes já para o dia das crianças, embora
ainda fosse junho. Estávamos na ultima semana de aula.
- E ai Nanda
vai fazer o que nas férias? – diz Rose.
- Vou ler. –
respondo.
- Vamos
sair. – interrompe Gustavo.
- Sim, vamos
sair. Você só faz ler, ler, ler! – continua Rose.
- Gosto de
ler. – afirmo
- Como anda
o arrecadamento dos presentes para o dia das crianças. Gustavo? – pergunto.
- Olha aqui,
esquece um pouco das responsabilidades vamos sair pela tarde, nós três? –
pergunta Gustavo.
- Não vai dá
pra mim. Hoje o Léo vai à minha casa falar com meus pais sobre nosso namoro. –
diz Rose.
A Rose estava namorando, com o Léo, um garoto
que morava perto da casa dela, eles eram completamente melosos e super apaixonados,
viviam juntos e quase nunca desgrudavam.
-Gente! Vou
indo. Ainda vou ao salão me arrumar um pouco. – diz Rose.
- Você está
linda Rose, ele gosta de você assim, no seu natural. – afirma Gustavo.
- Concordo com
o Guga. – afirmo.
A Rose foi embora toda apressada.
- Então
vamos á praia Nanda? – perguntou Gustavo.
- Não! Não
gosto. – respondo.
- Não
precisa tomar banho Nanda, vamos só olhar o mar, o dia está tão lindo. –
insiste Gustavo.
- Tá, mas
sem me jogar na água ok?.
- Tá Nanda,
mas você não pode levar livros, ok?
- Tá.
Largamos
cedo da escola e fomos direto pra minha casa. Quando chegamos de frente a minha
casa...
- Você vai
me esperar ou vai em casa? – pergunto.
- Vou em
casa e venho te buscar.
- Ok!
Ele foi pra
casa e eu fui me arrumar. Escolhi uma saia jeans claro meio rasgadinha que era
meio curta (mas não muito), com uma blusa regata amarela que tinha um símbolo da
paz em estampado na frente, botei uma sandália daquelas estilo caminhada no
calçadão e pequei meus óculos e uma bolsa e botei algumas coisas que
precisaria. Depois de uns quarenta minutos ele chega.
Plim dom! Plim
dom! Plim dom!
- Calma! –
respondo. – ainda com a postar fechada.
- Você vai á
praia ou a um casamento? – diz Gustavo- ainda com a porta fechada.
- Se você
ficar reclamando, te deixo plantado ai gritando. – respondo ainda com a porta
fechada.
- Vai Nanda
abre. – finalmente abri a porta pra ele. Ele estava com uma bermuda clara e uma
blusa branca, com um óculos no rosto, qual é? Ele estava lindo.
- Nossa! –
diz Gustavo.
- O que foi?
Minha roupa não é? Eu não vou muito à praia, não sei que roupa se usa.
- Você tá
linda!
- Para. –
fiquei muito tímida naquele momento, ele até percebeu e mudou de assunto.
- Vamos logo
antes que você mude de ideia. Ah... e... tenho uma surpresa, depois da praia.
- O que? - pergunto.
- Você sabe o que significa a palavra surpresa? - perguntou Gustavo.
- Sei. Como você é chato. Odeio surpresas. - afirmei
Capitulo 6
Capitulo 6
Estava um dia lindo, embora eu
gostasse de dias frios e preferisse a chuva, o sol estava lindo, não tinha
quase nenhuma nuvem no céu e a praia era quase deserta. Ele me levou pra um
lugar tão lindo, tinha um restaurante arborizado beira-mar. Ele levou uma
toalha estilo essas que se usa em piquenique, levou sesta, flores.
- Isso é uma espécie de piquenique na praia? – pergunto me sentando na
toalha.
- Sim. Inventei isso, se chama piquenique praieiro. Nunca ouviu falar? –explicou
tirando algumas frutas e guloseimas de dentro da cesta.
- Não. Isso onde eu morava se chamava farofeira. Era tipo levar comida
pra praia. -afirmei.
- Você nunca é legal?
- Não. Você me acha chata?
- Acho.
- Então por que me trouxe aqui? – perguntei levando uma
maça até minha boca.
- Porque gosto de pessoas chatas. – respondeu olhando
para o mar.- É lindo não é?
- O que?
- O mar, Nanda.
- Ah... Realmente é lindo. Na verdade esse lugar é lindo.
- comentei.
- Achei que seria um lugar legal pra passar à tarde com
uma pessoa especial.
-Então quer dizer que sou especial?
-Lógico Nanda! O que seria de mim sem você? Você me diz
coisas que ninguém nunca me falou antes!
- Você seria um ninguém sem mim. – brinco.
- Você é sempre assim?
- Assim como?
- Chata.
- Qual é? Você me trouxe aqui pra ficar me falando o que
eu já sei?
- Sim e não.
- Pra que você me trouxe aqui?
- Te trouxe num lugar legal, pra te dá uma noticia legal
e te fazer um convite legal.
- Tem legal demais nessa frase, lá vem merda!
- Dá pra você ser legal uma vez na vida?
- Me deixa ver... Não!
- Então tá certo, não falo!
- Deixa de ser bobo Gustavo!
-Você que é boba, chata, implicante, irritante.
-Tá Gustavo, vai ficar nessa? Para de enrolar e fala
logo.
- Você está cheia de curiosidade.
- Estou começando a pensar que não tem surpresa.
- Deixa de ser bobinha.
-Gustavo diz logo!
-Calma gosto do suspense.
- Odeio suspense.
- Nanda, você quer...
- Nanda, você quer...
Capitulo 7
Naquele momento eu imaginei que ele fosse me pedir em
namoro, fiquei completamente nervosa e meu coração acelerou.
-Nanda você quer... - ele abriu a cesta e tirou um
envelope, me entregou e, mais uma vez falou. – Nanda você quer, ir a uma peça
teatral comigo?
- Ah... Qual é? Esse suspense todo pra me perguntar se
quero ir a uma peça teatral contigo? Não acredito.
- Por quê? Você achou que eu ia fazer o que?
- Sei lá, mas foi muito suspense. Mas aceito, é sobre o
que?
- É romance, gosto de romance você sabe.
- Você é um idiota!
- O que eu fiz?
- Me fez ficar ansiosa pra nada, velho.
- Quer dizer que te chamar pra ir a uma peça comigo não é
nada?
- Deixa pra lá, vamos embora?
- Já?
- Sim, quero ir pra casa. – afirmo, eu pedi pra ir pra
casa, porque eu não me senti legal depois daquilo, eu queria muito está
curtindo aquele momento ao lado dele, mas o que eu achei que era algo
romântico, na cabeça dele só era uma forma legal de chamar uma amiga pra ir ao
teatro.
- Então vamos. Aceita uma água de coco?- pergunta o
Gustavo.
- Pode ser! –respondo.
Voltando pra casa resolvemos bater um papo lá na Flor.
- Olá meninos! Como vocês estão?- pergunta flor.
- Estamos bem! – Gustavo responde.
- Estavam passeando?
- Sim. Estávamos na praia. – responde Gustavo.
- Nossa que legal!- afirma Flor.
- O que houve Nanda está to calada? –pergunta flor.
- Ela é calada Flor. – responde Gustavo.
-Eu sei, mas está mais do que o normal. – afirma Flor.
- Estou bem! – afirmo.
- Bom vou indo gatas, beijo.
-Tchau Guga juízo. – diz flor.
- Tchau, até amanhã. – digo. Depois que o Gustavo dobrou
a esquina a Flor puxa assunto.
- O que aconteceu? –pergunta Flor.
- Estou me iludindo com ele, mas ele não tem nenhuma
culpa.- respondo
- Como assim?
- Flor, ele me levou pra praia, fez um piquenique, uma
coisa bem romântica e disse que tinha uma surpresa. Preparou isso tudo pra me
chamar pra ir a uma peça. Como você acha que estou?
- Péssima. Nanda o conquiste. Faz com que ele se apaixone
por você.
