Fernanda e Gustavo: Uma história de amor.

sexta-feira, 23 de maio de 2014
Capítulo 1

Tudo começou há quatro anos; apaixonei-me por um menino. Conhecemos-nos na escola. Eu era novata. Estudava a quatro quadras da minha casa, fazia um mês que eu estava morando nessa nova cidade, ainda não tinha feito amigos. Minha mãe tinha sido transferida do emprego e acabamos ficando nessa cidade. Sempre fui muito tímida, porém muito irônica. Não era de brigar, mas sempre discutia com alguém. Na verdade eu era meio ousada. Sempre sofri bullying. É típico sofrer quando se é como sou. Sou magra, do cabelo longo castanho, nerd, tímida, muito desastrada, uma coisa que sempre me atrapalha. E não era de ter muitos amigos.
- Acorda Fernanda!Hoje é o seu primeiro dia de aula.
- Tá mãe. Só mais cinco minutinhos...
- Nem mais um minutinho, quanto mais cinco. (Minha mãe era meio estressa.)
Então ela abriu a janela e o sol invadiu meu quarto, uma resta ficou bem no meu olho, então me cobri e ela puxou o lençol.
- Fernanda Corhen, levante agora! Você vai se atrasar!
Não tive escolha, acabei me levantando às seis e quinze da manhã. Tomei meu café, que foi uma maça e um pouco de suco de maracujá, que era o meu suco predileto. Então minha mãe me levou pra escola. Meu horário era ás sete, cheguei era seis e cinquenta e cinco. Legal, cinco minutos antes. Tinha muita gente na frente da escola. Me sentei no pátio e encostou uma mulher perto da minha mesa.
- Bom dia!Você deve ser a Fernanda Corhen, estou certa? Sou a sua diretora, Flávia.
- Bom dia. Sou a Fernanda.
- Seja bem Vinda!
- Obrigada. Qual a minha sala?
- Sala de número oito, suba as escadas, perto da biblioteca. – Sorri pra ela dando a entender que eu estava agradecendo.
Então subi as escadas olhando pra cima, na verdade eu estava admirando a escola, pra uma escola pública era muito binota e bem organizada. Então esbarro com um menino.
- Qual seu problema? Não olha por onde anda? – Disse ele.
- Me desculpe. Não tive a intenção... (Ele não deixou que eu completasse.)
- Desculpas, eu ando muito estressado.
- Então tá, senhor estressadinho.
Ele deu um sorriso bobo. Então nos abaixamos pra pegar minhas coisas que estavam completamente espalhadas pelo chão.
- Gustavo Walther, prazer! Nova aqui?
- Fernanda Corhen. Sim.
Levantamos-nos e nos despedimos. Fiquei mexida com aquela cena, não tirei da minha cabeça durante todo o primeiro horário. Acho que foi porque o Gustavo Walther era lindo. Era pardo, magro, alto, com o cabelo bem liso castanho e olho claro, acima de tudo era simpático. Difícil você achar pessoas assim nos dias atuais. Pra minha surpresa ele era da minha sala, mas eu só percebi quando tocou o intervalo, ele sentava nos fundos e eu na frente. Então quando acabou a aula fui tirar dúvida com o professor de matemática, que era minha matéria preferida. Ele também foi tirar dúvidas com o professor. Tiramos nossas dúvidas e me virei para guardar as minhas coisas.
- Fernanda Corhen?
- Oi Gustavo, me chama só de Fernanda, ok?
- Ok. Legal nós sermos da mesma turma, não acha?
- Sim. - Dei um sorriso bobo. -Então vou passar esse intervalo na biblioteca, tchau.
- Então tá certo, até a gente se esbarrar de novo.
Ele deu uma piscada e eu dei um sorriso e olhei pra baixo. Peguei minhas coisas e fui pra biblioteca.


Capitulo 2
Tocou o sinal, era a hora de voltar para a sala. Eu estava lendo um livro na biblioteca, um livro que já li umas quatro vezes. Era sobre uma garota paraplégica que se apaixonava por um jogador de basquete da sua escola. Eu me identificava muito com o livro, ela era insegura e totalmente confusa, tudo haver comigo.  Eu gostei da biblioteca, era aconchegante. Tinha umas mesinhas com porta-lápis em cima, cadeiras confortáveis, computadores, bebedores, e muita iluminação. Quando voltei á sala de aula era teste surpresa de química, assunto era cinética. Até que gostei da prova, não era difícil. Quando a prova acaba eu ouço alguém me chamar..
- Fernanda?
-  Oi?
- Sou a Rose do jornal da escola.
- Oi, Rose.
- Posso te fazer algumas perguntinhas?
- Pode.
- Você está gostando da escola? Pretende entrar em algum grupo, por exemplo: artes, xadrez, ballet, jornal, música, clube do livro?
A Rose era muito legal, parecia ser simpática e tinha um jeitinho bem doidinho de ser. Ela usava roupas muito coloridas, cabelo sempre solto, com mexas rosa e azuis.
- Estou gostando muito. Por enquanto não quero participar de nenhum grupo.
- Então tá bom, qualquer coisa é só falar comigo ok?
- Tá certo, obrigada!
- Onde você mora?
- Perto da boutique da flor, sabe onde é?
- Sei sim, moro uma quadra depois.
- Legal.
O professor chegou para dá à próxima aula que era de história, estávamos aprendendo sobre Napoleão, à aula era até legal. Então tocou o sinal, era a hora de ir pra casa. Estava arrumando minhas coisas, quando dois meninos apareceram.
- Oi novata.
- Oi.
- Eu me chamo Christofer e esse é o Jhô.
- Oi novata. – Diz Jhô, na verdade o nome dele era Josué, mas ele não gostava.
- A senhora não está na sala errada? Aqui não é a classe da terceira idade. – Diz Christofer.
- Acho que...  (Não consegui mais uma vez concluir o que ia falar o Gustavo apareceu.)
- Olá meninos! Acho que vocês já conheceram a Fernanda. – Diz Gustavo com um sorriso no rosto.
Não estava entendendo o que tava acontecendo, ele apareceu do nada agindo como se já me conhecesse há anos. Os meninos foram embora e o Gustavo esperou eu arrumar minha bolsa.
- Quem são eles?  – Pergunto.
- Dois babacas. Eles não valem nada. Já estavam começando a ti caçoa. – Diz Gustavo.
- Então obrigada por chegar bem na hora.
Ele deu um sorriso bobo e continuou com a conversa.
- Pra onde você vai agora?  –Diz Gustavo.
- Vou pra casa, andando, longa caminhada.
- Vou com você, pera onde você mora? – Ele fala ironicamente.
- Perto da boutique da Flor. Sabe onde é?
- Sei. Moro uma quadra depois. – Diz Gustavo, olhando para o celular.
- Na Rua da Rose? – Pergunto.
- Sim, sim. Vamos?
Descemos as escadas e formos conversando até a minha casa. Naquele dia eu descobri muitas coisas do Gustavo. Ele só morava com a mãe os seus pais eram separados, o pai morava muito longe. Descobri que ele era filho único e que amava ler, fazia até parte do clube do livro da escola, descobri que ele escrevia alguns textos e frases, ele tinha até um blog. Quando chegamos à frente da minha casa ainda batemos um papo legal.
- Então, chegamos! – Afirmo.
- Linda sua casa!
- Você quer entrar?
- Não, obrigado. Eu já vou. Tenho um compromisso agora.
- Ok. Até amanhã! Obrigado por me trazer.
- Nada, até amanhã.
Ele acenou me dando tchau com a mão e foi embora. Não sei o que aconteceu comigo, passei o dia todo pensando naquele dia.

Capitulo 3

Quando entrei minha mãe não estava em casa, como sempre. Ela estava no trabalho, era médica, pra ser mais precisa pediatra. Tínhamos uma condição de vida boa. Meu pai morava no Japão, era empresário e sempre que podia me mandava dinheiro. Ele queria ser meu amigo, recompensar os anos de sofrimento que passei com minha mãe. Ele a abandonou quando ela ainda estava grávida, no ultimo período da especialização em pediatria. Minha mãe é uma heroína, me criou sozinha e sempre tive tudo do bom e do melhor.
Á tarde fui à varanda, era primavera e a minha casa era de frente para a Boutique da Flor, não entendo porque o nome era “Boutique da Flor”, se era uma floricultura. Ma, era uma boutique linda, com várias flores, arranjos, dentro da boutique tinha até uma espécie de lanchonete, bem aromatizado. Coloquei meus pés em uma mesinha de centro que tinha na minha varanda e comecei a ler. Á noite fui dormir antes que minha mão chegasse.
- Como foi o seu primeiro dia de aula Nanda? Você dormiu cedo, não deu tempo de conversamos.
- Foi legal.
- Já fez algum amigo? Alguma paquera?
- MÃE!
-Desculpe.
- E a senhorita? Como está no novo emprego? Fez amigos? Alguma paquera?
- Fernanda!
- Tá vendo é uma pergunta idiota. - Rimos um pouco.
Minha mãe era minha melhor amiga, mas ainda não tinha contado a ela dos colegas que fiz e do Gustavo.
- Vamos? Eu levo você á escola.
- Ok mãe, deixa só eu pegar meu livro?
- Vai logo pra não se atrasar!
Cheguei à escola cinco minutos antes de tocar. Me sentei no pátio, quando chega a Rose.
- Bom dia Fernanda!
- Bom dia Rose, você é sempre animada assim?
- Sou. Sempre.
- Legal.
- E ai pensou em entrar em algum grupo?
- Não. Acho que não ia da muito certo. Essa escola é muito puxada ontem foi meu primeiro dia de aula e já tive prova, sei que foi só um teste pra lembrarmos-nos dos assuntos do ano passado, mas achei muito sei lá, acho que agora não.
- Fernanda, essa escola tem o melhor ensino da região, acostume-se. Mas, então que você não quer participar agora, tudo bem. Vamos entrar?
- Vamos.
A Rose era muito simpática, acho que naquele momento começou a nossa amizade. As aulas se passaram e o professor de redação passou uma redação para fazermos em casa, fora isso não teve exercícios. Quando acabaram as aulas, minha mãe estava de frente à escola a minha espera.
- Mãe?
- Surpresa?
- Não. Vamos logo.
- O que você tem? Está à procura de alguém?
- Não, não. Vamos!
Na verdade eu estava procurando o Gustavo, ia da uma carona a ele, mas ele não foi à escola. Na verdade esse faltou toda a primeira semana de aula.
UMA SEMANA DEPOIS...
Na escola andava tudo bem, eu acabei entrando para o jornal da escola, por causa daquela bendita redação. Saí de casa super atrasada. No meio do caminho a Rose liga...
- Nanda?
- Oi Rose.
- Onde você está?
- No caminho, guarda meu lugar? Acho que chegarei uns cinco minutos atrasada.
- Ok, vem logo.
Cheguei à escola realmente cinco minutos atrasada, quando entrei na sala a Rose não tinha guardado meu lugar, sentei lá nos fundos e pra minha surpresa o Gustavo estava do meu lado.
- Atrasada dona moça. – Diz Gustavo.
- Sumido.
- Estava doente.
- Hum.
- Soube que você já se enturmou. Está até no jornal da escola.
- É. Escrevi uma redação legal.
- Hum.
- Então... É... - ( Não deixei ele continuar a conversa).
- Vamos prestar atenção na aula?
- Sim, vamos. Desculpe.


Era aula de matemática, eu amava. Sei que fui meio grossa com ele, mas acho que ele não se importou.

Capitulo 4

Acabaram as aulas e eu ia à casa da Rose para escrevermos algumas coisas para as notícias do jornal no dia seguinte. Foi quando ouvimos de leve uma voz masculina, mas suave a chamar.
- Rose?  - Diz Gustavo
- Oi Guguinha. – diz Rose.
- Oi Fernanda. – Diz ele.
- Oi Gustavo. – Respondo.
- Meninas, o clube do livro pensou em uma campanha, tipo doar livros pra o hospital do câncer, mas precisamente pra a área infantil. Queríamos que vocês fizessem a divulgação no jornal. – Diz Gustavo.
- Acho ótimo. – Diz Rose.
- Eu me encarrego de fazer a matéria. – Comento.
- Alias, não quer ir fazer agora conosco, em minha casa? – Diz Rose.
- Gostaria muito de ir, mas não posso. Vou à casa da Luiza, ela está precisando de mim. Vocês sabem não é? A Luiza, minha namorada. Está tão mal sabe meninas, a avó dela faleceu. – Afirma Gustavo.
- Então fica pra próxima. – Diz Rose.
- Meus pêsames. – Comento.
- Mas confio no seu texto, Fernanda. – Diz Gustavo.
- Obrigada, vou fazer o melhor. – Afirmei.
Nossa ele tinha namorada, eu pensava que era solteiro. Pela tarde eu e a Rose fizemos o texto e ficou bem assim: “Venha! Ajude ao clube do livro com doações. Doem livros. Ajude as crianças com câncer a não perder a sua imaginação. Mais informações falem com: Gustavo Walther da turma do segundo ano, ensino médio”.
Passaram- se alguns meses. E a campanha de doação de livro estava indo de vento e popa, a cada quinze em quinze dia eu, a Rose e o clube do livro, levavam os livros ao hospital do câncer. A minha amizade com a rose só aumentava, acabamos nos tornando melhores amigas, vivíamos uma na casa da outra. Ah! A minha amizade com o Gustavo também só fazia aumentar.

Era sábado e meu celular toca...
- Alô?
- Nanda?
- Oi Guga. O que houve? Você está chorando?
- Ela me traiu. Não acredito, eu a amava. O amor virou ódio.
- Guga, calma!
- Posso ir a sua casa?
- Pode.
- Então abre a porta.
Quando abri a porta com o celular na mão, ele estava lá em frente da minha casa, chorando muito. Eu estendi meus braços para um abraço e ele me abraçou forte, chorando muito.
- Não acredito Nanda, eu dei tanto amor a ela.
- Conte-me direito essa história entre, se sente no sofá, vou pegar água pra você.
Fui à cozinha pegar um copo d’água para ele e quando voltei ele estava mais calmo olhando da janela boutique da Rose.
- Então, conte-me.
- O nosso namoro não tava nada bem, eu não estou chorando porque acabamos, estou chorando de ódio, ela não teve coragem de acabar comigo, ela preferiu me trair. Traiu-me com o Christofer.
- Com o Christofer? Que vaca!
- Nanda eu estou destruído, você sabe disso. Estou passando por um momento horrível na minha família e ela deveria está do meu lado. Dando-me conforto, mas ao invés disso, preferiu me trair com um garoto idiota da minha escola. Não bastam os problemas que tenho em casa, agora todos vão zuar de mim na escola.
- Eu não vou! Você fica do meu lado que eu não deixo. Não se preocupe com isso. Vamos esquecer isso. Sua mãe vai superar essa fase. Você também e quem vai se sair errada nessa história é ela, que traiu você. Veja pelo lado bom, você está livre, livre pra ser feliz. Todos sabemos que você não era feliz com ela.
- Você é sempre assim?
- Assim como?
- Sempre ver o lado positivo de tudo, nunca ver o lado ruim, nunca se abala?
- Temos que ser fortes, a vida é uma caixinha de surpresas.
Nós nos olhamos e rimos, comecei a contar várias piadas idiotas e ele começou a sorrir, saímos um pouco pra descontrair, formos ao shopping e quando voltamos paramos na Boutique da Rose.
- Uma tulipa rosa, pra uma flor humana. – diz Gustavo.
- Você não é bom nisso. – afirmo.
- Você é péssimo nisso. – diz a Flor.
- Eu sei. – diz Gustavo.
- Tudo bom gente? – diz a flor
- Sim. – Respondemos.
- Como anda sua mãe Nanda?- pergunta a Flor.
- Bem. – respondo.
- E a sua, Gustavo?
- Bem. – respondeu.
- Bom o papo está muito bom, mas eu já vou. – diz Gustavo. -Ele me deu um beijo na bochecha, um abraço na flor e foi embora.
-O que ele tem? – pergunta a Flor.
- Problemas na família e termino do namoro, motivos: Traição. – respondo.
- Ele vai ser feliz agora, faça ele feliz Nanda. Eu sei que você gosta dele.
- Ele é só o meu amigo, Flor não quero acabar com a nossa amizade.
- Vocês serão felizes juntos, menina! É o seu destino.
- Flor, para. Vou entrar Flor. – Dou um abraço nela e entro.

Minha casa estava uma bagunça, o Gustavo tinha deixado o copo em cima da mesinha, ele sabe que eu odeio, mas relevei ele estava muito mal. 


Capitulo 5

Já estava chegando às férias. Fazia um mês e alguns dias que o Gustavo tinha acabado o namoro, ele nem lembrava mais da menina. Nossa campanha de doações estava indo muito bem, estávamos arrecadando presentes já para o dia das crianças, embora ainda fosse junho. Estávamos na ultima semana de aula.
- E ai Nanda vai fazer o que nas férias? – diz Rose.
- Vou ler. – respondo.
- Vamos sair. – interrompe Gustavo.
- Sim, vamos sair. Você só faz ler, ler, ler! – continua Rose.
- Gosto de ler. – afirmo
- Como anda o arrecadamento dos presentes para o dia das crianças. Gustavo? – pergunto.
- Olha aqui, esquece um pouco das responsabilidades vamos sair pela tarde, nós três? – pergunta Gustavo.
- Não vai dá pra mim. Hoje o Léo vai à minha casa falar com meus pais sobre nosso namoro. – diz Rose.
 A Rose estava namorando, com o Léo, um garoto que morava perto da casa dela, eles eram completamente melosos e super apaixonados, viviam juntos e quase nunca desgrudavam.
-Gente! Vou indo. Ainda vou ao salão me arrumar um pouco. – diz Rose.
- Você está linda Rose, ele gosta de você assim, no seu natural. – afirma Gustavo.
- Concordo com o Guga. – afirmo.
 A Rose foi embora toda apressada.
- Então vamos á praia Nanda? – perguntou Gustavo.
- Não! Não gosto. – respondo.
- Não precisa tomar banho Nanda, vamos só olhar o mar, o dia está tão lindo. – insiste Gustavo.
- Tá, mas sem me jogar na água ok?.
- Tá Nanda, mas você não pode levar livros, ok?
- Tá.
Largamos cedo da escola e fomos direto pra minha casa. Quando chegamos de frente a minha casa...
- Você vai me esperar ou vai em casa? – pergunto.
- Vou em casa e venho te buscar.
- Ok!
Ele foi pra casa e eu fui me arrumar. Escolhi uma saia jeans claro meio rasgadinha que era meio curta (mas não muito), com uma blusa regata amarela que tinha um símbolo da paz em estampado na frente, botei uma sandália daquelas estilo caminhada no calçadão e pequei meus óculos e uma bolsa e botei algumas coisas que precisaria. Depois de uns quarenta minutos ele chega.
Plim dom! Plim dom! Plim dom!
- Calma! – respondo. – ainda com a postar fechada.
- Você vai á praia ou a um casamento? – diz Gustavo- ainda com a porta fechada.
- Se você ficar reclamando, te deixo plantado ai gritando. – respondo ainda com a porta fechada.
- Vai Nanda abre. – finalmente abri a porta pra ele. Ele estava com uma bermuda clara e uma blusa branca, com um óculos no rosto, qual é? Ele estava lindo.
- Nossa! – diz Gustavo.
- O que foi? Minha roupa não é? Eu não vou muito à praia, não sei que roupa se usa.
- Você tá linda!
- Para. – fiquei muito tímida naquele momento, ele até percebeu e mudou de assunto.