- Não quero sofrer, ele é muito lerdo. Flor, você me
conhece, sabe que eu nunca me arrumo e hoje eu me arrumei toda pra ele. Todo
mundo já percebeu que eu o amo, menos ele.
- Ou ele percebeu e não quer falar, está indeciso.
-Acho que não.
- Você não sabe o coração dele Nanda!
- Você sabe de algo, Flor? Sobre o coração dele?
- Não, Nanda.
- Então está certo.
- Nanda, deixe as coisas acontecerem e o conquiste.
- Flor, obrigada!
- Por nada, Nanda.
- Vou indo, amanhã vou ao hospital com ele.
- Como sempre não é?
- Virou rotina, Flor.
Capitulo 8
Acordei cedo, íamos ao hospital do câncer, arrecadamos bastantes
livros infantis, estamos até com algumas ideias sobre uma encenação de acordo
com o livro que estávamos lendo.
-Bom dia, Nanda! –diz minha mãe preparando o café da
manhã.
- Bom dia, mãe.
- Acordou cedo! Vai sair?
- Mãe! Hoje vou ao hospital do câncer com o Guga, a Rose
e o Léo, eu lhe avisei ontem.
- Ando meio esquecida.
-Percebe-se.
Peguei uma maça e fui pra varanda do meu quarto, era
muito cedo. Íamos ao hospital às 9h, era 6h30min, fiquei sentada em uma cadeira
e fiquei sentindo o friozinho da manhã, acabei adormecendo e acordei com uma
ligação, era a Rose.
- Amigaaaaa!
- Bom dia pra você também Rose.
- Bom dia amiga, como você está?
- Estou bem, e você?
- Estou ótima, você já está pronta? Já são 8h30min!
- Nossa dormi muito, estou com pijama, vou me arrumar e
ligo pra você, ok?
- Tá bom. Tenho muitas novidades, como foi o passeio com
o Guga?
- Foi legal. Vou desligar! Beijo.
- Beijo.
Fui me arrumar, demorei séculos no banho, até que ouço
alguém tocar a cigarra, minha mãe atende. Sai do banheiro e olhei da varanda
era o Gustavo.
- Bom dia, Sr.Corhen!
- Bom di a, entre!
- Cadê a Nanda?
-Está se arrumando. Aceita alguma coisa?
- Não, obrigado!
-Sente-se no sofá, querido.
-Obrigada.
- Ent...
- é...
Botei a blusa da campanha e uma maquiagem bem luz do dia,
sapatilha e calças jeans. Desço as escadas e encontro minha mãe e o Gustavo
sentados calados um de frente pro outro.
- Vamos Guga?
- Nossa!
- Bom dia?
- Bom dia! Você tá cada dia mais linda.
- Isso foi uma cantada seu Gustavo? – diz mamãe.
- Mãe!
- Que foi filha? Estou quebrando o gelo!
- Não quebrou nada! – comentei.
- Vamos logo Nanda, tchau Sr. Corhen!
- Tchau queridos, juízo!
Fomos a pé até a casa da Rose, lá fomos de carro até o
hospital, o Léo tinha carro, ele tinha dezenove anos, mas era um retardado. O nosso
dia no hospital foi únicos, fizemos várias encenações, as crianças amaram. Os sorrisos
delas até me emocionou. Na volta pra casa fomos pra um restaurante, não deu
tempo de contar para a Rose sobre o desastre do meu passei com o Gustavo.
Cheguei a minha casa as duas da tarde, a Rose foi pra lá. Contei tudo pra ela,
detalhe por detalhe, ela ficou muito zangada com o Guga. Alguns dias se
passaram eu e a Rose, estávamos na minha casa, assistindo um filme quando o
Guga me liga.
- Tais aonde? – pergunta.
- Em casa. – respondo.
- Vou ai, agora.
- ok. - Demorou pouco o Guga chegou.
...
-Oi meninas!- diz Guga
- Oi Guga! – responde Rose.
- Oi. – respondo.
- Preciso desabafar, estou apaixonado, quer dizer não sei
se é paixão ou desejo.
Capitulo 9
Naquele momento tentei não me iludir de novo. O Gustavo
era do tipo que sentia desejo por qualquer menina linda que o trata-se bem,
menos eu porque não era bonita só o tratava bem. Acho que ele só não gostou da
Rose porque ela sempre foi muito afim do Léo.
- Desejo, você não sabe o que é amor, muito menos paixão.
–comentei.
- Calma Nanda! – diz Rose – explique mais sobre isso,
Guga!
-Bom ela é linda... – não deixei o Guga terminar fui logo
me intrometendo.
- É desejo, você tem quedas por meninas lindas.
- Nanda, me deixa acabar, se eu tivesse queda por meninas
lindas eu seria caidinho por você. –naquele
momento eu fui ao céu e voltei, fiquei completamente nas nuvens, ele me achava
linda.
- Uau!!!! – diz Rose.
- Posso continuar?- diz Guga
- Pode. – respondo.
- É a Lívia...
- A do grupo de dança? – pergunto.
- Sim. – ele responde. – Ela não é linda?
- Ela é linda, mas é muito metida, você não acha Nanda? –
pergunta Rose.
- Acho sim. – respondo. – Ela é do tipo interesseira.
- Aff!! Vocês não apoiam não é? – pergunta Guga.
- Não! – respondemos.
- Meninas, quando ela passa eu paro tudo só pra vê-la
passando. Tipo ela tá até trocando SMS comigo. Marcamos de sair e tudo. O que
vocês acham?
- Acho que ela não é pra você. A pessoa certa é aquela em
que você menos dá valor. – diz Rose.
- Do que você está falando Rose?- pergunta Guga.
- Nada, ela não está falando nada, acho que está meio
doida hoje, não sabe o que diz. Só isso. – afirmo.
- Ah tá! Então Nanda algo a falar? – ele pergunta.
- Não, eu só concordo com a Rose eu não vou muito com a
cara daquela menina. - repondo.
- Ela não vai te fazer feliz Guga. – afirma Rose.
- Mas eu a quero e pronto. – diz Guga.
- Então tá, você que sabe. – afirma Rose.
Ficamos ali na sala por um bom tempo batendo um papo
legal. Mas alguns dias se passaram, era quase agosto e o Guga estava namorando
com a Lívia, há quase três semanas, eles eram o novo casal fofinho da área, mas
não existia amor na relação, era só atração da parte dele e interesse da dela. O
Guga não dizia que era interesse, mas eles só se viam uma vez por dia e só
passavam 5 minutos juntos. Na verdade a Lívia só queria mesmo pegar fama de boa
menina, que fazia doações e andava com os “nerds” da escola. Ela queria sair no
jornal como a nova amiga da natureza, ajudando nos projetos sociais, mas eu só
botei uma linha falando dela no jornal, afinal eu não gostava dela mesmo. Ah...
Se lembra daquela peça de teatro? Bom,
eu me iludi mais ainda, porém eu achava que era um passeio só nós dois, mas ele
levou a Lívia.
...
- Alô? – atendo a chamada do Guga no celular.
- Acabei meu namoro!– responde Guga.
- Ainda demorou muito pra eu receber essa ligação, como
você está? – pergunto
- Bem, eu não a amava.
- Eu sei. - respondo
Por mais que eu quisesse bancar a quem não estava nem ai
pra aquela situação, eu estava pulando de alegria no outro lado do telefone.
- Vamos pegar um cine? – ele pergunta.
- Ok! Você passa aqui de que horas?
- São 15h, pode ser às 18h? – pergunta.
- Pode, chamo a Rose? – pergunto.
- Não, já chamei, mas ela não vai poder ir. – responde.
- Ah... Ok então.
- O que você vai fazer até às 18h? – pergunta Guga.
- Vou ao salão escovar meu cabelo e vou terminar uma noticia,
e você? –respondo.
- Vou terminar de ler um livro. Pra que escovar esse
cabelo? Não precisa!
- Vou ver se desencalho. Talvez eu encontre alguma
paquera por lá!
- Nanda! Não se fala essas coisas pra meninos e eu não
quero te ver com qualquer um, tem que ser o menino certo e tem que falar comigo
primeiro. – eu ri muito quando ouvi isso. Entrei em risadas profundas.
- Você está bancando o papai protetor Guga?
- Sim!
- Para! Vou desligar, tenho que acabar minha notícia.
Capitulo 10
Ele chegou realmente às 18h em ponto. Uma coisa que eu
sempre admirei nele era a pontualidade.
- Você está simplesmente linda e cheirosa! – diz Guga.
- Obrigada! Você também está um gatão!
- Gentileza sua! Nanda, acho que vai chover, olha o céu!
- Não vai, tem umas estrelas ainda.
- Então está certo.
Chegamos ao shopping às 18h30min, a nossa sessão era às
19h45min, então fomos passear um pouco. O filme foi ele quem escolheu foi um de
comédia romântica. Típico filme de casal, mas legal ele era só meu amigo e eu o
amava e me iludia com tudo o que ele fazia. Assistimos ao filme, jantamos e
quando estávamos indo pra parada de ônibus, começou a chover muito forte,
corremos pra parada que estava completamente fazia. Na verdade só tínhamos nós
na rua, já era tarde, era umas 23h30min, a nossa parada de ônibus nunca tinha
muitas pessoas.
- Eu te disse o que Nanda?
- Tá bom Guga, não adianta reclamar!
- Vou ligar para o Taxista vim nos buscar!
-Ok!
Ficamos ali parados. O taxista disse que chegava a meia
hora, decidimos esperar, mas a chuva estava ficando cada vez mais forte.
- Você está com frio Nanda?
- Um pouco!
O Guga não estava de casaco, então ele me abraçou, embora
eu tivesse gostando eu tirei a mão dele do meu quadril, não queria mais me
iludir. Estávamos sentados e eu resolvi de levantar, ele segurou meu braço e
acabei pisando no cadaço do meu sapado e escorregando, eu cheguei a cair no
chão ele se levantou rápido e pegou em minha cintura, por alguns minutos
ficamos ali um de frente por outro nos olhando bem no fundo dos olhos, com os
nossos rostos extremamente perto um do outro, não falamos nada, meu coração
estava completamente acelerado, foi então que ele me deu um beijo demorado e
nos levantamos, acabei dando uma tapa na cara dele.
- Qual o seu problemas? – perguntei.
- Você! –reponde Guga
- Eu não sou um problema!
- Está sendo.
- Ah é?
- É.
-Legal! Não era pra você ter feito isso!
- Por que Nanda? Somos solteiros, não devemos nada a
ninguém!
- Por que você acabou de sair de um relacionamento.
- Qual é Nanda, eu não a amava! Era só desejo, isso não
importa.
- Pra mim importa, liga pra o taxista agora!
- Ele deve está vindo.
- Ligue e pergunte onde ele está, quero ir pra casa.
- Você fica mais linda que o normal quando está brava. -
naquele momento eu virei, me aproximei e olhei fixamente nos olhos dele.
- Me cantar não vai fazer com que eu fique amigável com você.
– afirmo, e ele tacou outro beijo. – Dá pra parar! Ou você nunca mais vai falar
comigo!
- Nanda eu tenho atração por meninas bonitas, mas por
você eu tenho mais que isso.
Aquele momento foi o momento em que eu estava me sentindo
no céu, ele estava falando coisas além do que eu poderia imaginar, mas estava resistindo,
por mais que eu quisesse algo com ele, eu sabia que ele era um galinha nerd, mas era galinha, que se
sentia atraído por qualquer menina e eu só estava sendo a meninas da vez. O
taxista chegou e acabou com todo aquele clima, fomos calados até a minha casa.
Capitulo 11
Aquela noite foi a mais mágica da minha vida. No outro
dia de manhã acordei tarde, liguei logo o meu computador para ver se ele tinha
postado alguma coisa relacionada ao amor no seu blog: http://pensamentos-em-pauta.blogspot.com.br/
. Ele lógico postou algo, muito cedo, talvez não tinha conseguido dormir
direito.
“Hoje, neste dia acordo sorrindo, o sol
subindo devagar sobre o mar levando luz á todo lugar, tornou o dia perfeito, bonito
de um jeito bom pra te encontrar...”.
- Bom dia, Nanda! Acordou tarde. Tem panquecas em cima da
mesa, coma tudo. Estou indo! Hoje terei plantão, vou cobrir uma amiga. Chame a
Rose para dormir aqui. Ah... A Flor vai passar a noite aqui.
- Tá mãe! – falei da forma mais doce possível, afinal eu
estava completamente feliz.
- E esse sorriso bobo?
- Que sorriso? – perguntei dando outro sorriso.
-Mentira que vocês estão namorando?
- Não estamos, somos apenas amigos. Bons amigos.
- Então qual o motivo do sorriso bobo?
- Nenhum. Só estou feliz. – ela se virou e andou em
direção a porta. – Mãe!! –gritei.
-Oi?
- Nos beijamos. – falei. Naquele momento ela veio calada
caminhando até perto de mim, pegou no meu ombro e me olhou no fundo dos olhos.
- Mentira! – falou surpresa.
- Siiim, mamãe!!
- Mas e agora ele te ligou, mandou um SMS, um bilhete ou
algo do tipo?
- Não, até agora nada.
- Ele vai ligar, quando eu chegar quero saber todos os
detalhes, agora vou indo. - o fato de a minha mãe ter ficado feliz não me
deixou surpresa, ela me apoiava muito, na verdade ela era mais adolescente que
eu.
...
- Alô! Rose?
- Amigaa! Oi.
- Vem dormir aqui em casa hoje, a mamãe vai sair e a Flor
vai ficar aqui.
- Tá bom, o Léo está aqui em casa, quando ele for embora
peço pra ele me deixar ai, ok?
- Tá certo, beijo.
Passei a tarde inteira em casa, o Guga não me ligou
momento algum, nem foi na minha casa e nem falou comigo pelas redes sociais,
achei estranho ele não ter falado mais comigo. Então resolvi ligar, mas ele não
atendeu... “Aqui é o Gustavo deixe seu recado após o Bip”. Acabava desligando e não deixando recado nenhum.
Toc!toc!
- Quem é?
- É a Rose! – abri a porta e lá estava a Rose e o Léo,
ela entrou e se despediu dele. – Como foi o cinema com o Gustavo ontem? – falou
colocando sua mochila no sofá.
- Foi legal, nos beijamos. – falei, enchendo um copo de
água e levando-o a minha boca.
- Sério? – ela falou se aproximando de mim.
- Sim, mas ele não ligou nem nada. E eu falei que se ele
fizesse de novo eu nunca mais falaria com ele.
- Você é doida, Nanda?
- Amiga eu fiquei sem reação e ele acabou de sair de um relacionamento,
ele é um galinha, se diz apaixonado por qualquer outra menina, basta aparecer
uma menina bonita na sua frente.
- Nanda, ele não ia te beijar só porque te achou bonita,
sabendo que você era é a melhor amiga dele!
- Eu não sei de mais nada, Rose! Não quero me estressar
com isso, se ele não ligou foi porque ele não sentiu nada.
- Você já ligou pra ele?
- Lógico, mas ele não atende.
- Vou ligar! – a Rose acabou ligando pra ele, mas ele não
atendeu e ela continuou insistindo e ele mais uma vez não atendeu.
- Desiste, ele só me beijou por atração do momento mesmo.
- Não te entendo, Nanda! Você disse que se ele
continuasse você nunca mais falaria com ele.
- Eu esperava que ele fosse correr atrás de mim, Rose.
Fosse me pedir em namoro, ou algo do tipo.
- Até parece que você não conhece o Gustavo, ele faz tudo
o que você manda! – naquele momento a porta da sala abre, eu e a Rose ficamos
paradas olhando para porta assustada, aparece a Flor cheia de sacolas toda
suada.