- Vamos logo antes que você mude de ideia. Ah... e... tenho uma surpresa, depois da praia. 
- O que? - pergunto.
- Você sabe o que significa a palavra surpresa? - perguntou Gustavo.
- Sei. Como você é chato. Odeio surpresas. - afirmei

Capitulo 6

Estava um dia lindo, embora eu gostasse de dias frios e preferisse a chuva, o sol estava lindo, não tinha quase nenhuma nuvem no céu e a praia era quase deserta. Ele me levou pra um lugar tão lindo, tinha um restaurante arborizado beira-mar. Ele levou uma toalha estilo essas que se usa em piquenique, levou sesta, flores.

- Isso é uma espécie de piquenique na praia? – pergunto me sentando na toalha.
- Sim. Inventei isso, se chama piquenique praieiro. Nunca ouviu falar? –explicou tirando algumas frutas e guloseimas de dentro da cesta.
- Não. Isso onde eu morava se chamava farofeira. Era tipo levar comida pra praia. -afirmei.
- Você nunca é legal?
- Não. Você me acha chata?
- Acho.
- Então por que me trouxe aqui? – perguntei levando uma maça até minha boca.
- Porque gosto de pessoas chatas. – respondeu olhando para o mar.- É lindo não é?
- O que?
- O mar, Nanda.
- Ah... Realmente é lindo. Na verdade esse lugar é lindo. - comentei.
- Achei que seria um lugar legal pra passar à tarde com uma pessoa especial.
-Então quer dizer que sou especial?
-Lógico Nanda! O que seria de mim sem você? Você me diz coisas que ninguém nunca me falou antes!
- Você seria um ninguém sem mim. – brinco.
- Você é sempre assim?
- Assim como?
- Chata.
- Qual é? Você me trouxe aqui pra ficar me falando o que eu já sei?
- Sim e não.
- Pra que você me trouxe aqui?
- Te trouxe num lugar legal, pra te dá uma noticia legal e te fazer um convite legal.
- Tem legal demais nessa frase, lá vem merda!
- Dá pra você ser legal uma vez na vida?
- Me deixa ver... Não!
- Então tá certo, não falo!
- Deixa de ser bobo Gustavo!
-Você que é boba, chata, implicante, irritante.
-Tá Gustavo, vai ficar nessa? Para de enrolar e fala logo.
- Você está cheia de curiosidade.
- Estou começando a pensar que não tem surpresa.
- Deixa de ser bobinha.
-Gustavo diz logo!
-Calma gosto do suspense.
- Odeio suspense. 
- Nanda, você quer... 


Capitulo 7

Naquele momento eu imaginei que ele fosse me pedir em namoro, fiquei completamente nervosa e meu coração acelerou.
-Nanda você quer... - ele abriu a cesta e tirou um envelope, me entregou e, mais uma vez falou. – Nanda você quer, ir a uma peça teatral comigo?
- Ah... Qual é? Esse suspense todo pra me perguntar se quero ir a uma peça teatral contigo? Não acredito.
- Por quê? Você achou que eu ia fazer o que?
- Sei lá, mas foi muito suspense. Mas aceito, é sobre o que?
- É romance, gosto de romance você sabe.
- Você é um idiota!
- O que eu fiz?
- Me fez ficar ansiosa pra nada, velho.
- Quer dizer que te chamar pra ir a uma peça comigo não é nada?
- Deixa pra lá, vamos embora?
- Já?
- Sim, quero ir pra casa. – afirmo, eu pedi pra ir pra casa, porque eu não me senti legal depois daquilo, eu queria muito está curtindo aquele momento ao lado dele, mas o que eu achei que era algo romântico, na cabeça dele só era uma forma legal de chamar uma amiga pra ir ao teatro.
- Então vamos. Aceita uma água de coco?- pergunta o Gustavo.
- Pode ser! –respondo.  
Voltando pra casa resolvemos bater um papo lá na Flor.
- Olá meninos! Como vocês estão?- pergunta flor.
- Estamos bem! – Gustavo responde.
- Estavam passeando?
- Sim. Estávamos na praia. – responde Gustavo.
- Nossa que legal!- afirma Flor.
- O que houve Nanda está to calada? –pergunta flor.
- Ela é calada Flor. – responde Gustavo.
-Eu sei, mas está mais do que o normal. – afirma Flor.
- Estou bem! – afirmo.
- Bom vou indo gatas, beijo.
-Tchau Guga juízo. – diz flor.
- Tchau, até amanhã. – digo. Depois que o Gustavo dobrou a esquina a Flor puxa assunto.
- O que aconteceu? –pergunta Flor.
- Estou me iludindo com ele, mas ele não tem nenhuma culpa.- respondo
- Como assim?
- Flor, ele me levou pra praia, fez um piquenique, uma coisa bem romântica e disse que tinha uma surpresa. Preparou isso tudo pra me chamar pra ir a uma peça. Como você acha que estou?
- Péssima. Nanda o conquiste. Faz com que ele se apaixone por você.
- Não quero sofrer, ele é muito lerdo. Flor, você me conhece, sabe que eu nunca me arrumo e hoje eu me arrumei toda pra ele. Todo mundo já percebeu que eu o amo, menos ele.
- Ou ele percebeu e não quer falar, está indeciso.
-Acho que não.
- Você não sabe o coração dele Nanda!
- Você sabe de algo, Flor? Sobre o coração dele?
- Não, Nanda.
- Então está certo.
- Nanda, deixe as coisas acontecerem e o conquiste.
- Flor, obrigada!
- Por nada, Nanda.
- Vou indo, amanhã vou ao hospital com ele.
- Como sempre não é?
- Virou rotina, Flor. 


Capitulo 8

Acordei cedo, íamos ao hospital do câncer, arrecadamos bastantes livros infantis, estamos até com algumas ideias sobre uma encenação de acordo com o livro que estávamos lendo.
-Bom dia, Nanda! –diz minha mãe preparando o café da manhã.
- Bom dia, mãe.
- Acordou cedo! Vai sair?
- Mãe! Hoje vou ao hospital do câncer com o Guga, a Rose e o Léo, eu lhe avisei ontem.
- Ando meio esquecida.
-Percebe-se.
Peguei uma maça e fui pra varanda do meu quarto, era muito cedo. Íamos ao hospital às 9h, era 6h30min, fiquei sentada em uma cadeira e fiquei sentindo o friozinho da manhã, acabei adormecendo e acordei com uma ligação, era a Rose.
- Amigaaaaa!
- Bom dia pra você também Rose.
- Bom dia amiga, como você está?
- Estou bem, e você?
- Estou ótima, você já está pronta? Já são 8h30min!
- Nossa dormi muito, estou com pijama, vou me arrumar e ligo pra você, ok?
- Tá bom. Tenho muitas novidades, como foi o passeio com o Guga?
- Foi legal. Vou desligar! Beijo.
- Beijo.
Fui me arrumar, demorei séculos no banho, até que ouço alguém tocar a cigarra, minha mãe atende. Sai do banheiro e olhei da varanda era o Gustavo.
- Bom dia, Sr.Corhen!
- Bom di a, entre!
- Cadê a Nanda?
-Está se arrumando. Aceita alguma coisa?
- Não, obrigado!
-Sente-se no sofá, querido.
-Obrigada.
- Ent...
- é...
Botei a blusa da campanha e uma maquiagem bem luz do dia, sapatilha e calças jeans. Desço as escadas e encontro minha mãe e o Gustavo sentados calados um de frente pro outro.
- Vamos Guga?
- Nossa!
- Bom dia?
- Bom dia! Você tá cada dia mais linda.
- Isso foi uma cantada seu Gustavo? – diz mamãe.
- Mãe!
- Que foi filha? Estou quebrando o gelo!
- Não quebrou nada! – comentei.
- Vamos logo Nanda, tchau Sr. Corhen!
- Tchau queridos, juízo!
Fomos a pé até a casa da Rose, lá fomos de carro até o hospital, o Léo tinha carro, ele tinha dezenove anos, mas era um retardado. O nosso dia no hospital foi únicos, fizemos várias encenações, as crianças amaram. Os sorrisos delas até me emocionou. Na volta pra casa fomos pra um restaurante, não deu tempo de contar para a Rose sobre o desastre do meu passei com o Gustavo. Cheguei a minha casa as duas da tarde, a Rose foi pra lá. Contei tudo pra ela, detalhe por detalhe, ela ficou muito zangada com o Guga. Alguns dias se passaram eu e a Rose, estávamos na minha casa, assistindo um filme quando o Guga me liga.
- Tais aonde? – pergunta.
- Em casa. – respondo.
- Vou ai, agora.
- ok. ­­- Demorou pouco o Guga chegou.
                             ...
-Oi meninas!- diz Guga
- Oi Guga! – responde Rose.
- Oi. – respondo.

- Preciso desabafar, estou apaixonado, quer dizer não sei se é paixão ou desejo. 

Capitulo 9

Naquele momento tentei não me iludir de novo. O Gustavo era do tipo que sentia desejo por qualquer menina linda que o trata-se bem, menos eu porque não era bonita só o tratava bem. Acho que ele só não gostou da Rose porque ela sempre foi muito afim do Léo.
- Desejo, você não sabe o que é amor, muito menos paixão. –comentei.
- Calma Nanda! – diz Rose – explique mais sobre isso, Guga!
-Bom ela é linda... – não deixei o Guga terminar fui logo me intrometendo.
- É desejo, você tem quedas por meninas lindas.
- Nanda, me deixa acabar, se eu tivesse queda por meninas lindas eu seria caidinho por você.  –naquele momento eu fui ao céu e voltei, fiquei completamente nas nuvens, ele me achava linda.
- Uau!!!! – diz Rose.
- Posso continuar?- diz Guga
- Pode. – respondo.
- É a Lívia...
- A do grupo de dança? – pergunto.
- Sim. – ele responde. – Ela não é linda?
- Ela é linda, mas é muito metida, você não acha Nanda? – pergunta Rose.
- Acho sim. – respondo. – Ela é do tipo interesseira.
- Aff!! Vocês não apoiam não é? – pergunta Guga.
- Não! – respondemos.
- Meninas, quando ela passa eu paro tudo só pra vê-la passando. Tipo ela tá até trocando SMS comigo. Marcamos de sair e tudo. O que vocês acham?
- Acho que ela não é pra você. A pessoa certa é aquela em que você menos dá valor. – diz Rose.
- Do que você está falando Rose?- pergunta Guga.
- Nada, ela não está falando nada, acho que está meio doida hoje, não sabe o que diz. Só isso. – afirmo.
- Ah tá! Então Nanda algo a falar? – ele pergunta.
- Não, eu só concordo com a Rose eu não vou muito com a cara daquela menina. - repondo.
- Ela não vai te fazer feliz Guga. – afirma Rose.
- Mas eu a quero e pronto. – diz Guga.
- Então tá, você que sabe. – afirma Rose.
Ficamos ali na sala por um bom tempo batendo um papo legal. Mas alguns dias se passaram, era quase agosto e o Guga estava namorando com a Lívia, há quase três semanas, eles eram o novo casal fofinho da área, mas não existia amor na relação, era só atração da parte dele e interesse da dela. O Guga não dizia que era interesse, mas eles só se viam uma vez por dia e só passavam 5 minutos juntos. Na verdade a Lívia só queria mesmo pegar fama de boa menina, que fazia doações e andava com os “nerds” da escola. Ela queria sair no jornal como a nova amiga da natureza, ajudando nos projetos sociais, mas eu só botei uma linha falando dela no jornal, afinal eu não gostava dela mesmo. Ah...  Se lembra daquela peça de teatro? Bom, eu me iludi mais ainda, porém eu achava que era um passeio só nós dois, mas ele levou a Lívia.
                                            ...
- Alô? – atendo a chamada do Guga no celular.
- Acabei meu namoro!– responde Guga.
- Ainda demorou muito pra eu receber essa ligação, como você está? – pergunto
- Bem, eu não a amava.
- Eu sei. - respondo
Por mais que eu quisesse bancar a quem não estava nem ai pra aquela situação, eu estava pulando de alegria no outro lado do telefone.
- Vamos pegar um cine? – ele pergunta.
- Ok! Você passa aqui de que horas?
- São 15h, pode ser às 18h? – pergunta.
- Pode, chamo a Rose? – pergunto.
- Não, já chamei, mas ela não vai poder ir. – responde.
- Ah... Ok então.
- O que você vai fazer até às 18h? – pergunta Guga.
- Vou ao salão escovar meu cabelo e vou terminar uma noticia, e você? –respondo.
- Vou terminar de ler um livro. Pra que escovar esse cabelo? Não precisa!
- Vou ver se desencalho. Talvez eu encontre alguma paquera por lá!
- Nanda! Não se fala essas coisas pra meninos e eu não quero te ver com qualquer um, tem que ser o menino certo e tem que falar comigo primeiro. – eu ri muito quando ouvi isso. Entrei em risadas profundas.
- Você está bancando o papai protetor Guga?
- Sim!

- Para! Vou desligar, tenho que acabar minha notícia. 


Capitulo 10

Ele chegou realmente às 18h em ponto. Uma coisa que eu sempre admirei nele era a pontualidade.
- Você está simplesmente linda e cheirosa! – diz Guga.
- Obrigada! Você também está um gatão!
- Gentileza sua! Nanda, acho que vai chover, olha o céu!
- Não vai, tem umas estrelas ainda.
- Então está certo.
Chegamos ao shopping às 18h30min, a nossa sessão era às 19h45min, então fomos passear um pouco. O filme foi ele quem escolheu foi um de comédia romântica. Típico filme de casal, mas legal ele era só meu amigo e eu o amava e me iludia com tudo o que ele fazia. Assistimos ao filme, jantamos e quando estávamos indo pra parada de ônibus, começou a chover muito forte, corremos pra parada que estava completamente fazia. Na verdade só tínhamos nós na rua, já era tarde, era umas 23h30min, a nossa parada de ônibus nunca tinha muitas pessoas.
- Eu te disse o que Nanda?
- Tá bom Guga, não adianta reclamar!
- Vou ligar para o Taxista vim nos buscar!
-Ok!
Ficamos ali parados. O taxista disse que chegava a meia hora, decidimos esperar, mas a chuva estava ficando cada vez mais forte. 
- Você está com frio Nanda?
- Um pouco!
O Guga não estava de casaco, então ele me abraçou, embora eu tivesse gostando eu tirei a mão dele do meu quadril, não queria mais me iludir. Estávamos sentados e eu resolvi de levantar, ele segurou meu braço e acabei pisando no cadaço do meu sapado e escorregando, eu cheguei a cair no chão ele se levantou rápido e pegou em minha cintura, por alguns minutos ficamos ali um de frente por outro nos olhando bem no fundo dos olhos, com os nossos rostos extremamente perto um do outro, não falamos nada, meu coração estava completamente acelerado, foi então que ele me deu um beijo demorado e nos levantamos, acabei dando uma tapa na cara dele.
- Qual o seu problemas? – perguntei.
- Você! –reponde Guga
- Eu não sou um problema!
- Está sendo.
- Ah é?
- É.
-Legal! Não era pra você ter feito isso!
- Por que Nanda? Somos solteiros, não devemos nada a ninguém!
- Por que você acabou de sair de um relacionamento.
- Qual é Nanda, eu não a amava! Era só desejo, isso não importa.
- Pra mim importa, liga pra o taxista agora!
- Ele deve está vindo.
- Ligue e pergunte onde ele está, quero ir pra casa.
- Você fica mais linda que o normal quando está brava. - naquele momento eu virei, me aproximei e olhei fixamente nos olhos dele.
- Me cantar não vai fazer com que eu fique amigável com você. – afirmo, e ele tacou outro beijo. – Dá pra parar! Ou você nunca mais vai falar comigo!
- Nanda eu tenho atração por meninas bonitas, mas por você eu tenho mais que isso.

Aquele momento foi o momento em que eu estava me sentindo no céu, ele estava falando coisas além do que eu poderia imaginar, mas estava resistindo, por mais que eu quisesse algo com ele, eu sabia que ele era um galinha nerd, mas era galinha, que se sentia atraído por qualquer menina e eu só estava sendo a meninas da vez. O taxista chegou e acabou com todo aquele clima, fomos calados até a minha casa. 


Capitulo 11

Aquela noite foi a mais mágica da minha vida. No outro dia de manhã acordei tarde, liguei logo o meu computador para ver se ele tinha postado alguma coisa relacionada ao amor no seu blog: http://pensamentos-em-pauta.blogspot.com.br/ . Ele lógico postou algo, muito cedo, talvez não tinha conseguido dormir direito.
 “Hoje, neste dia acordo sorrindo, o sol subindo devagar sobre o mar levando luz á todo lugar, tornou o dia perfeito, bonito de um jeito bom pra te encontrar...”.
- Bom dia, Nanda! Acordou tarde. Tem panquecas em cima da mesa, coma tudo. Estou indo! Hoje terei plantão, vou cobrir uma amiga. Chame a Rose para dormir aqui. Ah... A Flor vai passar a noite aqui.
- Tá mãe! – falei da forma mais doce possível, afinal eu estava completamente feliz.
- E esse sorriso bobo?
- Que sorriso? – perguntei dando outro sorriso.
-Mentira que vocês estão namorando?
- Não estamos, somos apenas amigos. Bons amigos.
- Então qual o motivo do sorriso bobo?
- Nenhum. Só estou feliz. – ela se virou e andou em direção a porta. – Mãe!! –gritei.
-Oi?
- Nos beijamos. – falei. Naquele momento ela veio calada caminhando até perto de mim, pegou no meu ombro e me olhou no fundo dos olhos.
- Mentira! – falou surpresa.
- Siiim, mamãe!!
- Mas e agora ele te ligou, mandou um SMS, um bilhete ou algo do tipo?
- Não, até agora nada.
- Ele vai ligar, quando eu chegar quero saber todos os detalhes, agora vou indo. - o fato de a minha mãe ter ficado feliz não me deixou surpresa, ela me apoiava muito, na verdade ela era mais adolescente que eu.
                                                           ...
- Alô! Rose?
- Amigaa! Oi.
- Vem dormir aqui em casa hoje, a mamãe vai sair e a Flor vai ficar aqui.
- Tá bom, o Léo está aqui em casa, quando ele for embora peço pra ele me deixar ai, ok?
- Tá certo, beijo.
Passei a tarde inteira em casa, o Guga não me ligou momento algum, nem foi na minha casa e nem falou comigo pelas redes sociais, achei estranho ele não ter falado mais comigo. Então resolvi ligar, mas ele não atendeu... “Aqui é o Gustavo deixe seu recado após o Bip”. Acabava desligando e não deixando recado nenhum.
Toc!toc!
- Quem é?
- É a Rose! – abri a porta e lá estava a Rose e o Léo, ela entrou e se despediu dele. – Como foi o cinema com o Gustavo ontem? – falou colocando sua mochila no sofá.
- Foi legal, nos beijamos. – falei, enchendo um copo de água e levando-o a minha boca.
- Sério? – ela falou se aproximando de mim.
- Sim, mas ele não ligou nem nada. E eu falei que se ele fizesse de novo eu nunca mais falaria com ele.
- Você é doida, Nanda?   
- Amiga eu fiquei sem reação e ele acabou de sair de um relacionamento, ele é um galinha, se diz apaixonado por qualquer outra menina, basta aparecer uma menina bonita na sua frente.        
- Nanda, ele não ia te beijar só porque te achou bonita, sabendo que você era é a melhor amiga dele!
- Eu não sei de mais nada, Rose! Não quero me estressar com isso, se ele não ligou foi porque ele não sentiu nada.
- Você já ligou pra ele?
- Lógico, mas ele não atende.
- Vou ligar! – a Rose acabou ligando pra ele, mas ele não atendeu e ela continuou insistindo e ele mais uma vez não atendeu.
- Desiste, ele só me beijou por atração do momento mesmo.
- Não te entendo, Nanda! Você disse que se ele continuasse você nunca mais falaria com ele.
- Eu esperava que ele fosse correr atrás de mim, Rose. Fosse me pedir em namoro, ou algo do tipo.
- Até parece que você não conhece o Gustavo, ele faz tudo o que você manda! – naquele momento a porta da sala abre, eu e a Rose ficamos paradas olhando para porta assustada, aparece a Flor cheia de sacolas toda suada.
- Oi meninas, interrompendo algo?
- Não, Flor entre, acomode-se. – respondo.
- O que houve meninas?