- Oi meninas, interrompendo algo?
- Não, Flor entre, acomode-se. – respondo.
- O que houve meninas?
- Sente-se que te explicamos. – disse Rose. Naquela noite
contamos tudo pra Rose, ela fez algumas perguntas, mas não fez nenhum
comentário e me deu alguns conselhos.
Capitulo 12
Eu e a Rose fomos dormir era quase quatro horas da manhã,
na verdade só ela foi dormir, eu fiquei na minha varanda acordada por um tempo,
o sol até amanheceu lindo e eu acabei pegando no sono.
- Nanda! – escuto alguém me chamar bem baixinho, quase
sussurrando.
-Oi,Flor.
- Vem dormir na cama.
- São que horas?
- 6h30min - ela pegou no meu braço e me puxou até a minha
cama, a Rose estava ocupando todo o espaço da minha cama de casal, mas a Flor
conseguiu empurrar a Rose para o canto da parede.
- Obrigada.
- Olha o seu café da manhã e o da Rose está no balcão.
- Tá bom.
- Vou indo. – ela deu um beijo na minha testa e saiu
fechando a porta.
Acordei às nove
horas a Rose ainda ficou dormindo. Peguei um copo de suco de manga, não tinha
de maracujá, com umas toradas e me sentei na minha varada, torrando no sol
escaldante. Pensei em ligar para o Gustavo, mas o meu orgulho falou mais alto,
então só fiquei ali olhando o movimento da rua e vendo a Flor trabalhar.
- E ai? Ele ligou? – grita Flor
- Não, não. – respondo da minha varanda, inclinando meu
corpo pra frente.
- Já pensou em ligar pra ele?
- Já, mas não vou ligar! – respondo encostando meu corpo
na barra de proteção.
- Cuidado pra não cair daí, não se incline muito!
- Relaxe, eu não caiu daqui. Olha ele deve está bancando
o difícil mais eu que não vou correr atrás dele. – falo inclinando meu corpo
pra frente.
- Ele pode está sem crédito.
- Ele nunca fica sem crédito – falo me sentando na barra
de proteção, eu sempre fazia isso, era uma terapia.
- Nanda! Desça daí agora, você pode cair!
- Calma eu sempre faço isso, é só não olhar pra você! –
Falei olhando pra frente.
- Ok. Então ele pode está na casa de algum parente.
- Os parentes mais próximos dele moram longe daqui, mesmo
se ele viajasse, me ligaria avisando, ou deixaria um recado e também temos
visita ao hospital daqui a alguns dias. Ele não deixaria as crianças na mão ele
é doido por elas.
- Se você diz quem sou eu pra discordar com você? Mas,
mesmo assim é estranho esse sumiço dele.
- Bom dia, Nanda! – diz Rose, sentada na cama, olho pra
ela da varada.
- Bom dia, Rose. – desço da barra e olho pra Flor, que
estava varrendo a calçada. – Vou servir o café da manhã pra Rose e já volto
Flor.
- Ok, Nanda. – responde.
- São que horas? –pergunta Rose, bocejando.
- 10h00min.
- Você acordou há muito tempo? –perguntou descendo as
escadas.
- Não, não.
-Ele ligou?
- Não. – falei pondo meu pé no ultimo degrau da escada.
- Você ligou pra ele?
- Também não. – falei pegando uma xícara para a Rose
tomar café.
- Até quando vocês vão ficar nessa? – falou Rose pondo um
pedaço de bolo no prato.
- Até ele me ligar. Posso subir ou você quer que eu te
veja comer? Vou tomar um banho.
- Vai! Eu também vou quando acabar.
Fui pro meu quarto, tomei um banho demorado, lavei meus
cabelos, botei um short curto e uma blusa regata folgada e fui pentear meus
cabelos na varanda. Sentei na barra de novo e comecei a pentear, esperando a
Flor aparecer, como ela demorou, eu terminei de pentear meu cabelo, desci da
barra pequei meu óculo de sol, botei no rosto e voltei pra barra.
- Já pedi pra você descer daí Fernanda! – quando virei
meu rosto acabei virando meu corpo e cai no chão, não conseguia me levantar só
vi muitas pessoas ao meu redor e a Flor com a mão na minha cabeça, também vi
uma ambulância chegar e só ouvia a Flor dizendo: “Fica acordada! Fica acordada”. Ainda não tinha entendido o que
tava acontecendo.
Capitulo 13
Acabei adormecendo. Acordei no hospital com um pé e um
braço engessado. No meu quarto estava minha mãe, a Rose e a Flor. Minha mãe e a
Flor estavam próximas à janela conversando e a Rose estava ao meu lado
folheando uma revista velha de moda.
- Onde estou? – perguntei, sei que a pergunta foi idiota,
mas mesmo assim perguntei.
- Filha! Ainda bem que você acordou, estava preocupada
já.
- Estamos no hospital que sua mãe trabalha. – responde
Rose.
- São que horas? –pergunto.
- 17h27min. - responde Rose.
- Oi, vim o mais rápido que pude! Como você está? –
pergunta Guga, chegando ofegante na porta do quarto.
- Bem, onde você estava? Por que não me ligou?
- Acho que temos que deixa-los a sós meninas! – falou
minha mãe levando as meninas até a porta. – Qualquer coisa eu estarei na
lanchonete, Nanda. Cuidado com o que vai falar mocinho! – falou colocando a mão
no ombro do Guga.
- Ok, Mãe! – respondi. – Onde você estava? Por que não me
ligou?
- Estava em casa, eu vi suas ligações, não retornei
porque eu precisava pensar. – falou se sentando na minha cama. – Nanda, desde
aquele dia eu não consigo mais parar de pensar em você. Eu pensava que era só
uma atração, mas eu só fiz pensar em você e imaginar como seria quando nos
reencontrássemos. Eu estava completamente indeciso sobre o que sinto e ainda
não sei o que sinto, só sei que eu quero o seu bem. Então não te retornei
porque percebi que você poderia está chateada comigo pelo que fiz, ou sei lá,
não tive coragem de te ligar.
-Você poderia ter ligado arranjava coragem Guga, isso é
uma covardia da sua parte! - falei tentando me sentar na cama, mas acabei
ficando deitada. - Eu também não parei de pensar naquilo e sabe qual foi o
pior? O pior foi você ter simplesmente sumido! Como descobriu que eu estava
aqui?
- A Rose me ligou. Falou que você estava aqui. Ela me
disse que você caiu da sua varanda e que tinha torcido um braço e uma perna,
algo assim.
- Como assim? Você atendeu ela e não a mim?
- Bom! Ela não ligou diretamente pra mim. – falou se
levantando e indo até a janela.
- Então ela ligou pra quem?
- Ligou pra minha mãe, que me ligou e me contou. – falou
novamente vindo em minha direção, encostando-se à cama. – Pirei quando a minha
mãe me contou, ela só disse que você estava no hospital, então liguei logo pra
Rose e ela me explicou tudo.
- Não acredito que você foi infantil a ponto de não
atender a Rose, porque pensava que poderia ser eu!- falei fazendo um sinal pra
ele me ajudar a sentar na cama.
- Tá bom assim? – perguntou me ajeitando na cama.
- Tá.
- Foi mal, eu nunca tinha ficado assim antes, eu pirei
total com nosso beijo.
- Tá bom, Guga. Já passou. O que vamos fazer com as
crianças no hospital, tenho certeza que a minha mãe não vai querer que eu vá
nesse estado!
- Não tem problemas, nós adiamos. Eu vou lá e explico as
crianças o que aconteceu.
- Como estou? Muitos arranhões no rosto?
- Sim, quase não te reconheci. – falou colocando a mão
perto do peito e fazendo um rosto de surpreso.
- Bobo! Não tem nenhum espelho por ai?
- Hum... Sim! – ele deu um sorriso e pegou o espelho que
estava na mesinha com um vaso de rosas perto ta porta.
- Nossa! Tá um pouco vermelho meu rosto.