- Sente-se que te explicamos. – disse Rose. Naquela noite contamos tudo pra Rose, ela fez algumas perguntas, mas não fez nenhum comentário e me deu alguns conselhos.


Capitulo 12

Eu e a Rose fomos dormir era quase quatro horas da manhã, na verdade só ela foi dormir, eu fiquei na minha varanda acordada por um tempo, o sol até amanheceu lindo e eu acabei pegando no sono.
- Nanda! – escuto alguém me chamar bem baixinho, quase sussurrando.
-Oi,Flor.
- Vem dormir na cama.
- São que horas?
- 6h30min - ela pegou no meu braço e me puxou até a minha cama, a Rose estava ocupando todo o espaço da minha cama de casal, mas a Flor conseguiu empurrar a Rose para o canto da parede.
- Obrigada.
- Olha o seu café da manhã e o da Rose está no balcão.
- Tá bom.
- Vou indo. – ela deu um beijo na minha testa e saiu fechando a porta.
 Acordei às nove horas a Rose ainda ficou dormindo. Peguei um copo de suco de manga, não tinha de maracujá, com umas toradas e me sentei na minha varada, torrando no sol escaldante. Pensei em ligar para o Gustavo, mas o meu orgulho falou mais alto, então só fiquei ali olhando o movimento da rua e vendo a Flor trabalhar.
- E ai? Ele ligou? – grita Flor
- Não, não. – respondo da minha varanda, inclinando meu corpo pra frente.
- Já pensou em ligar pra ele?
- Já, mas não vou ligar! – respondo encostando meu corpo na barra de proteção.
- Cuidado pra não cair daí, não se incline muito!
- Relaxe, eu não caiu daqui. Olha ele deve está bancando o difícil mais eu que não vou correr atrás dele. – falo inclinando meu corpo pra frente.
- Ele pode está sem crédito.
- Ele nunca fica sem crédito – falo me sentando na barra de proteção, eu sempre fazia isso, era uma terapia.
- Nanda! Desça daí agora, você pode cair!
- Calma eu sempre faço isso, é só não olhar pra você! – Falei olhando pra frente.
- Ok. Então ele pode está na casa de algum parente.
- Os parentes mais próximos dele moram longe daqui, mesmo se ele viajasse, me ligaria avisando, ou deixaria um recado e também temos visita ao hospital daqui a alguns dias. Ele não deixaria as crianças na mão ele é doido por elas.
- Se você diz quem sou eu pra discordar com você? Mas, mesmo assim é estranho esse sumiço dele.
- Bom dia, Nanda! – diz Rose, sentada na cama, olho pra ela da varada.
- Bom dia, Rose. – desço da barra e olho pra Flor, que estava varrendo a calçada. – Vou servir o café da manhã pra Rose e já volto Flor.
- Ok, Nanda. – responde.
- São que horas? –pergunta Rose, bocejando.
- 10h00min.
- Você acordou há muito tempo? –perguntou descendo as escadas.
- Não, não.
-Ele ligou?
- Não. – falei pondo meu pé no ultimo degrau da escada.
- Você ligou pra ele?
- Também não. – falei pegando uma xícara para a Rose tomar café.
- Até quando vocês vão ficar nessa? – falou Rose pondo um pedaço de bolo no prato.
- Até ele me ligar. Posso subir ou você quer que eu te veja comer? Vou tomar um banho.
- Vai! Eu também vou quando acabar.
Fui pro meu quarto, tomei um banho demorado, lavei meus cabelos, botei um short curto e uma blusa regata folgada e fui pentear meus cabelos na varanda. Sentei na barra de novo e comecei a pentear, esperando a Flor aparecer, como ela demorou, eu terminei de pentear meu cabelo, desci da barra pequei meu óculo de sol, botei no rosto e voltei pra barra.
- Já pedi pra você descer daí Fernanda! – quando virei meu rosto acabei virando meu corpo e cai no chão, não conseguia me levantar só vi muitas pessoas ao meu redor e a Flor com a mão na minha cabeça, também vi uma ambulância chegar e só ouvia a Flor dizendo: “Fica acordada! Fica acordada”. Ainda não tinha entendido o que tava acontecendo.


Capitulo 13

Acabei adormecendo. Acordei no hospital com um pé e um braço engessado. No meu quarto estava minha mãe, a Rose e a Flor. Minha mãe e a Flor estavam próximas à janela conversando e a Rose estava ao meu lado folheando uma revista velha de moda.
- Onde estou? – perguntei, sei que a pergunta foi idiota, mas mesmo assim perguntei.
- Filha! Ainda bem que você acordou, estava preocupada já.
- Estamos no hospital que sua mãe trabalha. – responde Rose.
- São que horas? –pergunto.
- 17h27min. - responde Rose.
- Oi, vim o mais rápido que pude! Como você está? – pergunta Guga, chegando ofegante na porta do quarto.
- Bem, onde você estava? Por que não me ligou?
- Acho que temos que deixa-los a sós meninas! – falou minha mãe levando as meninas até a porta. – Qualquer coisa eu estarei na lanchonete, Nanda. Cuidado com o que vai falar mocinho! – falou colocando a mão no ombro do Guga.
- Ok, Mãe! – respondi. – Onde você estava? Por que não me ligou?
- Estava em casa, eu vi suas ligações, não retornei porque eu precisava pensar. – falou se sentando na minha cama. – Nanda, desde aquele dia eu não consigo mais parar de pensar em você. Eu pensava que era só uma atração, mas eu só fiz pensar em você e imaginar como seria quando nos reencontrássemos. Eu estava completamente indeciso sobre o que sinto e ainda não sei o que sinto, só sei que eu quero o seu bem. Então não te retornei porque percebi que você poderia está chateada comigo pelo que fiz, ou sei lá, não tive coragem de te ligar.
-Você poderia ter ligado arranjava coragem Guga, isso é uma covardia da sua parte! - falei tentando me sentar na cama, mas acabei ficando deitada. - Eu também não parei de pensar naquilo e sabe qual foi o pior? O pior foi você ter simplesmente sumido! Como descobriu que eu estava aqui?
- A Rose me ligou. Falou que você estava aqui. Ela me disse que você caiu da sua varanda e que tinha torcido um braço e uma perna, algo assim.
- Como assim? Você atendeu ela e não a mim?
- Bom! Ela não ligou diretamente pra mim. – falou se levantando e indo até a janela.
- Então ela ligou pra quem?
- Ligou pra minha mãe, que me ligou e me contou. – falou novamente vindo em minha direção, encostando-se à cama. – Pirei quando a minha mãe me contou, ela só disse que você estava no hospital, então liguei logo pra Rose e ela me explicou tudo.
- Não acredito que você foi infantil a ponto de não atender a Rose, porque pensava que poderia ser eu!- falei fazendo um sinal pra ele me ajudar a sentar na cama.
- Tá bom assim? – perguntou me ajeitando na cama.
- Tá.
- Foi mal, eu nunca tinha ficado assim antes, eu pirei total com nosso beijo.
- Tá bom, Guga. Já passou. O que vamos fazer com as crianças no hospital, tenho certeza que a minha mãe não vai querer que eu vá nesse estado!
- Não tem problemas, nós adiamos. Eu vou lá e explico as crianças o que aconteceu.
- Como estou? Muitos arranhões no rosto?
- Sim, quase não te reconheci. – falou colocando a mão perto do peito e fazendo um rosto de surpreso.
- Bobo! Não tem nenhum espelho por ai?
- Hum... Sim! – ele deu um sorriso e pegou o espelho que estava na mesinha com um vaso de rosas perto ta porta.
- Nossa! Tá um pouco vermelho meu rosto.
- Está parecendo um tomate. – falou dando risadas bobas.
- Gustavo!
- Parei boba.

Eu não estava muito machucada no rosto, só estava uma parte bem vermelha e algumas feridas na testa, perto da boca e um corte perto do olho, mas nada de grave, cortes leve.

Capitulo 14

Tive alta naquele mesmo dia, fui pra casa e com uma perna e o braço engessado. Tirei com 23 dias. As minhas férias foram super corridas, eu e o Gustavo não comentamos mais sobre o nosso beijo. Passamos as férias inteiras em hospitais, ONGs, asilos, a nossa campanha estava crescendo bastante, muitas pessoas nos ajudavam a arrecadar brinquedos entre outras coisas para doação. O Gustavo tinha passado da fase galinha dele e não tinha aparecido com novos amores, na verdade ele não me falava mais nada dos sentimentos em relação a outras garotas. Mas ele ainda mexia muito comigo. A volta as aulas chegaram, eu estava completamente diferente da Fernanda do início do ano, antes eu era toda insegura e tímida, agora estava mais confiante.
- Pensei que você iria chegar atrasada no seu primeiro dia de aula! – diz Rose, andando ao meu lado mega rápido com vários livros no braço.
- Me atrasei. Pra que esses livros? – perguntei.
- Eu e o Guga estamos arrumando a biblioteca. Tem novato na sala, um gatinho.
- Rose, você não muda. Cadê o Léo? – falei entrando na sala.
- Tá na biblioteca com o Guga, vem ajudar! – falou parando na frente da porta da biblioteca. Que agora era de frente pra minha sala de aula.
- Ok! Vou só por minhas coisas aqui.
- Tá bom!  - diz Rose.
Entrei na sala, arrumei minhas coisas na cadeira, abri minha agenda pra lembrar o que tinha pra fazer hoje no jornal.
- Oi?
- Oi?- respondo.
- Você se lembra de mim?
- Não! Desculpas!
- Sou o Nicolas Cook, estudamos juntos quando éramos pequenos.
- Nossa, lembrei. Como você mudou. – ele mudou muito, tipo ele ficou super bonito.
- Você também! Ficou mais bonita.
- Obrigada, você também! – dei um sorriso mega bobo, muito envergonhada. – Olha, eu tenho que ir, a gente se ver por ai. – dei uma tchauzinho com a mão.
- Tchau, a gente se ver.
                                                           ...

- Eu conheci o novato que você disse Rose. Ele falou comigo. – falei pondo o livro na estante da biblioteca.
- Como assim? Você acabou de chegar à escola. – diz Guga falando do outro lado da biblioteca.
- Eu já o conhecia, estudei com ela quando era pequena, morávamos perto e ele teve que se mudar, daí perdemos o contato.
- Você perguntou se ele estava solteiro? – diz Rose.
- Rose! Você já namora.
- Estou perguntando, porque só assim você já poderia investir.
- Rose! Para. Ele é só meu amigo.
- Acho bom! Você acabou de reencontrar o menino e não sabe nem se ele é o certo mesmo. –diz Guga.
- Acho que alguém aqui tá com ciúmes. – fala Léo tocando no ombro de Guga.
- Não estou com ciúmes, só acho muito novo isso tudo.
- Tá bom, Gustavo. – diz Léo. – Aqui já tá legal. Vamos pra aula?
- Vamos sim. – responde Rose.
O fato de o Gustavo ter ficado com ciúmes não mexeu nem um pouco comigo, o que achei estranho. Tivemos só duas aulas de Literatura, o assunto ainda era romantismo, não aguentava mais, o Gustavo virava poeta nessas aulas.
- Vamos Nanda! Nós vamos lanchar com o pessoal na biblioteca. - fala Gustavo, puxando meu braço.
- Vai indo, eu vou comer e já apareço por lá. – falei pegando um dinheiro da minha bolsa.
- Então tá certo. Eu te espero na biblioteca.
                                                 ...

- Oi,vai lanchar sozinha? Posso me sentar á mesa com você? – pergunta o Nicolas colocando o seu lanche em cima da mesa.
- Pode sim! - respondo.
- Você só come isso? Uma barra de chocolate da pequena com refrigerante?
- Melhor do que tomar só um refrigerante. - falei apontando para o refrigerante dele.
-Concordo! -ele disse dando um sorriso bobo. – Cadê os seus amigos?
- Estão na biblioteca, não pode comer lá.
- Vocês passam o intervalo lá?
- Raramente, é que estamos reformando.
- Hum... Legal. Posso ir com você? Pra ajudar?

- Lógico, toda ajuda é bem vinda. 


Capitulo 15     
     
-O que esse menino faz aqui? –diz Gustavo se levantando no chão.
- Ele veio nos ajudar. –respondi, puxando o Nicolas em direção á Rose.
- Não precisamos de ajuda. – diz Guga vindo me minha direção.
- Precisamos sim. – respondo. – Nicolas, a Rose vai te dizer em que você pode ajudar, eu vou ali com o Guga, rapidinho, tá bom? – falei me virando e chamando o Gustavo para fora da biblioteca. Encostei-me à parede e esperei ele chegar. –Por que você o trata tão mal? Ele não te fez nada!
- Não gosto dele. –respondeu Guga, dando nos ombros.
- O que ele te fez?
- Nada. Eu só não vou com a cara dele!
- Qual é Guga? Você sempre trata as pessoas bem, mesmo quando não conhece. - falei saindo de perto de parede.
- Tudo tem sua primeira vez. – falou encostando o seu rosto perto ao meu, dando uma risada forçada e levantando os braços.
- Por mim, o trate bem. Ele não fez muitos amigos ainda, não o maltrate. Só te peço isso. – falei, dando as costas pra ele.
- Nanda, eu vou suporta-lo, mas não me troque por ele. – falou se virando contra mim.
- Isso é ciúme? – falei me aproximando dele que estava de costas pra mim.
- Isso? O que? – falou ainda de costas.
- Essas suas atitudes infantis. – falei segurando o sorriso.
- Não! É só segurança, não quero te ver sofrer com esse ai. – falou ainda que costas.
- Ele só é o meu amigo e tá precisando se enturmar, deixa de ciúmes. – falei colocando minhas mãos nos seus ombros e o virando. – Agora deixa de besteira e vem cá. – falei o abraçando.
- Tá, mas não solta agora não. – falou ainda me abraçando.
Ficamos abraçados por uns cinco minutos, então o sino tocou e tivemos que voltar pra sala de aula, quando acabaram as aulas, o Nicolas não podia ficar pra terminar a biblioteca, o que deixou o Gustavo super feliz, mas eu também não pude ficar. Eu tinha dentista a tarde, minha mãe foi me buscar no colégio e nós levamos o Nicolas em casa, ele morava meio longe da escola, mas como minha mãe o conhecia desde de criança, resolveu fazer uma visita a mãe do Nicolas, que era amiga da minha mãe a muitos e muitos anos.
- Dani, minha querida amiga há quanto tempo não nos víamos como a Nanda está grande e bonita! – diz Cléo a mãe do Nicolas, se sentando no sofá.
- Obrigada minha amiga, o Nick também cresceu muito e ficou muito mais bonito.
- Aff, vem Nanda vamos pra cozinha, essa conversa tá muito chata.
- Mãe, não demora. – falei dando um sorriso.
-Então, quer almoçar?
- Não, eu vou almoçar quando voltar do dentista. Obrigada.
- Hum... O Gustavo é o seu namorado?
- Não! – falei sorrindo. – Por quê?
- Pareceu, tipo como ele falou comigo e depois o fato de vocês terem saído pra conversar e ele ter ficado todo estranho na saída do colégio. – falou se sentando no balcão do armário.
- Somos muito amigos.
- É... Legal.
- É. – falei e ficamos os dois ali parados, por um bom tempo, um silêncio absoluto ocupando aquela cozinha.
- Vamos Nanda! – grita minha mãe da sala.
- Vamos sim! – respondi e fui andando em direção à porta da sala, que estavam me esperando a minha mãe e a mãe dele. – Tchau Nick, até amanhã! –falei olhando pra ele. – Tchau, Cléo.
- Tchau florzinha. – responde Cléo.
                                       ...

- Legal você ter se reencontrado com o Nick, filha. – diz minha mãe parando no semáforo.
- É, mas quem não gostou nada disso foi o Guga. – falei encostando minha cabeça na janela.
- Ele ficou com ciúmes? – falou colocando a marcha.
- Sim, ficou tratando o Nick muito mal.
- Será que ele está realmente gostando de você? Falou olhando pelo retrovisor.
- Ou pode ser ciúmes de amigo.
- Ou não.
- Mãe, eu não vou me iludir com o Guga.
- Você deveria dizer a ele o que você sente.
- E acabar com a minha amizade? Não mesmo. Eu estou feliz assim.
-Fernanda, até quando você vai esconder dele isso?
- Até eu me apaixonar por outro garoto. – falei olhando pra ela que também me olhou e estacionou o carro, desligando-o.

- Você nunca vai se apaixonar por outro garoto, não com o Guga perto de você. 
- Mãe, eu vou esquecer o Guga.
- Ele vai ser o meu genro, para de tentar fugir da realidade, Fernanda. Vocês nasceram um para o outro.