- Está parecendo um tomate. – falou dando risadas bobas.
- Gustavo!
- Parei boba.
Eu não estava muito machucada no rosto, só estava uma
parte bem vermelha e algumas feridas na testa, perto da boca e um corte perto
do olho, mas nada de grave, cortes leve.
Capitulo 14
Tive alta naquele mesmo dia, fui pra casa e com uma perna
e o braço engessado. Tirei com 23 dias. As minhas férias foram super corridas, eu
e o Gustavo não comentamos mais sobre o nosso beijo. Passamos as férias
inteiras em hospitais, ONGs, asilos, a nossa campanha estava crescendo bastante,
muitas pessoas nos ajudavam a arrecadar brinquedos entre outras coisas para
doação. O Gustavo tinha passado da fase galinha dele e não tinha aparecido com
novos amores, na verdade ele não me falava mais nada dos sentimentos em relação
a outras garotas. Mas ele ainda mexia muito comigo. A volta as aulas chegaram,
eu estava completamente diferente da Fernanda do início do ano, antes eu era
toda insegura e tímida, agora estava mais confiante.
- Pensei que você iria chegar atrasada no seu primeiro
dia de aula! – diz Rose, andando ao meu lado mega rápido com vários livros no
braço.
- Me atrasei. Pra que esses livros? – perguntei.
- Eu e o Guga estamos arrumando a biblioteca. Tem novato
na sala, um gatinho.
- Rose, você não muda. Cadê o Léo? – falei entrando na
sala.
- Tá na biblioteca com o Guga, vem ajudar! – falou parando
na frente da porta da biblioteca. Que agora era de frente pra minha sala de
aula.
- Ok! Vou só por minhas coisas aqui.
- Tá bom! - diz
Rose.
Entrei na sala, arrumei minhas coisas na cadeira, abri
minha agenda pra lembrar o que tinha pra fazer hoje no jornal.
- Oi?
- Oi?- respondo.
- Você se lembra de mim?
- Não! Desculpas!
- Sou o Nicolas Cook, estudamos juntos quando éramos pequenos.
- Nossa, lembrei. Como você mudou. – ele mudou muito,
tipo ele ficou super bonito.
- Você também! Ficou mais bonita.
- Obrigada, você também! – dei um sorriso mega bobo, muito
envergonhada. – Olha, eu tenho que ir, a gente se ver por ai. – dei uma
tchauzinho com a mão.
- Tchau, a gente se ver.
...
- Eu conheci o novato que você disse Rose. Ele falou
comigo. – falei pondo o livro na estante da biblioteca.
- Como assim? Você acabou de chegar à escola. – diz Guga
falando do outro lado da biblioteca.
- Eu já o conhecia, estudei com ela quando era pequena, morávamos
perto e ele teve que se mudar, daí perdemos o contato.
- Você perguntou se ele estava solteiro? – diz Rose.
- Rose! Você já namora.
- Estou perguntando, porque só assim você já poderia
investir.
- Rose! Para. Ele é só meu amigo.
- Acho bom! Você acabou de reencontrar o menino e não
sabe nem se ele é o certo mesmo. –diz Guga.
- Acho que alguém aqui tá com ciúmes. – fala Léo tocando
no ombro de Guga.
- Não estou com ciúmes, só acho muito novo isso tudo.
- Tá bom, Gustavo. – diz Léo. – Aqui já tá legal. Vamos pra
aula?
- Vamos sim. – responde Rose.
O fato de o Gustavo ter ficado com ciúmes não mexeu nem
um pouco comigo, o que achei estranho. Tivemos só duas aulas de Literatura, o
assunto ainda era romantismo, não aguentava mais, o Gustavo virava poeta nessas
aulas.
- Vamos Nanda! Nós vamos lanchar com o pessoal na
biblioteca. - fala Gustavo, puxando meu braço.
- Vai indo, eu vou comer e já apareço por lá. – falei
pegando um dinheiro da minha bolsa.
- Então tá certo. Eu te espero na biblioteca.
...
- Oi,vai lanchar sozinha? Posso me sentar á mesa com você?
– pergunta o Nicolas colocando o seu lanche em cima da mesa.
- Pode sim! - respondo.
- Você só come isso? Uma barra de chocolate da pequena
com refrigerante?
- Melhor do que tomar só um refrigerante. - falei
apontando para o refrigerante dele.
-Concordo! -ele disse dando um sorriso bobo. – Cadê os
seus amigos?
- Estão na biblioteca, não pode comer lá.
- Vocês passam o intervalo lá?
- Raramente, é que estamos reformando.
- Hum... Legal. Posso ir com você? Pra ajudar?
- Lógico, toda ajuda é bem vinda.
Capitulo 15
-O que esse menino faz aqui?
–diz Gustavo se levantando no chão.
- Ele veio nos ajudar.
–respondi, puxando o Nicolas em direção á Rose.
- Não precisamos de ajuda. –
diz Guga vindo me minha direção.
- Precisamos sim. –
respondo. – Nicolas, a Rose vai te dizer em que você pode ajudar, eu vou ali
com o Guga, rapidinho, tá bom? – falei me virando e chamando o Gustavo para
fora da biblioteca. Encostei-me à parede e esperei ele chegar. –Por que você o
trata tão mal? Ele não te fez nada!
- Não gosto dele. –respondeu
Guga, dando nos ombros.
- O que ele te fez?
- Nada. Eu só não vou com a
cara dele!
- Qual é Guga? Você sempre
trata as pessoas bem, mesmo quando não conhece. - falei saindo de perto de
parede.
- Tudo tem sua primeira vez.
– falou encostando o seu rosto perto ao meu, dando uma risada forçada e
levantando os braços.
- Por mim, o trate bem. Ele
não fez muitos amigos ainda, não o maltrate. Só te peço isso. – falei, dando as
costas pra ele.
- Nanda, eu vou suporta-lo,
mas não me troque por ele. – falou se virando contra mim.
- Isso é ciúme? – falei me
aproximando dele que estava de costas pra mim.
- Isso? O que? – falou ainda
de costas.
- Essas suas atitudes
infantis. – falei segurando o sorriso.
- Não! É só segurança, não
quero te ver sofrer com esse ai. – falou ainda que costas.
- Ele só é o meu amigo e tá
precisando se enturmar, deixa de ciúmes. – falei colocando minhas mãos nos seus
ombros e o virando. – Agora deixa de besteira e vem cá. – falei o abraçando.
- Tá, mas não solta agora
não. – falou ainda me abraçando.
Ficamos abraçados por uns
cinco minutos, então o sino tocou e tivemos que voltar pra sala de aula, quando
acabaram as aulas, o Nicolas não podia ficar pra terminar a biblioteca, o que
deixou o Gustavo super feliz, mas eu também não pude ficar. Eu tinha dentista a
tarde, minha mãe foi me buscar no colégio e nós levamos o Nicolas em casa, ele
morava meio longe da escola, mas como minha mãe o conhecia desde de criança,
resolveu fazer uma visita a mãe do Nicolas, que era amiga da minha mãe a muitos
e muitos anos.
- Dani, minha querida amiga há
quanto tempo não nos víamos como a Nanda está grande e bonita! – diz Cléo a mãe
do Nicolas, se sentando no sofá.
- Obrigada minha amiga, o
Nick também cresceu muito e ficou muito mais bonito.
- Aff, vem Nanda vamos pra
cozinha, essa conversa tá muito chata.
- Mãe, não demora. – falei dando
um sorriso.
-Então, quer almoçar?
- Não, eu vou almoçar quando
voltar do dentista. Obrigada.
- Hum... O Gustavo é o seu
namorado?
- Não! – falei sorrindo. –
Por quê?
- Pareceu, tipo como ele
falou comigo e depois o fato de vocês terem saído pra conversar e ele ter
ficado todo estranho na saída do colégio. – falou se sentando no balcão do armário.
- Somos muito amigos.
- É... Legal.
- É. – falei e ficamos os
dois ali parados, por um bom tempo, um silêncio absoluto ocupando aquela
cozinha.