 Capitulo 16

Os dias se passaram e a minha amizade com o Nicolas crescia a cada dia, começou a ir comigo e os meninos para os hospitais, ONGs, orfanatos, asilos, etc. As discussões entre o Gustavo e o Nicolas eram frequentes, o Gustavo parecia ter ciúmes do Nicolas a cada instante que se passasse. Eu comecei a sentir algo diferente pelo Nicolas, ele era super fofo comigo e me fazia se sentir única.
- Você não está afim do Nicola, está? – diz Rose se sentando na grama do jardim da casa dela com um copo de café na mão.
- Eu não sei! –falei encostando meu corpo ao chão e olhando para o céu, que estava lindo, bem azul, com poucas nuvens. – Ele me faz ser a garota MS feliz com simples atitudes.
- E o Guga? – diz Rose levando o copo de café aos lábios.
- O que eu sentia por ele passou. Ele está diferente agora. Está chato, não vem mais na minha casa, não anda mais comigo na escola, não me chama mais pra sair, não me liga mais e quando me vê só fazemos discutir.
- O Guga está com ciúmes, Nanda. Vocês dois são muito complicados, por que você não diz logo pra ele que você o ama?
 -Por que eu não estou certa disso. E acho que o namorado perfeito seria o Nicolas.
- Nanda, o Guga te ama e ele está te perdendo pra o Nicolas, um menino que entrou basicamente ontem na tua vida.
- Rose, entenda quem entrou basicamente ontem na minha vida foi o Gustavo! – falei me levantando e indo em direção a rua. – Vou embora, tenho umas coisas pra resolver.
- Então tudo bem! – diz Rose se levantando e me abraçando. – Pensa bem no que eu te disse tá? Ele te ama.
- Tá bom, Rose. – falei dando um sorriso debochado. Como a Rose morava perto da minha casa resolvi ir andando. Estava tento uma obra na calcada da rua e eu tinha que andar na avenida, que mesmo eu estando mais próxima da calçada ainda me dava medo.
- Pra onde vai à mocinha? – diz Nicolas falando perto do meu ouvido.
- Que susto! – respondo com a mão no peito e os olhos fechados. – Vou pra casa.
- Veio de onde?
- Da casa da Rose. E você?
- Eu estava passeando, fiz uns amigos por aqui.
- Isso é bom. – falei dando um sorriso.
- Quando te vi passando e resolvi falar. – falou dando um sorriso. Eu estava completamente sem assunto, então ficamos ali parados um de frente por outro no meio da rua.
- Eu acho melhor eu ir embora, tipo tenho medo de ficar parada aqui e um carro me atropelar. – falei rindo e olhando ao redor.
- Eu não iria deixar um carro te atropelar Nanda. Iria fazer isso. – ele falou me puxando pra perto dele pela cintura.
- Nick, eu acho que é melhor você... – ele não me deixou terminar e me deu um beijo. – Não fazer isso. – falei depois que ele me soltou.
- Ops! Agora já foi. – falou dando uma risadinha.
- Nick, eu tenho que ir. – falei muito envergonhada.
- Me desculpe Nanda.
- Não se preocupe, tchau. – falei dando as costas pra ele e indo embora. Embora eu achasse que estava sentindo algo pelo Nicolas, a sensação do beijo do Gustavo foi muito melhor.
Fui pra casa liguei pra Rose e contei tudo, ela simplesmente odiou tudo. Passei a noite toda pensando naquilo, mas não pensando no beijo do Nicolas, mas pensando no Gustavo, nas consequências daquele beijo e com toda certeza o Nicolas ia jogar aquilo na cara do Guga e ele iria ficar magoado e poderia discutir e acaba com nossa amizade.
- Nanda, acorda! Já está na hora de se arrumar.
- Mãe, eu vou conversar com o Guga hoje.
- O que você vai dizer a ele?
- Vou dizer o que sinto.
- Vai com calma, saiba usar as palavras.
- Mãe, eu sei o que eu vou dizer, pensei a noite toda nisso.
- Eu apoio muito isso, desde que você fale com cuidado.
- Mãe, a senhora está com medo que eu magoe o Gustavo?
- Não Fernanda, eu estou preocupada com o que você vai dizer, que pode magoar tanto ele como você.
- Mãe, eu sei o que eu faço.
- Então tudo bem.
                                       ...
- Guga? – falei correndo pelo corredor.
- Oi? – ele respondeu se virando e me olhando de frente.
- Podemos ir para um lugar, mas reservado. Preciso falar com você.
- Vamos á biblioteca. 
                    ...

- Se for pra me contar do beijo eu já sei. – diz Guga se sentando na cadeira.
- Como você sabe disso?
- Ele me contou. E o que era o meu amor por você se tornou decepção. E se você me chamou aqui pra contar isso, bom eu já sei.
- Guga, eu não te chamei aqui pra te falar isso. Eu te chamei aqui pra conversar por que eu pensei que você ainda gostava de mim, ainda sentia algo. – falei colocando a minha mão sobre a dele.
- Bom, eu ainda sinto. Decepção. – falou tirando a minha mão.
- Sabe o Nicolas? – falei me levantando e indo em direção a prateleira cheia de  livros, todos já empoeirados.
- Você me disse que não íamos falar dele. Eu não gosto dele.
- Me deixa falar, por favor?
- Não, eu não quero saber dele. – falou se levantando e indo em direção à porta.
- Guga, espera! – gritei. – Eu gosto de você. – resmunguei. Ele parou se virou e olhou pra mim. – Esse tempo todo, eu quis esconder o que eu sentia, mentia pra mim mesmo e tentava te esquecer, todos os dias eu me lembro do nosso beijo e o Nicolas é só meu amigo, eu tentei esquecer você com ele, mas isso só me fez vê que é você que eu quero e não ele.
- Desculpas Nanda, mas eu não gosto mais de você. – falou saindo da biblioteca. 

Capitulo 17

Cheguei em casa destruída, era como se o meu mundo tivesse parado, era como se tudo de ruim só acontecesse comigo. Será que eu fui burra a ponto de esperar o momento certo pra falar a ele o que eu sentia e acabei passando desse ponto? Se ele tivesse tomado à iniciativa desde o nosso beijo, as coisas teriam sido diferentes, mas ele não disse nada só se afastou agora me sinto um lixo humano, nunca mais, se eu amar de novo, tomarei a iniciativa. Isso só me deixou mais fraca do que eu já sou.
- A senhora estava errada! – falei me sentando no sofá ao lado dela.
-Pensei que você estava dormindo. Errada sobre o que? – perguntou olhando fixamente para a televisão, estava passando um programa sobre animais que ela amava.
- Falei com o Guga, disse o que sentia. – falei abaixando minha cabeça e entrelaçando os meus dedos.
- O que ele disse? – perguntou olhando pra mim.
- Ele disse que não gostava mais de mim.
- Nanda, venha cá! – ela falou, colocando a mão sobre a minha cabeça me puxando para o seu colo. – E como o seu coração está.
- Tá só os caquinhos, quebrados minusculamente. – respondi com uma voz tremida, voz de choro.
- Eu sei que dói. – falou fazendo um cafuné na minha cabeça. – Mas é estranho ele ter te falado isso, se ele não gosta mais de você, por que todo aquele ciúme?
- Eu e o Nicolas nos beijamos. – falei enxugando as lágrimas.
- Não acredito! Fernanda! Explique-se!
- O Nicolas me beijou, eu não queria, foi contra a minha vontade. – falei me levantando do colo dela, permanecendo sentada no sofá.
- Duas bocas não se beijam sozinhas.
- Mãe! – falei arregalando os olhos, - Então o Nicolas falou com o Guga e contou detalhes de como foi, ele até aumentou um pouco, o Guga falou a Rose e ela me contou. Aquele idiota, amanhã eu vou acabar com ele. Me leva na casa dela amanhã mãe, pois como hoje é sexta amanhã, não tem aula, nem nenhum evento na escola.
-Tudo bem, eu levo. - falou abismada. - Por isso que o Guga ficou com raiva, o Nicolas foi à semente da discórdia. Por que você não conversou com o Nicolas hoje na escola? Ou foi a casa dele pela tarde?
- Porque eu estava completamente destruída. Eu fiquei lá na biblioteca paralisada por um tempão. Quando a Rose me viu, ela simplesmente me abraçou e conversamos, contei tudo a ela, e vim pra casa, a senhora ainda estava no trabalho e me tranquei no quarto, por isso só sai agora. Chorei a tarde inteira.
- Eu sei, o seu rosto está muito inchado. Olhe, vá dormir! Pense no que você vai falar para o Nicolas amanhã e como você vai agir diante do Gustavo.
- Eu vou pegar uma maçã e subir. –falei me levantando e indo em direção a cozinha, tomei um copo de suco de maracujá, comi um pedaço de bolo e peguei uma maçã.
- Fernanda, venha cá! Telefone pra você. – grita minha mãe da sala.
- Alô, quem é? – falei surpresa.
- Oi Nanda. – uma voz suave fala.
- O que você quer?
- Nanda, eu errei nas palavras. Não tem como eu fugir disso, eu te amo. E mesmo que eu tenha ficado chateado com você, por você ter beijado aquele idiota lá, isso não faz com que o meu amor por você diminua.
- O que te fez mudar de ideia?
- A Rose me contou como tudo aconteceu com vocês e isso só me fez ver que somos que nem duas velas acesas, que quase se apagaram, mas com a ajuda de uma pessoa reacendemos outra vez. Eu vou viajar Nanda, mas quando eu voltar, na segunda, eu quero conversar com você pessoalmente. Tudo bem?
- Tudo bem. – falei sorrindo. - Pra onde você vai?
-Pra casa de uma tia minha.
- Hum,
- Eu te amo, tchau.
- Eu também te amo, beijo.
- Até segunda.

- Até. – falei com um sorriso bobo.


Capitulo 18

Na manhã seguinte eu acordei mais calma, mesmo assim pedi pra minha mãe me levar à casa do Nicolas, eu queria ter uma conversa séria com ele, ainda não engolir o fato dele ter ido fazer intriga com o Gustavo. Aproveitei a manhã pra passar com a minha mãe, que só ia trabalhar a tarde e passamos a manhã juntinhas, com muitos mimos, fazia um tempo que não trocávamos carinho, eu estava sempre bastante ocupada com o jornal da escola, com os trabalhos sociais, passando muito tempo com meu amigos e ela sempre em plantões e trabalhos comunitários.  
- Mãe e os namoradinhos?
- Em falar em namorado, o Guga ligou de novo?
- Não estamos namorando e não mude de assunto.
- Estou saindo com um cirurgião.
- Como assim? Por que a senhora não me falou antes.
- Filha, você estava tão ocupada com essa sua agenda que eu revolvi esperar o tempo certo pra te falar.
- Me conta mais. – falei dando um sorriso de orelha a orelhas, minha mãe não tinha uma paquera há muito tempo.
- Bom, nos esbarramos na lanchonete e eu derramei todo o meu café na roupa dele, fui pegar um pano pra limpar e acabei melando mais ainda a blusa. – falou dando umas risadas, nós duas demos boas gargalhadas. Minha mãe era muito desastrada quando fica nervosa. – Ai ele ficou dizendo: “calma, calma, tudo bem.”, e tocou nos meus dois punhos segurando bem forte e pedindo pra eu parar, ai parei. Começamos a conversar e depois saímos pra jantar uns dias depois.
- Quanto tempo faz que vocês tão nessa?
- Mais ou menos um mês e meio.
- Eu não acredito esse tempo todo mãe, já é namoro.
- Não somos namorados, somos amigos que se paqueram.
- Já se beijaram?
- Fernanda! – falou arregalando os olhos.
- Sim ou não?
- Não!
- Como ele te trata?
- Ai filha, ele é um fofo.
- Tá apaixonada mãe! Tá apaixonada!
- Estou filha e eu tinha esquecido como é bom. – falou dando um sorriso de orelha a orelha. Então passamos a manhã inteira ali conversando no sofá. Ás duas horas da tarde minha mãe me deixa na casa do Nicolas.
                                   ...
- Oi Nanda! – diz Cléo ao abrir a porta e fazendo um gesto indicando a minha entrada.
- Oi! O Nick está? – falei entrando na casa.
- Não, ele foi à casa de um amigo.
- Teria como à senhora ligar pra ele poder vim aqui, preciso tanto falar com ele, mas tinha que ser pessoalmente.
- Tudo bem! Eu vou ligar! – diz Cléo com um sorriso no rosto.  – Sente-se.
- Obrigada! – disse me sentando no sofá.  Esperei uns dez minutinhos até ela me dá a resposta do Nicolas.
- O Nick disse que daqui a uns dez minutinhos ele chega.
- Que bom! – falei dando um sorriso com os lábios fechados.
- Gosto da sua amizade com o Nicolas, ele não tem muitas amigas. – falou a Cléo, naquele momento eu senti pena dela, poderia ser o fim da minha amizade com o Nicolas, depois da conversa que queria ter com ele.
- Percebi! – falei.
- Você não é muito de conversar, tudo bem. Fique a vontade.
- Obrigada! – eu não via a hora do Nicolas chegar, não aguentava mais aquela conversa forçada que ela estava criando comigo.  O Nicolas chegou realmente dez minutos depois extremamente suado, estava jogando bola, ainda esperei ele tomar banho demorou uma eternidade.
- Você prefere conversar aqui ou no meu quarto? – falou o Nicolas ainda enxugando o cabelo liso com a toalha branca.
- No quarto, é um assunto só nosso.
- Tudo bem, vamos! – ele falou puxando o meu braço. – Mãe, estamos no quarto, qualquer coisa é só chamar.
- Ok! – disse Cléo.
- Então o que te trás aqui? – disse Nicolas fechando a porta do quarto. O quarto dele era lindo, cheio de livros e miniaturas de carros, um quarto muito arrumado pra um menino.
- Soube que você conversou com o Gustavo sobre o nosso beijo. – falei pegando um porta-retratos com a foto dele com a família, em cima da mesinha de canto. – Por que você foi correndo dizer pra ele? –perguntei colocando o porta-retratos no lugar.
- Tenho inveja dele. Ele estava completamente apaixonado por você, igual a mim. Mas ele é correspondido e eu não. Sabe o que é amar uma pessoa e você saber que ela ama outra pessoa? Nanda, nós estávamos tão próximos.
- Isso não explica você ter ido fazer pouco para o Gustavo. – falei me sentando na cama.
- Eu sentia inveja dele, porque ele te tem fácil, só basta ter atitude, o que ele não tem. Quando eu te beijei imaginei que ele não suportaria e desistiria de você abrindo o caminho para mim. Mas, depois que vi você saindo da escola daquele jeito, eu fiquei mal e fui atrás do Gustavo com a Rose, expliquei a ele que você não me beijou, eu que te puxei e que você foi embora chateada depois, contei que você não gostou e pedi que ele te ligasse, eu e a Rose contamos que você só tinha olhos pra ele. A Rose contou desde inicio do sentimento pra ele, eu só desfiz o mal entendido que criei pra te ter.
- Nick, você é um menino lindo, incrível, carinhoso, o menino que toda menina quer, menos eu. Eu gosto muito de você, muito de verdade, mas não feito você gosta. Desculpe-me.
- Eu sei Nanda, eu que te peço desculpas por tudo. Eu fique cego por você. – falou se sentando na cama.
- Tudo bem Nick, eu sei que quando estamos apaixonados, ficamos cegos, mas vem cá. – o puxei e dei um abraço bem apertado. – Você vai encontrar quem te ame muito e te faça muito feliz. – falei ainda abraçando.
- Obrigada, espero que você e o Gustavo sejam muito felizes. – ele disse me soltando. 


Capitulo 19

A minha conversa com Nicolas foi totalmente diferente do que eu imaginei. Pensei que eu ia acabar discutindo com ele, mas percebi que ele é apaixonado por mim e só fez besteira porque o coração falou mais alto que a cabeça. Passei meu domingo inteiro, ansiosa para conversar logo com o Gustavo, no dia seguinte.
- O Gustavo já chegou? – perguntei, olhando ao meu redor.
- Não, eu cheguei bem cedo, fui à biblioteca, arrumei e nada dele. – diz Rose, mexendo na bolsa.
- O que você procura ai?
- Meu celular, eu não encontro.
- Ah... – respondi apertando os dedos, porque eu estava completamente ansiosa para encontrar com o Gustavo.
- Você está tensa amiga. Está tudo bem?
- Sim, Rose. – respondi indo em direção ao Nicolas. – Nick! – gritei.
- Oi Nanda, bom dia! – respondeu vindo ao meu encontro.
- Bom dia! Você viu o Gustavo por ai? – perguntei
- Não. Tenho que ir. – respondeu andando em direção à porta. O Gustavo não foi à escola e nem atendeu as minhas ligações de tarde, fui a casa dele, mas também não tinha ninguém na casa dele.  Liguei pra Rose, mas ela não me atendeu também, não fui a casa dela, porque fiquei com preguiça, eu fui à Boutique da Flor, mas por alguma coisa a Flor não abriu a Boutique, o que era extremamente estranho, ele nunca fechava, nem nos feriados. Algo de muito estranho estava acontecendo naquela tarde.
- Mãe, ele não foi á escola hoje. – falei me sentando no sofá.
- Ligou pra ele?
- Sim e ele não me atendeu.
- Ele poderia está ocupado.
- Ocupando com o que? Eu tenho certeza que ele viu minhas ligações.
- Filha, uma hora ele vai te ligar! – diz ela pegando o telefone fixo que estava tocando. – Toma é pra você!
- Oi?
- Oi Nanda, tem como você vim aqui na escola?
- Na escola? Uma hora dessas? Você está louco? Sabe que horas são?
- Sei, são 19h30min. Tem como você vim aqui  logo?
- Não sei! Por que você não foi à escola?
- Vem aqui, que você vai entender! – falou desligando o celular.
- Mãe, ele desligou na minha cara!
- Vai se arrumar logo, eu te levo na escola.
- Como à senhora sabe, que ele quer que eu vá pra escola?
- Escutei!
- Mas ele falou baixinho.
- Fernanda não enrola, vai se arrumar logo!
- Tudo bem. – falei correndo em direção as escadas, eu me arrumei super-rápido, botei um vestidinho vermelho rodado de alçinhas, com uma sapatilha vermelha, fiz uma maquiagem básica, só um pouquinho de pó facial e um delineado discreto, com um gloss. labial bem transparente e o cabelo com uma trança lateral. Estava bem simples. Quando desci minha mãe estava toda arrumada a minha espera.
- Mãe a senhora está sabendo de algo?
- Não filha, vamos logo!
Cheguei à escola às 19h50min, não demorei muito. Minha mãe me levou ao pátio que estava totalmente escuro, quando entrei na quadra da escola, os portões se fecharam, uma música bem lenta começou a tocar, eu não enxergava absolutamente nada, e de repende uma luz de holofote reflete um coração no meio da quadra, um coração composto por alguns professores, amigos, parentes e cada um com uma rosa vermelha na mão, dentro desse coração tinha uma cadeira com um buque de rosas vermelhas nela. Não acreditei no que estava acontecendo. De repende outra luz de holofote se acende no cantinho da arquibancada onde estava sentado o Gustavo, de paletó preto com uma gravata vermelha que era uma coincidência muito grande com a dor do meu vestido.
- No inicio do ano eu esbarrei com a menina mais complicada do mundo. – falou Gustavo andando entre as cadeiras da arquibancada. – Ela foi a besta que mais me ensinou durante todo esse ano. Entre várias e várias brigas e discussões, pedaços do meu coração, eram levados, mas sabe quem recolocava esses pedaços? Ela mesma. Engraçado que quando nos conhecemos eu a tratei mal, mas ela me tratou delicadamente e foi uma fofa, eu lembro bem de como foi. Passamos de conhecidos para colegas e de colegas para melhores amigos. – falou chegando perto do coração, e olhando pra mim que ainda estava perto da porta com os olhos cheios de lágrimas. – Essa menina me mudou muito, me fez sentir ciúmes, me fez enlouquecer. Viu-me entrar em um relacionamento que eu mesmo sabia que não ia dá nem um pouco certo, por que eu amava a minha melhor amiga e não a menina que eu estava namorando, mas isso não vem ao caso. Enfim, nos beijamos. E depois do nosso primeiro beijo, eu percebi que realmente era ela quem eu amava e queria cuidar para o resto da vida, mas as coisas não aconteceram como eu imaginei e acabamos brigando e nos separando, mas com a ajuda de um grande amigo hoje estou aqui, pra dizer não só pra vocês, mas também pra ela que a minha vida não é mais perfeita se ela não estiver ao meu lado, mas agora eu não quero que seja só como uma amiga, quero mais que isso. Hoje de manhã eu liguei pra mãe dela e para alguns amigos combinando como seria uma das noites mais importantes da minha vida. – falou pegando o buquê de Rosas e vindo em minha direção. – E eles me ajudaram a enganar direitinho o meu amor, mas vou parar de falar esse monte de baboseira e ir logo pra parte boa. – ele falou se ajoelhando e pegando na minha mão, me dando o boque de rosas. – Minha querida Fernanda Corhen você aceita ser feliz pra o resto da vida comigo? Você aceita ser feliz ao lado do melhor namorado do mundo? Por que é isso que eu serei pra você, o melhor namorado do mundo!
- Sim! Sim! Sim! – falei chorando muito, então ali mesmo nos beijamos com todos aqueles nossos amigos aplaudindo e ali foi o primeiro passo da minha felicidade com o meu novo namorado.

Fim...