- Vamos Nanda! – grita minha
mãe da sala.
- Vamos sim! – respondi e
fui andando em direção à porta da sala, que estavam me esperando a minha mãe e
a mãe dele. – Tchau Nick, até amanhã! –falei olhando pra ele. – Tchau, Cléo.
- Tchau florzinha. – responde
Cléo.
...
- Legal você ter se
reencontrado com o Nick, filha. – diz minha mãe parando no semáforo.
- É, mas quem não gostou
nada disso foi o Guga. – falei encostando minha cabeça na janela.
- Ele ficou com ciúmes? –
falou colocando a marcha.
- Sim, ficou tratando o Nick
muito mal.
- Será que ele está
realmente gostando de você? Falou olhando pelo retrovisor.
- Ou pode ser ciúmes de
amigo.
- Ou não.
- Mãe, eu não vou me iludir
com o Guga.
- Você deveria dizer a ele o
que você sente.
- E acabar com a minha
amizade? Não mesmo. Eu estou feliz assim.
-Fernanda, até quando você
vai esconder dele isso?
- Até eu me apaixonar por outro garoto. – falei olhando pra ela que também me olhou e estacionou o carro,
desligando-o.
- Você nunca vai se apaixonar
por outro garoto, não com o Guga perto de você.
- Mãe, eu vou esquecer o Guga.
Capitulo 16
Os dias se passaram e a
minha amizade com o Nicolas crescia a cada dia, começou a ir comigo e os
meninos para os hospitais, ONGs, orfanatos, asilos, etc. As discussões entre o
Gustavo e o Nicolas eram frequentes, o Gustavo parecia ter ciúmes do Nicolas a
cada instante que se passasse. Eu comecei a sentir algo diferente pelo Nicolas,
ele era super fofo comigo e me fazia se sentir única.
- Você não está afim do
Nicola, está? – diz Rose se sentando na grama do jardim da casa dela com um
copo de café na mão.
- Eu não sei! –falei
encostando meu corpo ao chão e olhando para o céu, que estava lindo, bem azul,
com poucas nuvens. – Ele me faz ser a garota MS feliz com simples atitudes.
- E o Guga? – diz Rose
levando o copo de café aos lábios.
- O que eu sentia por ele
passou. Ele está diferente agora. Está chato, não vem mais na minha casa, não
anda mais comigo na escola, não me chama mais pra sair, não me liga mais e
quando me vê só fazemos discutir.
- O Guga está com ciúmes,
Nanda. Vocês dois são muito complicados, por que você não diz logo pra ele que
você o ama?
-Por que eu não estou certa disso. E acho que
o namorado perfeito seria o Nicolas.
- Nanda, o Guga te ama e ele
está te perdendo pra o Nicolas, um menino que entrou basicamente ontem na tua
vida.
- Rose, entenda quem entrou
basicamente ontem na minha vida foi o Gustavo! – falei me levantando e indo em
direção a rua. – Vou embora, tenho umas coisas pra resolver.
- Então tudo bem! – diz Rose
se levantando e me abraçando. – Pensa bem no que eu te disse tá? Ele te ama.
- Tá bom, Rose. – falei
dando um sorriso debochado. Como a Rose morava perto da minha casa resolvi ir
andando. Estava tento uma obra na calcada da rua e eu tinha que andar na
avenida, que mesmo eu estando mais próxima da calçada ainda me dava medo.
- Pra onde vai à mocinha? –
diz Nicolas falando perto do meu ouvido.
- Que susto! – respondo com
a mão no peito e os olhos fechados. – Vou pra casa.
- Veio de onde?
- Da casa da Rose. E você?
- Eu estava passeando, fiz
uns amigos por aqui.
- Isso é bom. – falei dando
um sorriso.
- Quando te vi passando e
resolvi falar. – falou dando um sorriso. Eu estava completamente sem assunto,
então ficamos ali parados um de frente por outro no meio da rua.
- Eu acho melhor eu ir
embora, tipo tenho medo de ficar parada aqui e um carro me atropelar. – falei
rindo e olhando ao redor.
- Eu não iria deixar um
carro te atropelar Nanda. Iria fazer isso. – ele falou me puxando pra perto
dele pela cintura.
- Nick, eu acho que é melhor
você... – ele não me deixou terminar e me deu um beijo. – Não fazer isso. –
falei depois que ele me soltou.
- Ops! Agora já foi. – falou
dando uma risadinha.
- Nick, eu tenho que ir. –
falei muito envergonhada.
- Me desculpe Nanda.
- Não se preocupe, tchau. –
falei dando as costas pra ele e indo embora. Embora eu achasse que estava
sentindo algo pelo Nicolas, a sensação do beijo do Gustavo foi muito melhor.
Fui pra casa liguei pra Rose
e contei tudo, ela simplesmente odiou tudo. Passei a noite toda pensando
naquilo, mas não pensando no beijo do Nicolas, mas pensando no Gustavo, nas consequências
daquele beijo e com toda certeza o Nicolas ia jogar aquilo na cara do Guga e
ele iria ficar magoado e poderia discutir e acaba com nossa amizade.
- Nanda, acorda! Já está na
hora de se arrumar.
- Mãe, eu vou conversar com
o Guga hoje.
- O que você vai dizer a
ele?
- Vou dizer o que sinto.
- Vai com calma, saiba usar
as palavras.
- Mãe, eu sei o que eu vou
dizer, pensei a noite toda nisso.
- Eu apoio muito isso, desde
que você fale com cuidado.
- Mãe, a senhora está com
medo que eu magoe o Gustavo?
- Não Fernanda, eu estou
preocupada com o que você vai dizer, que pode magoar tanto ele como você.
- Mãe, eu sei o que eu faço.
- Então tudo bem.
...
- Guga? – falei correndo
pelo corredor.
- Oi? – ele respondeu se
virando e me olhando de frente.
- Podemos ir para um lugar,
mas reservado. Preciso falar com você.
- Vamos á biblioteca.
...
- Se for pra me contar do
beijo eu já sei. – diz Guga se sentando na cadeira.
- Como você sabe disso?
- Ele me contou. E o que era
o meu amor por você se tornou decepção. E se você me chamou aqui pra contar
isso, bom eu já sei.
- Guga, eu não te chamei aqui
pra te falar isso. Eu te chamei aqui pra conversar por que eu pensei que você
ainda gostava de mim, ainda sentia algo. – falei colocando a minha mão sobre a
dele.
- Bom, eu ainda sinto.
Decepção. – falou tirando a minha mão.
- Sabe o Nicolas? – falei me
levantando e indo em direção a prateleira cheia de livros, todos já empoeirados.
- Você me disse que não
íamos falar dele. Eu não gosto dele.
- Me deixa falar, por favor?
- Não, eu não quero saber
dele. – falou se levantando e indo em direção à porta.
- Guga, espera! – gritei. –
Eu gosto de você. – resmunguei. Ele parou se virou e olhou pra mim. – Esse
tempo todo, eu quis esconder o que eu sentia, mentia pra mim mesmo e tentava te
esquecer, todos os dias eu me lembro do nosso beijo e o Nicolas é só meu amigo,
eu tentei esquecer você com ele, mas isso só me fez vê que é você que eu quero
e não ele.
- Desculpas Nanda, mas eu
não gosto mais de você. – falou saindo da biblioteca.
Capitulo 17
Cheguei em casa destruída,
era como se o meu mundo tivesse parado, era como se tudo de ruim só acontecesse
comigo. Será que eu fui burra a ponto de esperar o momento certo pra falar a
ele o que eu sentia e acabei passando desse ponto? Se ele tivesse tomado à
iniciativa desde o nosso beijo, as coisas teriam sido diferentes, mas ele não
disse nada só se afastou agora me sinto um lixo humano, nunca mais, se eu amar
de novo, tomarei a iniciativa. Isso só me deixou mais fraca do que eu já sou.
- A senhora estava errada! –
falei me sentando no sofá ao lado dela.
-Pensei que você estava
dormindo. Errada sobre o que? – perguntou olhando fixamente para a televisão,
estava passando um programa sobre animais que ela amava.
- Falei com o Guga, disse o
que sentia. – falei abaixando minha cabeça e entrelaçando os meus dedos.
- O que ele disse? –
perguntou olhando pra mim.
- Ele disse que não gostava
mais de mim.
- Nanda, venha cá! – ela falou,
colocando a mão sobre a minha cabeça me puxando para o seu colo. – E como o seu
coração está.
- Tá só os caquinhos,
quebrados minusculamente. – respondi com uma voz tremida, voz de choro.
- Eu sei que dói. – falou fazendo
um cafuné na minha cabeça. – Mas é estranho ele ter te falado isso, se ele não
gosta mais de você, por que todo aquele ciúme?
- Eu e o Nicolas nos
beijamos. – falei enxugando as lágrimas.
- Não acredito! Fernanda! Explique-se!
- O Nicolas me beijou, eu
não queria, foi contra a minha vontade. – falei me levantando do colo dela,
permanecendo sentada no sofá.
- Duas bocas não se beijam
sozinhas.
- Mãe! – falei arregalando
os olhos, - Então o Nicolas falou com o Guga e contou detalhes de como foi, ele
até aumentou um pouco, o Guga falou a Rose e ela me contou. Aquele idiota, amanhã
eu vou acabar com ele. Me leva na casa dela amanhã mãe, pois como hoje é sexta
amanhã, não tem aula, nem nenhum evento na escola.
-Tudo bem, eu levo. - falou abismada.
- Por isso que o Guga ficou com raiva, o Nicolas foi à semente da discórdia.
Por que você não conversou com o Nicolas hoje na escola? Ou foi a casa dele
pela tarde?
- Porque eu estava completamente
destruída. Eu fiquei lá na biblioteca paralisada por um tempão. Quando a Rose
me viu, ela simplesmente me abraçou e conversamos, contei tudo a ela, e vim pra
casa, a senhora ainda estava no trabalho e me tranquei no quarto, por isso só
sai agora. Chorei a tarde inteira.
- Eu sei, o seu rosto está muito
inchado. Olhe, vá dormir! Pense no que você vai falar para o Nicolas amanhã e
como você vai agir diante do Gustavo.
- Eu vou pegar uma maçã e
subir. –falei me levantando e indo em direção a cozinha, tomei um copo de suco
de maracujá, comi um pedaço de bolo e peguei uma maçã.
- Fernanda, venha cá!
Telefone pra você. – grita minha mãe da sala.
- Alô, quem é? – falei surpresa.
- Oi Nanda. – uma voz suave
fala.
- O que você quer?
- Nanda, eu errei nas
palavras. Não tem como eu fugir disso, eu te amo. E mesmo que eu tenha ficado
chateado com você, por você ter beijado aquele idiota lá, isso não faz com que
o meu amor por você diminua.
- O que te fez mudar de ideia?
- A Rose me contou como tudo
aconteceu com vocês e isso só me fez ver que somos que nem duas velas acesas,
que quase se apagaram, mas com a ajuda de uma pessoa reacendemos outra vez. Eu
vou viajar Nanda, mas quando eu voltar, na segunda, eu quero conversar com você
pessoalmente. Tudo bem?
- Tudo bem. – falei sorrindo.
- Pra onde você vai?
-Pra casa de uma tia minha.
- Hum,
- Eu te amo, tchau.
- Eu também te amo, beijo.
- Até segunda.
- Até. – falei com um
sorriso bobo.
Capitulo 18
Na manhã
seguinte eu acordei mais calma, mesmo assim pedi pra minha mãe me levar à casa
do Nicolas, eu queria ter uma conversa séria com ele, ainda não engolir o fato
dele ter ido fazer intriga com o Gustavo. Aproveitei a manhã pra passar com a
minha mãe, que só ia trabalhar a tarde e passamos a manhã juntinhas, com muitos
mimos, fazia um tempo que não trocávamos carinho, eu estava sempre bastante
ocupada com o jornal da escola, com os trabalhos sociais, passando muito tempo
com meu amigos e ela sempre em plantões e trabalhos comunitários.
- Mãe e os
namoradinhos?
- Em falar
em namorado, o Guga ligou de novo?
- Não
estamos namorando e não mude de assunto.
- Estou
saindo com um cirurgião.
- Como
assim? Por que a senhora não me falou antes.
- Filha,
você estava tão ocupada com essa sua agenda que eu revolvi esperar o tempo
certo pra te falar.
- Me conta
mais. – falei dando um sorriso de orelha a orelhas, minha mãe não tinha uma
paquera há muito tempo.
- Bom, nos
esbarramos na lanchonete e eu derramei todo o meu café na roupa dele, fui pegar
um pano pra limpar e acabei melando mais ainda a blusa. – falou dando umas
risadas, nós duas demos boas gargalhadas. Minha mãe era muito desastrada quando
fica nervosa. – Ai ele ficou dizendo: “calma,
calma, tudo bem.”, e tocou nos meus dois punhos segurando bem forte e
pedindo pra eu parar, ai parei. Começamos a conversar e depois saímos pra
jantar uns dias depois.
- Quanto
tempo faz que vocês tão nessa?
- Mais ou
menos um mês e meio.
- Eu não
acredito esse tempo todo mãe, já é namoro.
- Não somos
namorados, somos amigos que se paqueram.
- Já se
beijaram?
- Fernanda! –
falou arregalando os olhos.
- Sim ou
não?
- Não!
- Como ele
te trata?
- Ai filha,
ele é um fofo.
- Tá
apaixonada mãe! Tá apaixonada!
- Estou filha
e eu tinha esquecido como é bom. – falou dando um sorriso de orelha a orelha. Então
passamos a manhã inteira ali conversando no sofá. Ás duas horas da tarde minha
mãe me deixa na casa do Nicolas.
...
- Oi Nanda! –
diz Cléo ao abrir a porta e fazendo um gesto indicando a minha entrada.
- Oi! O Nick
está? – falei entrando na casa.
- Não, ele
foi à casa de um amigo.
- Teria como
à senhora ligar pra ele poder vim aqui, preciso tanto falar com ele, mas tinha
que ser pessoalmente.
- Tudo bem!
Eu vou ligar! – diz Cléo com um sorriso no rosto. – Sente-se.
- Obrigada! –
disse me sentando no sofá. Esperei uns
dez minutinhos até ela me dá a resposta do Nicolas.
- O Nick
disse que daqui a uns dez minutinhos ele chega.
- Que bom! –
falei dando um sorriso com os lábios fechados.
- Gosto da
sua amizade com o Nicolas, ele não tem muitas amigas. – falou a Cléo, naquele
momento eu senti pena dela, poderia ser o fim da minha amizade com o Nicolas,
depois da conversa que queria ter com ele.
- Percebi! –
falei.
- Você não é
muito de conversar, tudo bem. Fique a vontade.
- Obrigada! –
eu não via a hora do Nicolas chegar, não aguentava mais aquela conversa forçada
que ela estava criando comigo. O Nicolas
chegou realmente dez minutos depois extremamente suado, estava jogando bola,
ainda esperei ele tomar banho demorou uma eternidade.
- Você
prefere conversar aqui ou no meu quarto? – falou o Nicolas ainda enxugando o
cabelo liso com a toalha branca.
- No quarto,
é um assunto só nosso.
- Tudo bem,
vamos! – ele falou puxando o meu braço. – Mãe, estamos no quarto, qualquer
coisa é só chamar.
- Ok! –
disse Cléo.
- Então o
que te trás aqui? – disse Nicolas fechando a porta do quarto. O quarto dele era
lindo, cheio de livros e miniaturas de carros, um quarto muito arrumado pra um
menino.
- Soube que
você conversou com o Gustavo sobre o nosso beijo. – falei pegando um porta-retratos
com a foto dele com a família, em cima da mesinha de canto. – Por que você foi
correndo dizer pra ele? –perguntei colocando o porta-retratos no lugar.
- Tenho
inveja dele. Ele estava completamente apaixonado por você, igual a mim. Mas ele
é correspondido e eu não. Sabe o que é amar uma pessoa e você saber que ela ama
outra pessoa? Nanda, nós estávamos tão próximos.
- Isso não
explica você ter ido fazer pouco para o Gustavo. – falei me sentando na cama.
- Eu sentia
inveja dele, porque ele te tem fácil, só basta ter atitude, o que ele não tem.
Quando eu te beijei imaginei que ele não suportaria e desistiria de você
abrindo o caminho para mim. Mas, depois que vi você saindo da escola daquele
jeito, eu fiquei mal e fui atrás do Gustavo com a Rose, expliquei a ele que
você não me beijou, eu que te puxei e que você foi embora chateada depois,
contei que você não gostou e pedi que ele te ligasse, eu e a Rose contamos que
você só tinha olhos pra ele. A Rose contou desde inicio do sentimento pra ele,
eu só desfiz o mal entendido que criei pra te ter.
- Nick, você
é um menino lindo, incrível, carinhoso, o menino que toda menina quer, menos
eu. Eu gosto muito de você, muito de verdade, mas não feito você gosta. Desculpe-me.
- Eu sei
Nanda, eu que te peço desculpas por tudo. Eu fique cego por você. – falou se
sentando na cama.
- Tudo bem
Nick, eu sei que quando estamos apaixonados, ficamos cegos, mas vem cá. – o
puxei e dei um abraço bem apertado. – Você vai encontrar quem te ame muito e te
faça muito feliz. – falei ainda abraçando.
- Obrigada,
espero que você e o Gustavo sejam muito felizes. – ele disse me soltando.
Capitulo 19
A minha
conversa com Nicolas foi totalmente diferente do que eu imaginei. Pensei que eu
ia acabar discutindo com ele, mas percebi que ele é apaixonado por mim e só fez
besteira porque o coração falou mais alto que a cabeça. Passei meu domingo
inteiro, ansiosa para conversar logo com o Gustavo, no dia seguinte.
- O Gustavo
já chegou? – perguntei, olhando ao meu redor.
- Não, eu
cheguei bem cedo, fui à biblioteca, arrumei e nada dele. – diz Rose, mexendo na
bolsa.
- O que você
procura ai?
- Meu
celular, eu não encontro.
- Ah... –
respondi apertando os dedos, porque eu estava completamente ansiosa para
encontrar com o Gustavo.
- Você está
tensa amiga. Está tudo bem?
- Sim, Rose.
– respondi indo em direção ao Nicolas. – Nick! – gritei.
- Oi Nanda,
bom dia! – respondeu vindo ao meu encontro.
- Bom dia!
Você viu o Gustavo por ai? – perguntei
- Não. Tenho
que ir. – respondeu andando em direção à porta. O Gustavo não foi à escola e
nem atendeu as minhas ligações de tarde, fui a casa dele, mas também não tinha
ninguém na casa dele. Liguei pra Rose,
mas ela não me atendeu também, não fui a casa dela, porque fiquei com preguiça,
eu fui à Boutique da Flor, mas por alguma coisa a Flor não abriu a Boutique, o
que era extremamente estranho, ele nunca fechava, nem nos feriados. Algo de
muito estranho estava acontecendo naquela tarde.
- Mãe, ele
não foi á escola hoje. – falei me sentando no sofá.
- Ligou pra
ele?
- Sim e ele
não me atendeu.
- Ele
poderia está ocupado.
- Ocupando
com o que? Eu tenho certeza que ele viu minhas ligações.
- Filha, uma
hora ele vai te ligar! – diz ela pegando o telefone fixo que estava tocando. –
Toma é pra você!
- Oi?
- Oi Nanda,
tem como você vim aqui na escola?
- Na escola?
Uma hora dessas? Você está louco? Sabe que horas são?
- Sei, são
19h30min. Tem como você vim aqui logo?
- Não sei!
Por que você não foi à escola?
- Vem aqui,
que você vai entender! – falou desligando o celular.
- Mãe, ele
desligou na minha cara!
- Vai se
arrumar logo, eu te levo na escola.
- Como à
senhora sabe, que ele quer que eu vá pra escola?
- Escutei!
- Mas ele
falou baixinho.
- Fernanda
não enrola, vai se arrumar logo!
- Tudo bem. –
falei correndo em direção as escadas, eu me arrumei super-rápido, botei um
vestidinho vermelho rodado de alçinhas, com uma sapatilha vermelha, fiz uma
maquiagem básica, só um pouquinho de pó facial e um delineado discreto, com um gloss.
labial bem transparente e o cabelo com uma trança lateral. Estava bem simples. Quando
desci minha mãe estava toda arrumada a minha espera.
- Mãe a
senhora está sabendo de algo?
- Não filha,
vamos logo!
Cheguei à
escola às 19h50min, não demorei muito. Minha mãe me levou ao pátio que estava
totalmente escuro, quando entrei na quadra da escola, os portões se fecharam,
uma música bem lenta começou a tocar, eu não enxergava absolutamente nada, e de
repende uma luz de holofote reflete um coração no meio da quadra, um coração composto
por alguns professores, amigos, parentes e cada um com uma rosa vermelha na mão,
dentro desse coração tinha uma cadeira com um buque de rosas vermelhas nela. Não
acreditei no que estava acontecendo. De repende outra luz de holofote se acende
no cantinho da arquibancada onde estava sentado o Gustavo, de paletó preto com
uma gravata vermelha que era uma coincidência muito grande com a dor do meu
vestido.
- No inicio
do ano eu esbarrei com a menina mais complicada do mundo. – falou Gustavo andando
entre as cadeiras da arquibancada. – Ela foi a besta que mais me ensinou
durante todo esse ano. Entre várias e várias brigas e discussões, pedaços do
meu coração, eram levados, mas sabe quem recolocava esses pedaços? Ela mesma.
Engraçado que quando nos conhecemos eu a tratei mal, mas ela me tratou delicadamente
e foi uma fofa, eu lembro bem de como foi. Passamos de conhecidos para colegas
e de colegas para melhores amigos. – falou chegando perto do coração, e olhando
pra mim que ainda estava perto da porta com os olhos cheios de lágrimas. – Essa
menina me mudou muito, me fez sentir ciúmes, me fez enlouquecer. Viu-me entrar
em um relacionamento que eu mesmo sabia que não ia dá nem um pouco certo, por
que eu amava a minha melhor amiga e não a menina que eu estava namorando, mas
isso não vem ao caso. Enfim, nos beijamos. E depois do nosso primeiro beijo, eu
percebi que realmente era ela quem eu amava e queria cuidar para o resto da
vida, mas as coisas não aconteceram como eu imaginei e acabamos brigando e nos
separando, mas com a ajuda de um grande amigo hoje estou aqui, pra dizer não só
pra vocês, mas também pra ela que a minha vida não é mais perfeita se ela não
estiver ao meu lado, mas agora eu não quero que seja só como uma amiga, quero
mais que isso. Hoje de manhã eu liguei pra mãe dela e para alguns amigos
combinando como seria uma das noites mais importantes da minha vida. – falou pegando
o buquê de Rosas e vindo em minha direção. – E eles me ajudaram a enganar
direitinho o meu amor, mas vou parar de falar esse monte de baboseira e ir logo
pra parte boa. – ele falou se ajoelhando e pegando na minha mão, me dando o boque
de rosas. – Minha querida Fernanda Corhen você aceita ser feliz pra o resto da
vida comigo? Você aceita ser feliz ao lado do melhor namorado do mundo? Por que
é isso que eu serei pra você, o melhor namorado do mundo!
- Sim! Sim!
Sim! – falei chorando muito, então ali mesmo nos beijamos com todos aqueles
nossos amigos aplaudindo e ali foi o primeiro passo da minha felicidade com o
meu novo namorado.
Fim...
Muito lindo amei
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